Bahia de Feira x Atlético: Uma final que ficará marcada na história!

Bahia de Feira e Atlético fazem uma final inédita. A Grande Festa do Interior!!!!

Foto: @mr_fotografia99⠀

Após o Esporte Clube Vitória ter fracassado pela 3ª vez consecutiva ficando fora das fases decisivas e o time de transição do Esporte Clube Bahia ter sucumbido diante do Bahia de Feira nas semifinais, teremos nesse final de semana uma decisão inédita do Campeonato Baiano, que é o jogo Bahia de Feira x Atlético de Alagoinhas, o qual, além de estar em jogo o título da competição e a premiação estabelecida pelos organizadores, o campeão se credencia a uma vaga direta à Copa do Nordeste 2022. Com isso, o Vitória irá disputar a fase preliminar do torneio no próximo ano.

 

O palco dessa partida final será a cidade de Feira de Santana, na Arena Cajueiro, uma praça de esportes de propriedade do time feirense, haja vista que, o chamado jogo de ida foi disputado no estádio Carneirão, mando de campo do time atleticano, quando houve um empate de 2×2, num jogo morno e estudado no primeiro tempo, mas, no segundo tempo, uma partida eletrizante, de tirar o fôlego de quem assistiu, enfim, um duelo típico de decisão de campeonato, protagonizada por essas duas boas equipes do interior do estado. O placar registrado em Alagoinhas deixa o título em aberto para a volta na Arena Cajueiro, num duelo que promete e, que tanto o Tremendão como o Carcará, pode levantar a Taça, haja vista que, na minha opinião, não há favoritismo para nenhuma das equipes.

Duas grandes cidades do interior baiano, Alagoinhas e Feira de Santana, independentemente do peso econômico que exercem no Estado estão, merecidamente, envolvidas nessa decisão que não é por acaso, haja vista que se trata de municípios  que sempre tiveram destaque no cenário esportivo da Bahia e até, do Brasil, sediando clubes que sempre revelaram grandes jogadores para o futebol brasileiro, principalmente no auge vivido por suas agremiações que ocorreu entre as décadas de 60 e 90, sendo que nos últimos dois anos, o Atlético foi finalista em 2020 enquanto que, em 2019 foi o Bahia de Feira.

Embora o finalista feirense não tenha a mesma tradição do Fluminense, que possui uma  grandiosa torcida e já levantou o título de campeão baiano em 1963 e 1969, inclusive, no segundo título sendo campeão com os “pés nas costas” com um timaço formado com: Ubirajara, Ubaldo, Sapatão, Mário Braga e Noroel; Merrinho e Delorme; Jurinha, João Daniel, Freitas e Marcos Chinês, tendo como técnico, Valter Miráglia. Esse time era tão bom e quase imbatível que liderou o campeonato de cabo a rabo, quando o seu então Gerente de Futebol Enádio Moraes, de tanto ter certeza que seu time seria campeão, debochava nas entrevistas de rádio, com o slogan: “Durmo Líder e Acordo Líder” e, realmente, o time do Touros do Sertão liderou todo campeonato e sagrou-se campeão.

O Bahia de Feira, o velho “Tremendão”, que tem como mascote o Cangaceiro, mesmo tendo mais tempo de cancha que o Touro do Sertão, até porque, é mais velho, tem menor número de torcedores e tem em sua galeria de troféus um título de campeão baiano conquistado em 2011 diante do Vitória, mas pode igualar o Fluminense se for campeão no domingo. Não teve tantos jogadores diferenciados como já teve o Fluminense, já passou por grandes dificuldades de gestão, entretanto, a partir dos anos 2000 conseguiu, sob à batuta do seu benemérito Jodilton Oliveira, além de ter avançado no quesito patrimonial, quando conseguiu construir a moderna Arena Cajueiro com campo de grama sintética, onde manda seus jogos, empreendeu um crescimento técnico e competitivo do time que nos últimos dez anos, tem jogado Copa do Brasil, além de sempre estar próximo ou disputar as etapas finais do Campeonato Baiano.

Quanto ao Atlético, que tem como mascote o Carcará e representa a cidade de Alagoinhas, outrora, a terra da laranja e, atualmente, a terra da cerveja, é um clube que surgiu no início da década de 70, sempre revelando bons jogadores como aconteceu com Luciano, Caroço, Merica e Dendê, com esses dois últimos, guardadas as devidas proporções, comparados na época a dupla de meio de campo formada por Dudu e Ademir da Guia, expoentes da antiga “Academia do Futebol” do Palmeiras. Merica e Dendê jogavam tanta bola que seus passes foram adquiridos pelo Flamengo, objetivando substituir Liminha e Rodrigues Neto.

Após alguns anos de boas campanhas do Atlético de Alagoinhas no Campeonato Baiano, o bem sucedido empresário e visionário do futebol Antônio Pena, ex-conselheiro do Carcará, resolveu fundar a Catuense para rivalizar com seu antigo clube. Embora o gentílico da então nova agremiação pertencesse a cidade de Catu, na prática, o time representava a cidade de Alagoinhas, mandando seus jogos no Estádio Antônio Carneiro, local que a Catuense fez história ao disputar inúmeros jogos com o Atlético que eram denominados de “Clássico da Laranja”, além de grandes participações do “Bem-te-vi” em competições de âmbito nacional, revelou grandes jogadores, a exemplo de Naldinho, Zanata, Luís Henrique, Vandick, e Raimundo Nonato que, para quem não sabe, é o Bobô, que acabou se tornando ídolo do Bahia e um dos destaques da conquista do Bi-Campeonato Brasileiro pelo Esquadrão de Aço.

Fiz questão de fazer esses registros e observações pertinentes ao Fluminense que, infelizmente, foi rebaixado, recentemente, à 2ª Divisão do futebol da Bahia e, também, a Catuense, agremiação que assim como a empresa de ônibus que tinha seu nome associado, não se houve mais falar, por entender que foram ou ainda são equipes sediadas nas respectivas cidades e que no auge das suas existências, além da divulgação dessas cidades no cenário nacional, proporcionaram grandes momentos de alegria e emoção aos seus torcedores, fatos e relíquias que valem à pena lembrar ou relembrar, haja vista que essa histórica e inédita decisão do Campeonato Baiano de 2021 protagonizada por essas duas valentes equipes do interior, entrará nos anais da história do nosso futebol e sempre, será relembrada, assim como está sendo agora, os grandes feitos do passado de quem fez história.

Então, só nos resta aguardar essa finalíssima do próximo domingo, para que seja consolidada a festa do interior.

José Antônio Reis – colaborador do Futebol Bahiano.

 

Autor(a)

José Antônio Reis

Torcedor Raiz do Bahêa, aposentado, que sempre procura deixar de lado o clubismo e o coração, para analisar os fatos de acordo com a razão. BBMP!

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