O Brasil, além de ainda, ostentar e sustentar o status de praticar o melhor futebol do mundo, pois, apesar dos pesares dos 7×1 da Alemanha, só a nossa Seleção é Pentacampeã Mundial de Futebol, também é pródigo em nomenclatura as diversas competições realizadas, desde a então Confederação Brasileira de Desportos-CBD, que promoveu os primeiros campeonatos e torneios de âmbito nacional como, Taça Brasil, Torneio Roberto Gomes Pedrosa, Campeonato Nacional, Copa União, Taça de Prata, Taça de Ouro e outras Taças, inclusive, a famigerada Taça da Uva, competição que proporcionou ao Esporte Clube Vitória em 1994, a conquista do seu único título de âmbito nacional, com o time invicto, e com a participação de mais três clubes dos pampas.
Com à extinção da CBF em 1979 e, consequentemente, a criação da Confederação Brasileira de Futebol-CBF, houve algumas mudanças, tanto no calendário do futebol brasileiro como, também, no formato de suas competições, extinção de umas, criação de outras, inclusive, da democrática Copa do Brasil que foi idealizada pelo saudoso desportista baiano Antônio Pithon e homologada pela CBF em 1989, a competição mais rentável do futebol brasileiro na atualidade e que contempla a participação de grandes, médios e pequenos clubes do país que atuam do Oiapoque ao Chuí, competição que é disputada por fases e em regime de “mata ou morre”, proporcionando boas quotas aos clubes que vão avançando às suas respectivas fases.
Além da Copa do Brasil, foram instituídos os refugos do futebol brasileiro que são as Séries C e D, categorias que mesmo com suas visíveis mediocridades contam, respectivamente, com a participação de 20 e 64 clubes, respectivamente, com acesso e descenso na Série C e acesso da Série D para à Série C.
Como o cerne do comentário é pertinente às Séries A e B do Campeonato Brasileiro, vamos deixar de lado os rebotalhos do futebol brasileiro que são as Séries C e D, respectivamente, terceira e quarta divisão do futebol nacional e, vamos focar a charmosa Série A, que diariamente está sob os holofotes da mídia nacional porque representa o primeiro escalão do futebol brasileiro e, a Série B, que pela própria sequência da letra, já representa uma divisão secundária, mas, que todo ano, sempre acolhe alguns clubes egressos da Série A e acaba mobilizando a grande mídia nacional, como acontece nessa temporada.
Com o novo mapa traçado no futebol brasileiro pelos clubes das Séries A e B, onde em função dos acessos e descensos de quatro clubes em cada divisão, houve mudanças relevantes tanto no aspecto técnico, como no geográfico havendo até, estreante na Série A que será o Cuiabá, cuja presença, compensará a Região Centro-Oeste, após o rebaixamento do Goiás, sendo compensado, também, o futebol do estado de Minas Gerais com o acesso do América que suprirá a ausência do Cruzeiro que não conseguiu retornar à Série A e, ainda, teremos o retorno do Juventude de Caxias do Sul que, há anos, estava ausente da elite do futebol nacional. Quanto à Série B, a grande
novidade será o retorno do Remo, clube de maior torcida do estado do Pará, que estava há uns quinze anos fora desse contexto e, com o acesso, reintegrará à Região Norte do país ao novo mapa da 2ª Divisão do Futebol Brasileiro.
Com os recentes rebaixamentos de Vasco, Botafogo e Coritiba à Série B, já ouvi e li alguns comentários, os quais, em função desses rebaixamentos, aliados à repetência do Cruzeiro na Série B, apontam a Série A 2021, pouco competitiva, previsão que discordo. Em contrapartida, a Série B, pelo fato e fator de reunir cinco campeões brasileiros: Guarani, Coritiba, Vasco, Botafogo e Cruzeiro, alguns, com títulos de Copa do Brasil e Libertadores, reúne todos os componentes para se tornar uma verdadeira guerra pelo acesso, por causa do estreitamento do funil, que só libera quatro clubes para Série A. Também penso assim.
Nos últimos seis anos, em função do desnivelado sobe e desce dos clubes em ambas às séries, tem mudado muito o perfil técnico e convencional de cada divisão. Em 2015, o futebol brasileiro foi surpreendido com quatro clubes do futebol catarinense inseridos na Série A: Avaí, Chapecoense, Figueirense e Joinvile, enquanto que em toda Região Nordeste, só tinha o Sport como o único representante, sendo que aquela farra ou façanha do futebol catarinense foi um “fogo de palha”, que se apagou naquela temporada, com o estado de Santa Catarina chegando em 2020 sem nenhum representante na seleta Série A, só voltando a ter representante em 2021, após o acesso da Chapecoense.
No ano passado, a Série A contou com a participação de quatro clubes da Região Nordeste e, por pouco, não perdemos três representantes para edição desse ano, haja vista que, só o Ceará realizou uma campanha boa e segura, enquanto que Bahia, Sport e Fortaleza, conseguiram permanecer aos trancos e barrancos.
Na condição de nordestino, torço para que, além da Região Nordeste manter esses quatro clubes na elite do futebol brasileiro, possa ampliar esse número com o acesso de mais clubes à Série A, e que o fantasma do rebaixamento que ameaçou o Bahia, por várias rodadas, no Brasileirão de 2020, sirva de lição para persuadir seus gestores implementar uma mudança de patamar no clube, ou seja, sair dessa mesmice de todo ano brigar para não ser rebaixado ou, se contentar com uma vaga na Sul-Americana, e partir para metas mais audaciosas, tipo, brigar pelo título ou, por uma vaga na Copa Libertadores da América, são metas suscetíveis de serem alcançadas, em função da atual equanimidade técnica existente entre os clubes que disputam à Série A, excetuando-se Flamengo e Palmeiras que na minha modesta visão, são disparados, os dois clubes com os melhores elencos do futebol brasileiro, na atualidade.
O suposto poderio técnico e o inegável peso na audiência em jogos que serão transmitidos envolvendo tradicionais clubes que caíram para série B, fizeram com que a TV aberta, reconhecesse a atual elitização dessa Divisão e já reservou algumas datas em sua grade, para transmissão de jogos envolvendo Cruzeiro, Botafogo, Vasco, Vitória, Coritiba e outros menos votados, cujas partidas, serão realizadas às 16:00hs dos domingos e às 21:30hs das quartas-feiras, jogos que acontecerão, simultaneamente, com as rodadas envolvendo jogos da Série A, numa prova inconteste da alta competitividade que haverá com jogos da Série B que, além de proporcionar visibilidade aos adversários desses times que terão a oportunidade do reaparecimento nos “Gols do Fantástico” nas noites de domingo, haja vista que tem “pangaré” que já vai completar três anos que não põe as patas naquele fantástico e criativo “hipódromo” global.
O fato é que, nesse final de semana acontece a tão esperada largada da Série A, quando seus vinte “cavalinhos” estarão em ação durante os próximos seis meses, com o Esporte Clube Bahia recebendo no sábado à noite o Santos no estádio do PituAÇO, um eterno clássico do futebol brasileiro que, por razões óbvias, a torcida tricolor sempre tem boas lembranças e, se no time santista não se vê mais atletas da categoria de Pelé, Pepe e Coutinho não se vê, também, no Bahia jogadores do nível de Alencar, Marito e Biriba, temos que se contentar com poucos jogadores diferenciados que ambas as equipes dispõem para o momento: pelo Santos, Marinho e o garoto Kaio Jorge, enquanto que pelo Bahia, Gilberto e Rodriguinho.
Já pela Série B, seus vinte “pangarés” iniciarão a corrida rumo às quatro vagas da Série A ou, apenas, para garantir permanência no próximo ano. Nesta sexta-feira, o Vitória vai até a cidade de Campinas para enfrentar o Guarani, um ex-gigante do interior paulista e do futebol nacional, campeão Brasileiro de 1978 com aquele timaço comandado por Neneca, Capitão, Zenon, Careca & Cia. Nos últimos três anos, essa é a terceira vez que o rubro-negro baiano joga a Série B, tentando seu retorno à Série A, sendo que nos dois anos anteriores foi um mero coadjuvante, sempre lutando até as últimas rodadas para fugir da degola da Série C.
Portanto, a bola estará em jogo durante os próximos seis meses, com a realização de 760 jogos envolvendo as duas divisões, com os clubes se deslocando em curtas, longas e cansativas viagens, embasadas nas restrições e rígidos protocolos impostos pela pandemia, mas, infelizmente, ainda enfrentando muitos surtos e casos de Covid-19 no decorrer da competição que será finalizada em dezembro e, no seu final, na hora da onça beber água, quem dispor de melhores elencos e de boa performance técnica, deve alcançar os objetivos almejados por cada clube ou, os resultados traçados pelo próprio destino.
– Clubes Série A 2021
Bahia, Ceará, Fortaleza, Sport, Atlético/GO, Cuiabá, América/MG, Atlético/MG, Flamengo, Fluminense, Bragantino, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Athletico/PR, Chapecoense, Grêmio, Internacional e Juventude.
– Clubes Série B 2021
Remo, Confiança, CRB, CSA, Náutico, Sampaio Correa, Vitória, Goiás, Vila Nova, Cruzeiro, Botafogo, Vasco da Gama, Guarani, Ponte Preta, Coritiba, Londrina, Operário, Avaí, Brusque e Brasil de Pelotas.
José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.