BA-VI: Planejamento x Rodízio: Quem acertou na opção?

O início dessa temporada foi marcada por fatos interessantes que marcaram, em algum momento, um contraditório e, noutro, uma apropriação de coisas passadas praticadas pelos nossos principais clubes, além uma novidade no quesito da preparação dos jogadores. 


Começou o ano e o Bahia, com o acesso conquistado, tratou de aproveitar uma “base” do time do ano passado e pouco se movimentou no sentido de contratar novos jogadores. Iniciou renovando os contratos daqueles que se mostraram mais eficientes e que estavam com o vínculo em compasso de encerramento.

O rival, ao contrário, em ato quase contínuo ao final do ano, desandou a contratar jogadores de nome reconhecido no nosso futebol brasileiro numa mostra de “mudar” radicalmente a sua forma de contratar. Trouxe jogadores que em outros tempos se mostraram bastante produtivos, mas com a idade um pouco avançada e outros até ditos como “bichados” ou “ex-jogador” em atividade (que era uma prática comum nas bandas do Fazendão).

O Bahia demorou mais um pouco e começou a contratar valores de pouco reconhecimento nacional mas, segundo a Direção do Clube, jogadores com um grande potencial de desenvolvimento e disposição para se firmarem no cenário nacional. Entretanto, não deixou de trazer alguns também mais “rodados”, como no caso do Armero, Cajá (já foi), Maicon Leite e do W Silva (parece que esse veio “bichado”). Ainda assim, foi mais cauteloso trazendo menos gente com esse perfil, rasgando a velha política de contratações.

Um grande oposto ao que acontecia antes quando o Bahia trazia os famosos medalhões (“ex-jogadores” em atividade) enquanto que o time da Canabrava apostava em novidades, principalmente jogadores de outras nacionalidades. Esse foi um grande contraditório na rotina de ambos.

O outro aspecto mais relevante e interessante foi aquele mais ligado aos aspectos de planejamento dos times para esse início da temporada de 2017.

O time vicentino entendia que todas as competições eram de importância e começou utilizando praticamente a sua força total num baianinho (de valor mínimo). Alguns outros jogadores, por questões de preparação e retomada das atividades (alguns já estavam mais de 6 meses sem jogar) foram sendo colocados paulatinamente.

Conseguiu assim, o rival, fazer uma invejável campanha jogando um baianinho com sua equipe considerada como titular, sem poupar ninguém. Isso foi refletido na classificação da fase inicial aonde, sem a maior cerimônia, terminou de forma invicta, com 100% de aproveitamento, tendo como conseqüência as vantagens nessa fase de semi e finais (caso consiga se classificar). Chegando à fase das semifinais sofreu uma grande decepção ao jogar contra o genérico do interior, quando conseguiu um suado empate no apagar das luzes. Por pouco não viu a sua vantagem se transformar em DESvantagem.

A Copa do Nordeste, apesar do tropeço inicial diante do time paraibano, foi disputada com o time também dito titular, conseguindo se classificar com certa facilidade. Chegando à classificação para as semifinais, encontra-se em preparação para disputar com o Bahia a oportunidade de chegar às finais contra um time de Pernambuco.

A Copa do Brasil, o time vinha bem até o seu último compromisso quando surpreendentemente foi abatido dentro dos seus domínios por um time traiçoeiro do Estado do Paraná (afffff). Vai jogar agora, uma cartada decisiva, visando vencer esse mesmo time do Paraná (affff) por um placar igual ou superior a 3 gols de diferença para avançar na competição nacional.

O Bahia passou todo o baianinho fazendo o tal “rodízio” entre todos os jogadores do grupo por entender que se tratava de uma competição sem muito valor e que precisava dar um maior ritmo de jogo para todos os atletas. Desta forma, jogou o tal “feijão com arroz” e com relativo sucesso, se classificou em segundo lugar, no geral. Vieram as semi e o time do GF, no primeiro confronto, derrotou o Fluminense de Feira dentro daquele município com um vistoso placar de 3 gols à zero, ampliando a sua vantagem inicial.

A Copa do Brasil foi uma grande decepção para os tricolores que já estavam com o time titular já praticamente definido dando fim ao questionável rodízio dos atletas. Perdeu de forma subliminar para o time do Paraná (afffff), sem direito a uma segunda chance ou ao jogo de volta, se preferirem.

A Copa do Nordeste foi considerada, pela Diretoria Tricolor, como uma prioridade na pré-temporada quando a Comissão Técnica utilizou um time mais próximo do que seria o titular. Classificou-se em primeiro lugar no geral e vem, de forma invicta, se preparando para enfrentar o time vicentino nas semifinais com a vantagem de jogar, a última partida, na Arena Fonte Nova.

Sob a ótica da preparação dos times do nosso Estado, penso e avalio que o Bahia foi mais prudente e começa a colher os bons frutos em realizar o RODÍZIO dos jogadores. Somado a isso o fato de jogar menos que o time do aterro, se considerar que saímos precocemente da Copa do Brasil. O benefício se traduz, principalmente, em poucos casos de contusões dos jogadores que encontram-se à disposição para os jogos decisivos.

Enquanto isso, o time da Canabrava vem amargando, nas retas decisivas, sérios desfalques devido a contusões musculares dos seus jogadores. O excesso de jogos com a contínua utilização dos seus principais jogadores (sem contar os seus chinelinhos) demonstrou que a decisão em não praticar um rodízio mais forte, foi um tanto quanto desastrosa com fortes indícios de que terão dificuldades para formação da equipe nos jogos mais importantes.

As fases mais importantes das competições (o fraco baianinho, principalmente) começam exatamente agora quando ter um elenco mais disponível, com menos problemas de contusões (principalmente as musculares) e com os jogadores mais inteiros, será de vital importância para se chegar aos títulos.

Paulinho Fernando – Bahia, amigo e colaborador do BLOG

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