VARIAS QUEIXA DE VOCÊ… Esse é o sentimento do torcedor do Esporte Clube Bahia, que tem acumulado decepções seguidas em todas as competições que participa, e vinha revoltado vendo técnico e diretoria se debruçando na sua teimosia e morrendo abraçados com suas convicções, que se provaram ineficientes, colocando o clube em queda livre há 6 rodadas do Brasileirão, com o aproveitamento, se é que pode se dizer assim, de irrisórios 1 ponto em 18 disputados. Mas finalmente o presidente Guilherme Bellintani acordou e tomou a decisão que todos esperavam, demitindo o treinador Dado Davalcanti, e para o seu lugar, contratando o argentino Diego Dabove, que já levou dois times para a Copa Libertadores, um deles o modesto Godoy Cruz, terminando na 2ª colocação do Campeonato Argentino.
Mesmo com a mudança no comando técnico, ainda temos várias queixas com a diretoria, que demora para contratar, e aparentemente se mostra refém de empresários, que empurram carniças preteridas por todas as outras equipes do futebol brasileiro, que aterrissam aqui com salários altos e ainda preterem e tiram a oportunidade de jogadores que estão sedentos para subir ao time principal, mas que não jogam porque agora não servem e são muito novos (só Lembrando que Raniele tem 24 anos, por ex.). Só serviram quando Dado precisou de Tiago e Patrick, ano passado, quando estava na bruxa, precisando mostrar serviço quando, aí não posso tirar o mérito dele naquele momento, tirou a gente, pela enésima vez, do rebaixamento.
Se a mentalidade do time não mudar, seguiremos reduzidos a sermos meros participantes dos campeonatos de nível nacional, meros meio de tabela pra baixo, importante é não cair e já é mais que suficiente para a diretoria. Orgulho-me e bato no peito por termos um bicampeonato brasileiro, mas, quem tem a mentalidade triunfante jamais deve se contentar com uma longínqua e linda história. Se não pensar em ser campeão na atualidade não faz o menor sentido, não representa toda uma geração que é carente de uma nova história feliz e com louvor.
Futebol se faz sim com dinheiro, naturalmente ninguém é bobo de pensar algo diferente, mas, o futebol deve ser a prioridade, e, infelizmente, hoje no Esporte Clube Bahia, não se pensa no campo com a excelência que deveria ser tratado o maior ativo do clube, o time. Contratações inexplicáveis, portas fechadas para atletas mais jovens que pedem passagem, mas não tem grife, desculpas esfarrapadas ao bel prazer, culpa de torcida segundo os cartolas, inércia em detectar fim de ciclos, pouco profissionalismo , baixa cobrança e exigência por parte do clube com quem entra em campo e apresenta ao mundo o nosso clube, os jogadores.
Perdemos nossa identidade, não há o apelo emocional por parte dos jogadores, porque são contratados de outros clubes desde a base, não há um liame afetivo, emocional e hoje vejo que as vozes de empresários são determinantes para escalação de certos atletas enquanto a preterição dos garotos tira deles a vontade de se destacar, pois sabem que é um esforço em vão.
É muito pouco para ser Bahia, e só me resta de fato citar o Olodum, na brilhante composição de Germano Meneghel, Afro Jhow e Narcizinho, onde dizem que o que resta Bahia, é que temos: “Várias queixas de você. Por que fez isso comigo?”
Diego Campos, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.