Fala, Campeões! O Tricolor ganhou o 51º título baiano e a torcida está em festa. Talvez pelo sofrimento desnecessário que foi, mas, no final, até isso é a cara do Bahia. Um time que está tentando deixar de ser — mas hoje foi — um eterno gol de Raudinei.
O Bahia passou a semana descansando depois de jogar três partidas importantes em sete dias. Por isso, a gente esperava que o time fosse para cima dos caras com gosto de gás. Mas não foi bem assim. Colocou o regulamento debaixo do braço e irritou a Nação.
Diante de tantas besteiras faladas pelo técnico do adversário, tanto ao final da derrota na Fonte Nova quanto durante a semana, em uma coisa ele acertou: “Time pequeno, quando enfrenta um grande, joga a vida!” E foi assim nessa final. Afinal, era o jogo do ano para os caras, o único campeonato que eles teriam alguma chance real de conquistar, se vencessem o Bahia por 3×0. Barril.
E o Bahia tentou ajudar. Deu a bola para os caras e disse: “Joguem. A gente vai ficar só se defendendo para ver o que acontece”. E deu a lógica. Fizeram nada demais durante todo o primeiro tempo. Em compensação, o Bahia teve apenas uma chance, com Willian José pegando rebote do goleiro… e ele perdeu.
Virou o lado
Mas aí o bicho pegou. Os caras começaram a testar Marcos Felipe mais vezes. E ele foi aprovado. Melhor em campo.
- Aos 10, o cara virou e chutou fraco pra defesa fácil.
- Aos 13, grande defesa em uma cabeçada.
- Aos 16, nova cabeçada perigosa e nova defesa.
- Aos 38, não teve jeito: nova cabeçada e gol dos caras. 0x1.
- Aos 48, o cara quase faz o segundo num sem-pulo.
Já estava pirado naquele momento. Pra piorar, o jogo pedia Kayky e Ceni botou Cauly. O castigo veio em 10 minutos com a expulsão do 8. O juiz já tinha dado uns 10 minutos de acréscimo. O pau comeu em campo, o Bahia tomou mais pressão e já dizia que o time não merecia ser campeão.
Mas aos 62 (sim, o juiz deu 18 minutos de desconto, ao todo), o contestado Marcos Felipe, acertou pela primeira vez na partida uma quebrada de tiro de meta para a esquerda. Luciano Juba dominou, jogou na frente e tocou para Kayky, o predestinado. O sacaninha foi para o X1 e chutou. A bola bateu no zagueiro e encobriu o goleiro deles. 1×1.
Para melhorar a situação, ele ainda saiu imitando uma galinha, em pleno estádio dos caras. Foi o ápice. O 1×1 deu o 51º título ao Esquadrão e fez o grito de gol ser o mais gostoso do ano, por colocar um fim na empáfia e no cacarejo advindo de Canabrava.
BORA BAÊA, MINHA PORRA!
Mas, ao invés de apenas comemorar o título, seria bom a gente relembrar algumas coisas. O Bahia empatou a partida com 1 jogador a menos jogando fora de casa. Ao final da partida, o adversário precisaria dos mesmos 3 gols do início, para ser campeão.
Nos clássicos, o Bahia venceu 195 vezes. Esse foi o 154º empate. O ex-rival, que antes era vice em clássicos, agora caiu para terceiro posição, com 153 triunfos. A nova ‘vice-liderança’ dos BAVIs pertence aos empates.
E Kayky, que foi horroroso contra o Jacuipense, virou o novo Raudinei e terror do rival local.
Ceni cumpriu mais uma missão. Não caiu em 2023. Foi para a Libertadores em 2024 (quando a meta era a Sul-Americana). E foi campeão baiano em 2025. Esse é o 8º título dele em 8 anos como técnico.
O técnico do El Modesto empurrou Mingo. Foi empurrado de volta e o gringo ainda chamou ele pro pau, e o rebatizou como “CAGÓN“!
Se o Esquadrão parar de jogar o Baiano hoje, em 2045, ele ainda será o maior Campeão da Bahia.
O Bahia venceu o 8º Campeonato Baiano nos últimos 15 anos. E com isso, vem a pergunta de milhões:
Quanto vale o Campeonato Baiano?
E aí, sempre me vem à mente o final do filme Cruzada. Quando o protagonista pergunta a Saladino:
“Quanto vale Jerusalém?”
E o muçulmano responde, saindo: “Nada!”
Mas logo depois se vira, sorrindo, de punhos cerrados, e diz: “Tudo!”
O Campeonato Baiano é assim também. Não vale nada. Só vale a gozação com os vizinhos e a galera do WhatsApp. Mas isso… é tudo!