Eu não chego ao Vitória como “salvador”, avisa o técnico Geninho

Treinador falou pela primeira vez com a imprensa nesta sexta

Foto: Divulgação / Vitória

Apresentado pelo presidente Paulo Carneiro como na tarde desta sexta-feira, o técnico Eugênio Machado Souto, mais conhecido como Geninho falou pela primeira vez com a imprensa e avisou logo de cara que não chega para ser o Salvador da Pátria, mas sim como uma pessoa que vem tentar fazer um bom trabalho, que vem tentar ajudar um grupo”. O treinador de 71 anos acumula uma passagem pelo clube baiano nos tempos de jogador, em 1982. Já como treinador, será a quinta passagem pelo Leão. Comandou o time em 1994, 1995, 1998 e 2011. Na sua primeira entrevista, falou sobre a amizade com Paulo Carneiro, a identificação com o clube, elogiou o treinador Carlos Amadeu e falou sobre os desafios da Série B. Veja tudo abaixo.

 

“Como Paulo (Carneiro) disse, eu tenho ligações com o Vitória já muitas antigas. Estive aqui como jogador, depois vim por mais duas ou três vezes. Então chego realmente com o coração muito aberto e uma expectativa muito boa de mais uma vez poder colaborar com o clube. Eu não chego como “salvador”. Chego como uma pessoa que vem tentar fazer um bom trabalho, que vem tentar ajudar um grupo, que acho que é um grupo bom, um grupo de jogadores de qualidade, a tentar fazer com que esse grupo renda o melhor possível para que o Vitória possa ao final dessa competição estar num lugar onde faz jus. O Vitória pelo clube que é, pela camisa que tem, por tudo aquilo que conquistou não é equipe de ficar brigando em fundo de tabela. O Vitória tem que pensar em coisas maiores”.

“O momento exige que nós tenhamos os pés no chão e que não nos deixemos levar por ilusão e nem por planos muitos altos. O momento é você dar tranquilidade ao clube, a fazer o clube voltar a vencer, somar pontos que vá lhe dando tranquilidade na caminhada para atingir alguma coisa maior ao final da competição”.

“Não vou fazer nada sozinho, nunca fiz nada sozinho. Sempre trabalho junto com o grupo. É o grupo que faz o trabalho, que consegue os resultados. Planejo, não sou eu que executo. Tem que haver uma sintonia muito grande entre planejamento e execução para que as coisas funcionem de uma maneira bastante ajustada e os resultados venham. E é assim que a gente vai tentar trabalhar”.

“Você começa a trabalhar em qualquer lugar, e o treinador é cobrado. O treinador vai ser sempre a bolinha no centro do alvo. Ele traz a responsabilidade da cobrança. Hoje, eu me sinto preparado para isso. Sou rodado, já passei por muitas situações, já passei por situações difíceis. Eu venho sempre para o trabalho achando que eu posso mudar a situação. Se achasse que não, nem viria”.

“Ninguém tem uma varinha de condão para chegar aqui e mudar tudo. Vou partir de um trabalho que vinha sendo feito e que, até na minha opinião, era um bom trabalho. Vou partir de uma base daquilo que vinha sendo feito. Conversei e vou continuar conversando muito com as pessoas que estavam vivendo mais o dia a dia. Vou ver muita coisa em termos de vídeo, informações. E, baseado nisso, vou tentar encaixar alguma coisa que possa nos levar voltar a vencer. Claro que, para o primeiro jogo, você não vai ter uma mudança drástica. Mas alguma coisa você pode encaixar de maneira diferente, dentro da sua maneira de ver futebol”.

“É um campeonato mais equilibrado. Você não tem na Série B aquela diferença que está tendo na Série A, de quem está no fundo para quem está no meio ou para quem está na ponta. É muito estreito. Você não pode dizer hoje, na Série B, que ninguém caiu e que ninguém foi campeão ainda. Existe uma diferença entre o último e o primeiro, mas não é tão grande, é tudo estreito, coisa de um ponto, dois, três. Você ganha dois, três jogos, dá um salto imenso na tabela. Você perde dois jogos, vai lá para trás. O futebol jogado na Série B é o futebol de resultado. Dificilmente, você vê um grande jogo técnico, um jogo gostoso, um jogo onde te encanta os olhos. Você vê aquele jogo de muita marcação, pegada, muita doação, muito coração, transpiração. Onde a equipe, de repente, faz um resultado e luta até o final para manter aquele resultado. Tem que entrar focado no que precisa fazer, se doar de corpo, alma, coração, tudo que tem direito, para que a gente atinja os nossos objetivos”.

“A torcida do Vitória vai nos acompanhar. O carinho que eles têm pelo clube é muito grande. Isso é fundamental, é um fator preponderante para recuperação. É a torcida que levanta o time quando ele precisa. Quando a torcida vaia, é tudo o que o adversário quer. A torcida do Vitória, quando joga junto, é diferente. Jogar contra o Vitória, com a torcida apoiando, é complicado”.

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