Tivemos ao longo das nossas histórias jogadores brilhantes que alcançaram o ápice de suas carreiras, podemos citar Dida, Daniel Alves, campeões mundiais. Outros não tiveram a mesma felicidade, mas alçaram voos também bem altos e não menos gloriosos como Bobô, André Catimba, Jean, e muitos outros que ora minha memória me nega o privilégio da lembrança, e todos saíram do Bahia e Vitória para centros maiores. Até hoje, o Vitória produz bons atletas e os perde para a ganância dos empresários que buscam tão somente o retorno financeiro para si e para seus empregadores, sim, empregadores pois são os atletas que pagam as suas generosas comissões.
Mas venho preambular neste sentido para tocar em um assunto que incomoda, e muito os nordestinos, principalmente baianos e pernambucanos que veem neste momento o centenário Santa Cruz, clube tradicional de Pernambuco sucumbir e ser rebaixado para a quarta divisão do futebol brasileiro. Triste, um clube muitas vezes campeão pernambucano, campeão da Copa do Nordeste, ter administrações tão incompetentes que o levaram de líder da quarta rodada do Brasileiro Série A de 2016 ao rebaixamento para a Série D, onde pode ter a companhia do Jacuipense, que só escapa da queda com um milagre. Uma distribuição de renda no futebol brasileiro totalmente injusta e desproporcional, onde privilegia clubes de Rio, SP, RG, e Minas e nivela o resto do país em segundo e terceiro grau.
Venho citar estes exemplos para acordar as direções de Bahia e Vitória para o caminho que leva administrações temerárias e radicais, são situações onde as séries que não são a principal impõem a clubes que hoje não se projetam com responsabilidade financeira, Botafogo, não tenho a certeza de estar consolidado para garantir o acesso, Coritiba parece ter maior chance, Vasco vai capengando e é quase certo que ao menos terá mais um ano de série B, Cruzeiro caminha para um tri-B.
Já o Vitória vive um pesadelo turbulento, onde suas administrações de mais de uma década tem sido de uma irresponsabilidade financeira tão grande que pelo segundo ano consecutivo luta de maneira apavorada para não cair a série C, do mesmo modo segue o Bahia na A, pelo segundo ano consecutivo mostra-se temerosamente incapaz de buscar forças para superar as adversidades.
Contratou, hoje temos seis jogadores estrangeiros na equipe, dois deles já adaptados ao futebol brasileiro, mas os outros quatro precisam de um tempo de maturação, adaptação, e tempo é o que não temos, será preciso muita luta e buscar forças de Bahia e Vitória para conseguirem se manter onde estão e planejar organizadamente o ano de 2022 para corrigir os erros até então cometidos.
Plagiando um apresentador de TV na Bahia, BA-VI, abram os olhos jovens.
Juscelino Santiago Dos Santos, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.