Em entrevista no Resenha do Zona Mista, o gestor de futebol Newton Mota recordou a preleção espetacular do técnico Evaristo de Macedo antes da grande final entre Bahia e Internacional, pelo Campeonato Brasileiro de 1988. Após vencer por 2 a 1 na Fonte Nova, o Esquadrão arrancou um empate em 0 a 0 no Beira-Rio e conquistou o bicampeonato brasileiro.
“Evaristo feriu os brios, ele falou a insignificância do Bahia, o aspecto de fama, de prestígio, de salário, que tinha um jogador no Inter que ganhava mais do que o Bahia todo. Ele exortou exatamente aquela luta, aquele entusiasmo que acreditava e que ele, em determinado momento, nem ele mesmo acreditava que o Bahia chegasse naquele ponto, mas desperdiçar essa oportunidade seria um absurdo”, começou.
Newton Mota frisou que o Bahia teve um momento que era grande pela sua torcida e tradição, mas que nunca teve no passado estrutura e dinheiro.
“Eu sei que na hora que acabou a preleção, você sentia que tinha um clima de vitória pessoal. Ali foi uma preleção espetacular. Eu já vi grandes preleções de Paulinho De Almeida. O Bahia passou um Brasileiro com nove vitórias seguidas com o Paulinho De Almeida. O Bahia teve momentos assim que era grande, porque o Bahia nunca foi grande. O Bahia foi grande na sua torcida, na sua tradição, mas eu falo de estrutura, de dinheiro. O Bahia nunca foi grande”.
“O Bahia foi grande na tora, por causa da sua torcida, por causa do seu nome, de seus triunfos, que foi quebrando paradigmas e o Bahia foi crescendo e de forma que o Bahia teve grandes treinadores, mas Evaristo merece até ser o nome do CT, porque realmente ele foi brilhante, porque ele tirou leite de pedra com um time simples, modesto, cheio de jogadores com brilho que honraram a camisa do Bahia”.