Esses novos grupos de torcedores do Bahia que nasceram de uma auto-imagem de clube diferente da minha geração segue como procurando o Bahia da história que se construiu no passado.
O problema é que o clube foi quase destruído num processo histórico muito pior que um acontecimento esporádico de um time que perde toda a sua equipe num acidente (Importa frisar que as vidas humanas perdidas são insubstituíveis como no acidente da Chapecoense).
O desânimo da torcida nesse começo de temporada por causa de um BaxVi que não valia nada reforça o sentimento de nostalgia do torcedor tricolor. Embora fora de campo o clube se organize, a psicologia da torcida do Bahia como fenômeno de massa sofreu com o desgaste da perda de identidade da agremiação como detentora de times vencedores.
O que era fantasia se transformou numa relação de amor e ódio intensos. Não tem como mudar com apenas boas gestões, apenas com títulos e bons times o torcedor se sentirá representado. O Bahia tem apenas ganho de “cachorro morto”!
O Bahia forma times que não correspondem mais ao passado de glórias. Isso fez com que o torcedor se tornasse mais amargo e desconfiado. A energia de preocupação do torcedor com a falta de títulos e a falta de referenciais dentro de campo constituem um grande vazio na alma do torcedor. Formar times vencedores se tornou um problema sério para essa gestão que não consegue realmente montar uma equipe que inspire na torcida a alegria dos velhos tempos onde tudo era fantasia.
A seleção brasileira é um bom exemplo. Colocaram um grande treinador para treinar no que era uma geração de jogadores da pior safra do futebol do Bahia e depois de uma sequencia de triunfos espetaculares o Brasil do futebol se vê de outro modo. Por que o Bahia não pode investir num grande treinador para a série “A”? Está na hora de investir no futebol!