As evidências apontam para o rebaixamento do Bahia à Série B

"E.C Bahia - Não existe um único culpado. Existe um conjunto de erros...."

Foto: Enaldo Pinto / Insta: @enaldo_santos_pinto

Não existe um único culpado. Existe um conjunto de erros que se somaram para o Bahia chegar nesse ponto com um time sem nenhum ou quase nenhum brio para disputar um campeonato. Como já havia falado antes e agora repito: uma crônica de um desastre anunciado com uma enorme antecedência e que o presidente insistiu em não ver, subdimensionando o tamanho do prejuízo que hoje se apresenta irreparável. A queda já está consumada? Lógico que não! Ainda não se pode afirmar que já estamos na segunda divisão em 2021. A questão é que as evidências apontam para que isso se confirme vergonhosamente, talvez faltando uma rodada ao final do certame. Algo que dificilmente se reverterá diante de tantos indicadores e dúvidas que parecem não ter fim.

 

Senão vejamos:

Política de Contratações / Qualidade do plantel

A maioria dos jogadores que aí estão não têm a mínima condição de jogar a Série A do Brasileirão. Foram muitas as contratações de qualidade duvidosa tais como: Fernandão, Rodriguinho, Clayson, Rossi, Elias, Anderson Martins, Juninho Capixaba e Juninho, entre outros que não lembro o nome. Daquele grupo do ano passado, o Bahia não fez um esforço sequer pra ficar com Arthur, negociou o Flávio e não contratou para posição que mais precisava: a zaga.

O Flávio, em que pese a perseguição por parte da torcida, era o cara do equilíbrio entre a defesa e o ataque com suas intervenções roubando as bolas do adversário e correndo o campo todo. O pulmão do time que quando foi embora a defesa do Bahia só fez colecionar gols bestas. Enfim, um plantel mal montado com venda dos jogadores melhores e compra de jogadores de qualidade duvidosa, inclusive atentando contra a política proposta de contratações de jovens e emergentes jogadores, quando trouxeram os “idosos”, um fumante e outro visivelmente gordo.

Gestão do grupo

Inventaram, na época do Roger Machado e que perdura até hoje, uma tal HIERARQUIA do grupo que visava escalar os mais antigos, mesmo que não estivessem bem, em detrimento daqueles mais novos que mesmo jogando bem e demonstrando isso, não poderiam jamais ser titulares. Imagina o tamanho do desestímulo que passaram aqueles que lutavam pela posição… no mundo do futebol, o melhor tem que ser titular e aquele que seria o mais velho, em estando mal, deveria ser estimulado à melhorar sua performance. Ao contrário disso, incentivaram a acomodação e a tranquilidade daqueles melhores assalariados em não dar o retorno esperado ao clube e assim vimos o Bahia jogando um futebol ridículo sem que nada fosse feito para mudar o panorama desde então.

Assistir ao Elias jogar e tendo Ramon assistindo ao idoso na beira do gramado parece algo extremamente deprimente e desestimulante. Interessante notar que alguns jogadores que deixam o Bahia, ao chegarem no novo clube, mudam de atitude rapidamente. Por exemplo: o Vinícius, no Ceará, e o Fernandão mais recentemente. O Vina hoje é um dos melhores jogadores do campeonato despertando o interesse dos grandes clubes brasileiros. O Fernandão, no Bahia, parecia de uma letargia sem fim e a barriga só fazia crescer e hoje, no Goiás paradoxalmente apresenta uma barriga negativa e uma disposição invejável nos jogos.

Política par a Divisão de Base

Até um dia desses a nossa divisão de base era tida como formadora de craques para o futebol profissional chegando a nos presentear com alguns craques que por interesses outros foram rapidamente negociados, mesmo com o time principal necessitando de jogador na posição, à exemplo de Rodrigo Becão. Hoje os que conseguem chegar no profissional, logo caem em desgraça como é o caso do Marco Antônio. Sempre relacionado mas, nunca utilizado. Eric Ramires também trilhou o caminho do ostracismo sendo empurrado para fora do clube.

O presidente do Bahia resolveu trazer reforços dos times do Sul para comporem a base do clube ainda que não pareçam melhores que os nossos, encaminhando essa divisão para uma terceira ou quarta prioridade no clube. Estão comprando as promessas das promessas dos outros clubes…

Política do Conformismo

O clube deixou transparecer, e os jogadores prontamente assimilaram, que ganhar títulos não era algo tão importante, criando um conformismo em ter qualquer resultado como aceitável. Ser desclassificado para times infinitamente inferiores e perder títulos passou a ser uma coisa natural dentro das cercanias do Evaristo de Macedo com o “de acordo” do nosso presidente. A perda da Copa do Nordeste parece a imagem mais representativa dessa tal política conformista pois, após o desavento, o Presidente achou tudo normal e manteve o treinador por entender que não era tão significativo a perda do título na competição regional.

Comissão Técnica

Ao final do ano de 2019, o Bahia manteve a sua Comissão Técnica sob a alegação de que seria diferente em 2020… ainda que tudo apontasse que não. O Roger Machado tinha demonstrado não ter mais o grupo nas mãos desde o segundo semestre de 2019, quando o time fez um segundo turno horrível, numa campanha de rebaixado. O presidente só tomou a atitude em trocar o treinador depois dos grandes prejuízos acumulados pelas desclassificações precoces e pela perda do título da Copa do Nordeste, mesmo assim, demorou à perceber que não tinha como permanecer com o Roger.

Trouxe então o Mano Meneses que, totalmente na contramão sobre a política proposta para contratação do treinador, tinha um histórico recente de insucessos à frente dos clubes por onde houvera passado, contribuindo com o rebaixamento do Cruzeiro. Mas, o Mano era o Mano com todo o seu currículo. Esse fato por ser bem mais recente, não será abordado na sua essência. Apenas fica o sentimento de que se perdeu muito tempo durante esse período.

Passaram 3 treinadores pelo Bahia: Roger, Mano e Dado (atual). Nenhum desses se mostrou capaz de fazer o time jogar. Pesaram a qualidade do elenco, a falta do compromisso com as coisas do clube aliado à falta de um elenco com bons nomes. Pesaram ainda o visível mal preparo físico de alguns jogadores indicando que a parte física do elenco não está sendo observada com o devido cuidado. Jogadores que já entram em campo “cansados”, tendo o Rodriguinho como o seu maior representante dessa incapacidade física.

O departamento médico também precisa tomar atitudes na recuperação dos lesionados que, demoram muito para voltarem as atividades criando a figura dos jogadores chinelinhos. Em concluindo nesse vale das lamentações, foram tantos os erros que fica difícil relacionar nesse espaço mas, a Diretoria na figura do seu Presidente Executivo, tem a maior parcela de culpa em ter sido tão omisso desde o nascedouro do problema, no segundo semestre de 2019.

Esperar uma quase impossível reversão do quadro atual é o que resta ao torcedor e aos associados, sendo que os associados têm uma grande parcela de responsabilidade quando a sua maioria revalidou essa GESTÃO DESASTRADA, por mais 3 anos, aos destinos do clube.

Que o Senhor do Bonfim tenha Compaixão de nós!!!

Paulo Fernando, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano. 

 

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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