Hernane no Bahia: RUIM com ele, PIOR sem ele!

Hernane no Bahia: RUIM com ele, PIOR sem ele!

Foto: Divulgação/Bahia

O atacante Hernane, que chegou ao Bahia com a missão de substituir o ex-xodó Kieza, teve um ano de 2016 de altos e baixos, começou a temporada em alta, se lesionou, voltou, demorou a engrenar, viveu um longo jejum de gols, mas terminou a temporada liderando muitas estatísticas. O “Brocador” foi importante na campanha de acesso à Série A, fato indiscutível, os números provam isso.

Ele não é nenhum craque, tampouco um atacante técnico do qual podemos esperar uma jogada individual ou de efeito. Se trata de um centroavante nato, grosso, quase caneludo, mas de muito oportunismo, que faz bem o pivô, no entanto, depende de meias criativos para receber a bola redonda e balançar as redes como tantos outros camisas 9 de ofício do futebol brasileiro. Sozinho ele não resolve NADA, é um atleta que joga em conjunto, sem individualismo. Não espere dele ser o “Salvador da Pátria” como foi Marinho no Vitória, talvez o que foi Beijoca para o Bahia.

Se falta “catiguria” e técnica, sobra comprometimento e profissionalismo. Disso não podemos reclamar. É um jogador centrado, líder, tático, que cobra do elenco e se cuida bastante, podemos citar como exemplo o retorno rápido aos gramados no início da temporada 2016 quando teve uma lesão grave e voltou antes do tempo previsto pelos médicos ou as tantas vezes que chamou a atenção dos atletas dentro e fora de campo.

Sempre quando foi questionado pela falta de qualidade técnica ainda nos tempos de Flamengo, o atacante era enfático: “Centroavante não precisa ser craque, precisa fazer gols”. Disso também não temos do que reclamar ou questionar, visto que o “Brocador” carrega consigo os bons números que não podem ser escondidos ou deixados de lado.

Vejamos:

Ao todo em 2016, 46 jogos, 21 gols – 11 na Série B onde nas 38 partidas disputadas na competição, só ficou ausente nas rodadas 1, 2, 12 e 32, por lesão nos dois primeiros jogos e por suspensões nas duas ausências seguintes. Foram 2987 minutos dentro de campo e participação em 17 gols do time, somando bolas na rede e assistências.

Jogador com mais atuações pelo Bahia nesta Série B, Hernane também foi o garçom do time. Foram 6 assistências ficando à frente de Régis e Renato Cajá, dupla de camisas 10, que deram cinco e três assistências, respectivamente. Números inquestionáveis. Kieza com a camisa do Vitória ano passado participou de 46 jogos e balançou as redes 13 vezes.

Como contestar a titularidade de Hernane analisando os números e não tendo no elenco um concorrente forte? Enquanto a diretoria não contratar outro camisa 9 de verdade, o Bahia vai continuar refém da falta de opções para vestir a 9. Entendo a posição do Lourival no seu texto (veja aqui) e concordo que o Bahia não pode ser dependente de Hernane, como não deveria ser de nenhum outro atleta, porém, para isso é preciso ter um elenco competitivo e com boas peças de reposição.

Precisamos de outro centroavante não apenas para fazer sombra, mas para disputar posição com o “Brocador”, como fez o Vitória trazendo Pineda, André Lima e buscando Carlos (que também atua no centro) para brigar pela camisa 9 com Kieza (que fez um ano de 2016 abaixo do esperado ainda mais pelo alto investimento).

“Gustagol” não é esse jogador para disputar posição, apenas um “tampa buraco”, pelo que vi atuar no Corinthians e a primeira impressão que tive com a camisa do Bahia é de que será mais um atleta contestado pela torcida. Espero que esteja errado.

Por tudo isso que foi falado acima não podemos questionar a titularidade de Hernane, primeiro porque seus números não foram ruins em 2016, principalmente se comparado aos artilheiros dos clubes brasileiros das Séries A e B, inclusive, não entendo o motivo pelo qual Hernane é taxado de “HORRÍVEL”, e segundo porque não temos outra opção no elenco, a não ser que o treinador invente um esquema com um falso 9, mas não acho que Guto tenha coragem e astúcia para fazer essa engenharia. Não vou mentir que esperava mais de Hernane pelo alto investimento que foi feito, assim como esperava mais de Renato Cajá, mas, no caso do primeiro, ao menos se manteve mais regular.

Só para encerrar, lembro muito bem que muitos torcedores criticaram o zagueiro Titi que atuava “sozinho” na defesa e assim como Hernane viveu fases de altos e baixos e até “comemoraram” quando o jogador deixou o Bahia. Falei na época: Ruim com ele, pior sem ele!

E foi um sofrimento daqueles para suportar Gabriel Valongo, Jaílton, Robson e cia. Demoramos muito tempo para encontrar zagueiros à altura de vestir a camisa do Bahia e hoje podemos dizer que temos uma dupla de respeito e confiável com Jackson e Tiago. As mesmas palavras ditas para Titi, digo para Hernane: RUIM com ele, PIOR sem ele. Enquanto não trouxerem outro camisa 9, assim será.

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Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com



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