Eram idos do final do primeiro semestre de 2018 e o Bahia vinha cambaleante no Brasileirão amargando resultados pífios, especialmente longe da Fonte Nova, com uma colocação não compatível com o elenco que tinha.
Os olhares se voltavam para o desempenho do treinador Guto Ferreira, o Gordiola, que vinha treinando o time pela segunda vez, em menos de 2 anos, quando havia abandonado a barca de forma antiética, indo treinar o time do Internacional. O time do Gordiola se mostrava pífio jogando fora dos seus domínios, comprometendo de sobremaneira às aspirações da Diretoria e da Grande e Imensa Nação Tricolor.
Assim, aproveitando o momento, a Diretoria trabalhou duramente até conseguir tirar o Enderson do time que dirigia, com relativo sucesso naquele momento, trazendo para “arrumar” o time tricolor. Trazia junto à esperança de ver o Bahia jogar como um time capaz de ganhar dentro e fora dos seus domínios, melhorando a posição na tabela do Brasileirão.
Os primeiros momentos foram meio que duvidosos, mas a desculpa era a de que o treinador estaria chegando, com um time jogando há algum tempo e que um tempo era necessário para que os resultados do seu trabalho fossem sendo demonstrados em campo. O tempo era necessário pra que o Enderson estabelecesse a sua forma de jogar.
O time, de certa forma, melhorou e começou a ganhar alguns pontos longe de Salvador. Entretanto, a primeira grande decepção estaria por vir. A perda da Copa do Nordeste, para o “carrasco” Sampaio Correia, modestíssimo time do Maranhão, foi algo muito triste e já mostrava que o novo treinador precisaria melhorar bastante a sua performance, até então mediana em relação ao que se esperava.
O Bahia, por sua vez, melhorou em alguns aspectos na principal competição que disputava, alcançando alguns bons resultados ao longo do certame, terminado com uma razoável classificação. Outro aspecto positivo foi a participação destacada na Copa do Brasil e na Copa Sulamericana, quando o Bahia alcançou colocações inéditas.
Essas competições e os resultados (o Bahia foi derrotado pelo VAR, na Copa Sulamericana) criaram um alento e adicionaram algum crédito ao recém-chegado treinador, criando uma expectativa de que algo muito bom estaria se aproximando da Nação Tricolor. O ano de 2018 foi, por assim dizer, de certa forma, um ano bom para o Clube que engordou o caixa e, por questões outras teve que ganhar dinheiro vendendo alguns dos seus melhores jogadores. Era o final de um ano e início de outro que se mostrava bastante promissor.
O Clube estava bem, o treinador foi confirmado no cargo e com algumas boas contratações para reposição das peças que foram vendidas, tudo levava a crer que o ano de 2019 seria muito melhor que o anterior. Previsões de uma pré-temporada perfeita !!!
Veio a pré-temporada, o treinador começou o seu trabalho de montar o time e fazer do mesmo uma equipe vencedora. Era o melhor elenco e orçamento nas disputas das competições do primeiro semestre. Eram favas contadas para algumas que outros resultados fossem, que não, os títulos.
Contudo, logo de cara uma grande decepção: fomos desclassificados da Sul-Americana jogando um futebol ridículo, contra um time desconhecido do Uruguai (quando nada fosse do Paraguai) quando perdemos um jogo aqui e, com muito esforço, conseguimos um empate no jogo de volta. Fazer o que?
O treinador Enderson Moreira sempre com um discurso de justificar o fato pela intensa agenda do time, pelo cansaço, pelas viagens, pelo campo ruim, pela “melhor” qualidade do adversário (que começava a temporada naquela competição), etc.
Outros resultados considerados desastrosos foram os BAVIS quando o Bahia não conseguiu ganhar nenhum deles, jogando contra um adversário fraco e numa crise administrativa sem precedentes.
Tudo bem! A torcida já começava a se impacientar com o trabalho do treinador que, começava a colecionar sucessivos insucessos, perdendo pra times sem nenhuma expressão nos campeonatos Baiano, na Copa do Brasil e no Nordestão.
Perder faz parte do futebol, mas perder da forma que vinha perdendo, mostrava que o Enderson, mesmo com um bom tempo acumulado no comando do time, não demonstrava ser capaz de fazer o Bahia jogar dentro de um esquema tático definido. Às vezes percebia-se que o time em campo não passava de um bando, correndo a esmo.
Alegava o treinador as desculpas de sempre: campo ruim, cansaço, pluralidade de competições e, pasmem, até o vento foi colocado como desculpa para perder jogos relativamente fáceis.
Porém, o desastre maior estava por vir. A desclassificação da Copa do Nordeste para (de novo) o Sampaio Correia foi algo abominável. Depois de um gigantesco prejuízo, financeiro para a marca e cofres do Bahia na Sul-Americana, mais um insucesso de grandes proporções, desta vez no torneio regional.
A torcida via o time, inclusive, com dificuldades para se classificar no torneio de várzea em que transformaram o Campeonato Baiano. Nesse momento, a torcida de forma contundente e justificada, já exigia a demissão do malogrado treinador. A Diretoria tentou, de forma muito profissional (pouco entendido pela torcida) manter o treinador e aguardar dias melhores.
Apenas um detalhe: os dias melhores não vieram!
Enfim, a Diretoria, às vésperas do dia mundial da mentira, o demitiu realizando o desejo da maioria avassaladora da respeitável Nação Tricolor. Fim do pesadelo!
Agora, vamos torcer para o Bahia contratar um treinador de verdade! Torcer para que esse final de semestre seja algo melhor para o Clube.