Fazer um esforço para manter Gilberto não é loucura, e sim investimento!

"Bahia 0x0 Gilberto": Esse é o placar parcial do jogo da renovação de contrato

Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

A promulgação da Lei 9.615, a famigerada Lei Pelé ou Lei do Passe Livre, há mais de vinte anos beneficiou, sobremaneira, jogadores e seus agentes ou procuradores, em detrimento aos lídimos interesses dos clubes de futebol, haja vista que, estes passaram a ser reféns dos citados personagens, quando seus gestores perderam força e poder, principalmente, para renovar vínculos contratuais de jogadores porque, como se sabe, o negócio futebol, é totalmente diferente de qualquer outro métier. Nos outros segmentos empresariais, quem faz a proposta salarial ao empregado é o empregador, enquanto que no futebol, essa equação é invertida e quem exige o salário que quer ganhar é o empregado, ou seja, o jogador, sem falar que não havendo acordo, a lei lhe garante assinar um pré-contrato com outro clube, ainda faltando seis meses para vencimento do seu vínculo empregatício, saindo no final totalmente livre no mercado, sem que o clube detentor dos seus direitos financeiros ou federativos receba qualquer compensação financeira.

 

Há alguns meses, toda torcida do Bahia tem conhecimento de que as negociações entre o clube e o seu principal jogador, o atacante Gilberto, vem acontecendo, mesmo sabendo que o vínculo contratual do atleta com o clube se encerra no final do ano e, pelo andar da “coronagem” tudo vem indicando que, até o presente momento, ainda com o placar de 0x0, porque ainda não houve um desfecho da negociação, situação que a Lei Pelé já permite ao atleta assinar um pré-contrato com outro clube, já a partir de julho, impasse que causaria um certo desgaste no tocante ao relacionamento entre o clube e o atleta.

A Lei Pelé é tão funesta e indigesta para com os clubes e, isso estou me referindo aos clubes que investem alto em suas divisões de base e depois, por não fechar um acordo numa renovação de contrato com um atleta, acabam ficando no prejuízo. Felizmente, essa não é a situação de Gilberto que se trata de um jogador que o Bahia já pegou feito e livre no mercado, mas, há casos em que o clube formador do atleta amarga prejuízos enormes como foi o caso do Vitória que tinha um atacante formado em sua base, foi titular e artilheiro do time profissional e, como não houve acordo em uma renovação de contrato, faltando seis meses para vencer o vínculo, na surdina, o atleta assinou um pré-contrato com o Bahia e quando recebeu a proposta de um clube do exterior, quem ficou com o ônus foi o ex-rival, clube que formou o atleta, enquanto o tricolor que nunca tinha investido 1 real no sujeito foi quem ficou com o bônus e lucrou muito bem com a transação.

Antes de existir a Lei Pelé, existiam três tipos de situações de vínculos dos atletas com o clube: o empréstimo do jogador de um clube para outro; um jogador que tinha passe livre e alugava o passe ao clube por determinado período e o profissional que tinha o passe preso ao clube e, já com mais de dois anos no emprego, se a instituição negociasse o atleta, este teria direito a 15% do valor da venda, enquanto numa renovação de contrato, havendo algum impasse para renovação, o passe do atleta ainda permanecia preso ao clube por determinado período até se chegar a um denominador comum, uma situação deveras, escravocrata, o que deve ter irritado e imolado tanto o Rei do Futebol, na época de jogador, que ele acabou dando o troco em um dos principais escopos da Lei.

Na atual conjuntura do futebol brasileiro, é muito difícil um jogador atuar por três temporadas seguidas defendendo o mesmo clube e, Gilberto já está atingindo essa marca. Trata-se de um artilheiro nato, que ainda divide opiniões dentro da torcida do clube, mas, um atleta de relevante importância no time e que já integra o seleto grupo dos grandes artilheiros do clube, um atleta que já ultrapassou a faixa dos trinta anos, mas, ainda tem muito mercado e muita rede à balançar, motivo pelo qual, é sempre lembrado ou sondado por grandes clubes do futebol nacional e internacional que valorizam seu futebol de muito faro de gol e tenho absoluta certeza de que expressiva parte da torcida torce pela permanência do atleta no clube, pelo menos, por mais uma temporada.

O presidente Guilherme Bellintani já afirmou, reiteradas vezes, que não fará “loucuras em sua gestão”, o que subtende-se, que ele “não vai pendurar o chapéu aonde o braço não alcança”, uma política que concordo. Entretanto, imagino que fazer um esforço financeiro para manter a permanência no clube de um atleta que dá a resposta dentro de campo, é claro, se houver o interesse também do jogador, não se trata de mais uma despesa e sim, um investimento a mais do clube, sem ser necessário que “jorre petróleo em Dias D’Ávila”, pois, se ele permanecer austero para renovar com Gilberto, o clube ficará, até o final da temporada, refém do atleta e dos seus procuradores.

#Renova com Gilberto, Guilherme.

José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano. 

 

Autor(a)

José Antônio Reis

Torcedor Raiz do Bahêa, aposentado, que sempre procura deixar de lado o clubismo e o coração, para analisar os fatos de acordo com a razão. BBMP!

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