Paiva sobre cobranças da torcida: ‘Quem tem que avaliar meu trabalho é o Grupo City’

O treinador falou sobre as críticas da torcida e citou insultos nas redes sociais.

Foto: Twitter/Bahia

O Esporte Clube Bahia teve um ano de 2022 bastante desgastante, com eliminações precoces no Campeonato Baiano e Copa do Nordeste, mas encerrou com o alívio de ter conquistado o acesso à Série A. Com a chegada do City Football Group, foi criada uma enorme expectativa, mas até aqui, com seis meses de trabalho da nova gestão, os problemas continuam os mesmos, criando uma enorme pressão em cima do técnico Renato Paiva e dos jogadores. Questionado sobre o momento do Esquadrão e as cobranças da torcida, o técnico Renato Paiva voltou a defender o trabalho e disse que quem tem que avaliar o trabalho é o conglomerado.

 

“Quem tem que avaliar o meu trabalho é o Grupo City, pessoas capacitadas para avaliar o trabalho do treinador, são as pessoas que estão no dia a dia. O trabalho do treinador avalia-se na performance coletiva e no desempenho individual dos jogadores. Não é a curto prazo, pode ser de médio a longo. Essa é a perspectiva de quem manda, porque agora quem manda são eles [o Grupo City]. A torcida tem uma perspectiva emocional e cultural no Brasil. Se está mal, deve-se intervir para corrigir. Somos todos uns conformistas. Exemplos de continuidade são Luís Castro e eu, dois portugueses”.

“Para não ser nacionalista, olha o exemplo de Vojvoda. É um grande exemplo de continuidade, ano passado chegou a ficar na zona de rebaixamento e olha onde está hoje. É a torcida que tem razão? Às vezes, não estou dizendo que a torcida não tem razão. A continuidade é uma coisa que baliza o City, o trabalho diário. Mas o torcedor não analisa isso, é passional. É um trabalho de médio a longo prazo, porque é tudo novo. Vou dizer isso centenas de vezes: se eu viesse ao Brasil treinar o Palmeiras, eu não ia pedir o mesmo tempo, porque o elenco está feito. Eles já têm suas ideias. Aqui é tudo novo, são 20 jogadores novos de todos os lugares do mundo”.

O treinador falou sobre as críticas da torcida e citou insultos nas redes sociais. “Na rua, felizmente as pessoas felizmente têm sido maravilhosas. Não tive nenhum problema ainda com alguém que fosse agressivo. As pessoas podem fazer críticas, desde que saibam fazer, e eu aceito, gosto muito de ouvir a opinião das pessoas. O resto, redes sociais eu não tenho. Tem a parte feia de irem até a rede social da minha filha me insultar. É muito feio. É muito feio fazer isso. Minha filha me encaminhou umas mensagens muito feias”.

“Volto a dizer, se concentrem em mim. Estes limites estão ultrapassando. Campanhas de racismo, sim. Campanhas de civismo, por que não? Campanhas de civismo. Minha filha não tem culpa. Ela é jornalista, faz o seu trabalho. Temos uma relação pai e filha. Não tenho direito de receber esse tipo de insultos porque sou o pai dela. É algo feio e acho que era evitável. A única coisa que quero dizer ao torcedor é que tenho muito respeito, e que apoiem os jogadores os 90 minutos. Sejam a 12ª força do Bahia durante o jogo. Os jogadores precisam disso. Depois, quando o jogo parar, são livres. Até lá, apoiem os jogadores”.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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