Apesar da pandemia do novo coronavírus, nem todas as competições estão paralisadas. Na Europa, apenas um torneio se recusa a suspender a liga local. É o caso do Campeonato Bielorrusso, que teve segue acontecendo e teve seus direitos de transmissão adquiridos por Rússia, Ucrânia, Israel e até pela Índia. Diante da escassez de esportes pelo mundo, a Liga virou um atrativo e vem trazendo lucros expressivos. Foram 10 novos contratos com TVs celebrados. O acesso aos estádios segue normalmente e eles tomam algumas medidas de prevenção ainda que tímidas, por exemplo, o fornecimento álcool em gel para quem vai aos jogos, além disso, medem temperatura de cada pessoa. Quem estiver com febre é barrado.
Os jogadores já se mostraram preocupados, mas não podem fazer muita coisa, mesmo com a própria Fifa e a Uefa terem se manifestado a favor da paralisação. O Campeonato conta com oito atletas brasileiros disputando a liga nacional. Entre eles, o meia Gabriel Ramos, que passou pelo Bahia em 2015, além de ter passado também pela base do Flamengo. O meio-campista, de 24 anos, marcou o primeiro gol brasileiro na liga bielorrussa em meio a pandemia do COVID-19. Ele profissionalizou no Cuiabá, em 2017, e partiu rumo a Geórgia onde esteve nas duas últimas temporadas defendendo o Dínamo Batumi, antes de acertar com o Torpedo Zhodino. Além dele, atuam também na liga: Wictor Dias – Energetik-BGU Minsk, William – Rukh Brest, Lipe Veloso – Torpedo Zhodino, Diego Carioca – Vitebsk, Júlio César – Vitebsk e Wanderson Maranhão – Vitebsk.
Gabriel Ramos foi contratado em janeiro pelo Torpedo Zhodino, de Belarus. A estreia veio justamente com um gol no fim que deu a vitória ao novo clube. Neste momento, é um dos poucos atletas profissionais a entrar em campo. Ele falou sobre a situação de estar atuando em um momento delicado como esse. Vale lembrar que Belarus tem 51 casos de coronavírus e nenhuma morte confirmada até a noite de quinta. Além do Campeonato da Belarus o futebol continua sendo disputado na Nicarágua (América Central), em Burundi (África) e no Tajiquistão (Ásia) a bola segue rolando.
“Teria que ter cautela e parar a competição. Mas como a federação daqui não paralisou, acho que devem ter o controle da situação. Creio que devem ter esse senso em pensar no próximo. […] Por enquanto, o vírus não se alastrou muito aqui, mas temos que continuar nos cuidando. As pessoas têm saído de suas casas com máscara para se prevenir. A família e os amigos perguntam como está essa pandemia aqui e ficam muito preocupados, mas eu falo que estamos nos cuidando para poder tranquilizá-los e não ficarem preocupados”, disse, em entrevista recente.