Pelé marcou o histórico milésimo gol no dia 19 de novembro de 1969, em partida entre Vasco e Santos, válida pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, no Maracanã. O gol foi marcado de pênalti vencendo o goleiro vascaíno Andrada. O gramado do Maracanã foi invadido por jornalistas, torcedores e reservas de ambas as equipes. Antes da cobrança, os companheiros de Santos ficaram no meio do campo. Os fotógrafos e repórteres correram para trás da trave e também participaram da festa, agarrando Pelé, que não conteve a emoção e chorou bastante.
“Pelo amor de Deus, olha o Natal das crianças. Olha Natal das pessoas pobres, dos velhinhos cegos. Tantas instituições de caridade por aí. Pelo amor de Deus, vamos pensar nessas pessoas. Não vamos pensar só na festa. Ouçam o que eu estou falando. É um apelo, pelo amor de Deus. Muito obrigado”, disse Pelé, aos prantos.
Porém, o gol 1.000 poderia ter sido marcado na Fonte Nova, diante de 38 mil espectadores, mas a festa foi adiada pelo Esporte Clube Bahia. No dia 16 de novembro de 1969, Bahia e Santos se enfrentaram pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa. A festa já estava preparada, todos aguardando o gol mil do Rei em Salvador, mas faltou combinar com a equipe tricolor, que parou o camisa 10.
Pelé tentou de todas as formas, chegou a acertar a trave, e em outro lance, driblou defensores e até goleiro, mas viu o zagueiro Nildo Birro-Doido tirar o gol em cima da linha. Surgiu uma história de que até os próprios torcedores do Bahia vaiaram o defensor, porém, o boato foi desmentido.
A partida terminou empatada em 1 a 1, sem gol de Pelé, que precisou esperar mais três dias até estufar as redes do Vasco, no Maracanã. Além do zagueiro Nildo Birro-Doido, o goleiro Jurandir Salvador é outro personagem daquele jogo. Após parar Pelé por 90 minutos, o arqueiro ficou conhecido como “o goleiro que não quis entrar para a história”.
FICHA TÉCNICA
LOCAL: Fonte Nova – Salvador (BA)
CAMPEONATO: Taça de Prata – Torneio Roberto Gomes Pedrosa
RENDA: NCr$ 189.909,00
PÚBLICO: 37.378
ÁRBITRO: Arnaldo César Coelho
GOLS: Jair Bala 88′ – Baiaco 84′
SANTOS: Agnaldo; Turcão, Ramos Delgado, Djalma Dias e Rildo; Clodoaldo e Lima (Joel Camargo); Manoel Maria, Edu, Pelé e Abel (Jair Bala). Técnico: Antoninho.
BAHIA: Jurandir; Mura, Adevaldo, Nildo e Paes; Amorim e Eliseu; Manézinho, Zé Eduardo (Sanfilippo), Carlinhos (Baiaco) e Artur Técnico: Fleitas Solich.
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