A mais difícil e equilibrada Série B da era dos pontos corridos, cuja competição, abriga cinco grandes campeões brasileiros: Cruzeiro, Grêmio, Vasco, Bahia e Sport – excluí dessa lista, o Guarani, por só ter sido grandioso em 1978, quando montou um timaço e foi Campeão Brasileiro -, acaba de fechar sua 9ª rodada, com quatro desses campeões integrando o G-4 (Cruzeiro, Vasco da Gama, Bahia e Sport) e, mesmo ainda faltando mais de 2/3 para finalização da competição, quando ainda tem muita bola a rolar em campo, temos como destaque o Cruzeiro que ocupa a liderança, já abrindo cinco pontos de vantagem para o segundo colocado que é o ainda invicto Vasco da Gama e se distanciando por 9 pontos do 5º colocado que é o Grêmio, time que iniciou a competição objetivando o título, mas, sua atual pontuação, está longe do atual líder.
Outro destaque da competição, queira ou não, é o Bahia que mesmo estando nessa pegada de acertar uma no cravo, outra na ferradura, fator que tem provocado uma certa “DR” com o seu torcedor, mas, a até o presente momento, vem cumprindo seu papel de postulante a uma das quatro vagas do acesso, ocupando espaço contínuo no G-4, desde a primeira rodada do campeonato.
O grande problema do Bahia na Série B é que o próprio time contrasta o desequilíbrio técnico da competição que é verificado entre um grande e um pequeno clube, quando ao invés do time se impor por integrar o seleto grupo de grandes campeões brasileiros que pelas contingências do futebol estão na Série B, mas, que são clubes estritamente de Série A, tem vacilado diante de times coadjuvantes da Segundona ou até de estreantes como foi o caso do então lanterna do campeonato, o Tombense de Tombos/MG, mas que manda seus jogos na cidade de Muriaé, longe de sua torcida, estava “invicto” na competição, vinha a oito jogos sem vencer na Série B e doze no geral e aí, o Bahia enfrenta esse time e o reabilita.
Pelo histórico do Esquadrão que jogou as últimas três edições da Série A, como mero coadjuvante, com o claro e visível objetivo de não ser rebaixado à Série B, mas, no ano passado não teve jeito, caiu e ainda por cima, promoveu um desmanche no time que dentre os titulares da temporada passada, só remanesceu uns quatro ou cinco jogadores, remontaram um time que foi totalmente reprovado no primeiro trimestre do ano, quando fracassou tanto no campeonato Baiano como na Copa do Nordeste, fracassos que deixaram o torcedor cético e temeroso quanto ao êxito do time na Série B, mas, na prática e dentro da razoabilidade técnica da competição, até o momento, vem mantendo o objetivo ou, objetivos.
A competitividade do Campeonato Brasileiro da Série B 2022, é tão intensa que nos 90 jogos realizados até o momento, foram registradas poucas goleadas, mas, um excessivo número de empates que beira 40% dos resultados, muito “gude preso” que para quem não sabe, é o velho placar de 1×0 que denota aquele joguinho feio do time que marca um gol e segura o resultado até o final, um placar que já chega a quase 30% dos resultados, mas, que tem servido de “goleada” para o Cruzeiro que perdeu na estreia para o Bahia, mas, que já é líder disparado da competição, vencendo a maioria dos seus jogos com esse magro escore, enfim, uma competição perigosa, onde uma derrota do Bahia, nas circunstâncias que aconteceu diante do aventureiro ou do franco atirador Tombense, no final da competição, poderá comprometer o tão sonhado acesso.
O Bahia tem que abdicar, urgentemente, do costume de ser um time “caseiro”, que só vence na Arena Fonte Nova (menos mal), mas, o time que tem metas e objetivos a cumprir tem que vencer, também, quando joga como visitante e isso não vem acontecendo, embora o time nessa Série B tenha obtido 100% de aproveitamento nos 12 pontos disputados em casa, nos 15 pontos disputados como visitante teve um pífio aproveitamento de 26,66%, ou seja, só conquistou quatro pontos, o que é muito pouco e insuficiente para agregar numa pontuação estimada em 66 pontos para um time obter o acesso à Série A, mesmo que esse time venha fazendo, constantemente, o seu dever de casa que é vencer os jogos como mandante.
Vale salientar que nas cinco próximas rodadas da Série B, o Bahia fará quatro jogos na Arena Fonte Nova e um jogo em Ponta Grossa/PR, diante do Operário, conforme a seguinte ordem: Criciúma, Sport, Operário, Chapecoense e Novorizontino. A priori, imagino que Guto Ferreira e seus jogadores já estão classificando esses jogos como difíceis, no que concordo em parte, por entender que, a grosso modo, todos os jogos são difíceis nessa Série B, entretanto, quando a bola começar a rolar, o Bahia tem que torná-los fáceis, impondo sua superioridade técnica, seu status de grande clube, rompendo logo no início do jogo as linhas defensivas do adversário, fazendo logo gols como aconteceu contra o Londrina, não deixando o adversário gostar do jogo.
Na minha modesta visão, desses próximos adversários que o Bahia vai enfrentar, o único que pode “engrossar o caldo” é o Sport, não por ter um grande time porque não tem, mas, por se tratar de um tradicional rival nordestino, um clássico regional que nos últimos jogos o time pernambucano tem levado a melhor, mas, ainda acredito que o tricolor tem um time superior e, pode e deve vencer o jogo; contra o Criciúma é um time que estar na 2ª. divisão catarinense; a Chape, ainda muito longe daquela equipe guerreira que foi antes da tragédia e o Novorizontino, um time emergente do interior paulista, mas, nenhum bicho de sete cabeças. A verdade é que temos que respeitar todos esses adversários, mas, torna-se imperativo superá-los, conquistar os 12 pontos e dar uma oxigenada na classificação.
Quanto ao jogo diante do Operário, como vejo o Bahia ter se transformado num galo, cujo esporão, só funciona dentro do seu terreiro, tenho minhas dúvidas em relação ao tricolor conquistar ponto ou pontos nesse embate, mas, espero e torço que para esse jogo, o tricolor já tenha desativado seu modus de time doméstico que só vence em casa, presenteando o seu torcedor com um importante triunfo.
José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.