É inegável que Dado Cavalcanti vem fazendo um bom trabalho à frente do Bahia. Pegou um time destruído por Roger Machado e Mano Menezes, que estava prestes a ser rebaixado, e conseguiu arrumar a casa, resgatou jogadores e entregou uma inesperada classificação para a Copa Sul-Americana. Na atual temporada, emplacou um título do Nordestão em cima do Ceará e vem tendo bom desempenho na Copa do Brasil, onde está inserido nas oitavas de final. Isso tudo, sem contar com grandes reforços. Vejam que, mesmo diante do desastre do ano passado, a diretoria só trouxe três titulares (Conti, Thaciano e Luiz Otávio), evidenciando a dificuldade dessa diretoria em ser mais assertiva nas contratações.
Contudo, durante os jogos, Dado demonstra um prazer sádico na demora e na insegurança para mudar as peças. Assistimos essa lerdeza em quase todos os jogos. Vimos o Palmeiras mudar quatro peças diante de um Bahia (que jogava muito bem) exausto em campo. Contra o São Paulo, a primeira substituição só aconteceu aos 30 do segundo tempo. Isso mesmo podendo fazer 5 alterações por jogo.
Muitos dirão que não temos um banco à altura, e isso é verdade, mas, na maioria dos jogos, estamos diante de um fato científico: os jogadores estão exaustos e precisam ser substituídos, haja vista o que aconteceu com Thaciano e Patrick diante do São Paulo.
Outro problema de Dado vem sendo seu apego aos medalhões. Essa teimosia me faz lembrar o velho Roger Machado. Qual torcedor do Bahia não já se pegou pensando por que não tira Rodriguinho em determinadas partidas?
Dado precisa melhorar sua postura ao lado do campo, ter coragem de intervir no jogo, colocar sangue novo em campo, o futebol atual depende muito da condição física dos atletas. Acima de tudo, nosso técnico precisa ter mais vontade de ganhar do que medo de perder.
Adendo: Dado parou de usar a base (fora as mudanças obrigatórias), só vemos os veteranos tendo oportunidade. Lembro que Marcelo demonstrou um ótimo desempenho na única oportunidade que teve, depois disso não foi mais relacionado.
Márcio Peixoto Andrade, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.