A simbologia e a simbiose de Jotinha com o Bahia criaram uma mística!

Nem precisava ele fazer graça, porque já era engraçado

A gloriosa e vitoriosa trajetória do Esporte Clube Bahia não é construída apenas de grandes craques ou importantes jogadores que já vestiram ou ainda vestem o seu sagrado manto ou ainda, por cartolas que se destacaram em várias temporadas ou nos inesquecíveis e importantes títulos conquistados durante seus 90 anos de existência. Sua linda e contagiante história é feita, também, pela sua fiel e apaixonada Nação Tricolor, onde já produziu, torcedores carismáticos que se destacaram nas arquibancadas ou fora delas e acabaram atraindo não só a atenção da mídia, como o apreço e o carinho, tanto do clube como dos próprios jogadores e torcedores.

 

E isso começou a acontecer a partir da década de setenta com o “comandante” Lourinho que fazia um tremendo barulho com aquela sua obsoleta e potente buzina na velha Fonte Nova ou em outros estádios, além de ter funcionado como o “feiticeiro” do tricolor no estádio do Beira-Rio, palco da final do Brasileirão de 1988 quando Taffarel, mesmo com os “braços amarrados” pegou todas, mas, não impediu o Bahia de ser campeão. Mesmo com Lourinho em plena atividade, nos anos oitenta surgia um pequeno, mas, gigante personagem que era o “Anãozinho” Evilásio Ferreira que bagunçava na velha Fonte Nova, se fazendo presente nos grandes jogos do Bahia, invadindo o campo antes, durante e depois do jogo, com aquele seu gingado e, por muitas vezes, atrasando o início do jogo. Infelizmente, assim como o velho Lourinho, já se encontra em outro plano.

Já a partir dos anos dois mil, começou a entrar em cena e ganhar destaque na mídia, o fanático, folclórico e peregrino torcedor “Binha de São Caetano”, com o discurso que já virou clichê: “O Bahia é melhor que Barcelona, Real Madrid, Manchester (…), vai ser Campeão Brasileiro, da Libertadores (…), campeão de tudo, porque o Bahia é o melhor do mundo”. Quero crer que é o torcedor do Bahia que mais conhece chão no Brasil e o campeão de pernoites em aeroportos e estações rodoviárias do Brasil porque, até antes da pandemia, estava presente aonde o Bahia estivesse jogando, seja em São Paulo ou em Lucas do Rio Verde que deve estar situada nos cafundós do Judas da região Centro-oeste do Brasil, viajando de avião ou, fazendo voo rasteiro de buzu, trem, van, pau-de-arara, seja lá o que for, ele marcava sua presença.

Convivemos, também, por muito tempo nas dependências da velha e da nova Fonte do futebol, com a presença alegre e vibrante do saudoso Rubi Confete que tinha aquela larga e espontânea gargalhada estampada no seu rosto, empunhando o seu potente megafone ficando, mais famoso ainda, quando deu seu singelo e consciente depoimento no filme, Bahêa Minha Vida, quando bateu no peito e disse: “O Bahia tando jogando e ganhando, Ave Maria, você passa uma semana com fome, mas, vai passar uma semana com amor. Infelizmente, há uns cinco anos, o Rubi Confete não resistiu a um AVC e acabou indo a óbito.

Então, os torcedores citados acima, são ou foram personagens que marcaram época na história do clube, mas, peço desculpas ao Binha de São Caetano que, vivo ainda está, pela minha franqueza de dizer que, todos foram importantes, pelo amor e pela paixão dedicada ao clube mas, o “menino” Jotinha que morava no interior e, há alguns anos atrás, começou a ganhar notoriedade nas redes sociais se tornando o “Rei do Whatsapp”, foi o maior e melhor de todos, se tornando celebridade no clube, inclusive, sendo seu garoto-propaganda, além de ter o carinho e o respeito dos jogadores que se divertiam com suas “preleções” nos vestiários em alguns jogos do Bahia, sem falar do carinho e idolatria da torcida que, até quando o Bahia perdia, se divertia com seus protestos mas redes sociais, porque ele era um cara “virado nos seiscentos”, Made In Elísio Medrado, Bahia, Brazil.

Jotinha era um comediante nato, um cara genial e uma figura carismática, nem precisava fazer graça porque ele já era, genuinamente, engraçado, seja usando chapéu, boné ou expondo sua exuberante careca. “Num intendi”, “Tô retado”, “vou passar o rrrrrôôôôdo”, “Te prepara Papááá!”, são alguns dos seus bordões que o fizeram desembocar no sucesso. Portanto, José Luiz Almeida da Silva, JL ou, simplesmente Jotinha, como era conhecido por centenas de milhares de seguidores, torço para que Deus tenha reservado um bom lugar para que você descanse, eternamente, em paz. VALEU, PAPÁÁÁ!

José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

 

Autor(a)

José Antônio Reis

Torcedor Raiz do Bahêa, aposentado, que sempre procura deixar de lado o clubismo e o coração, para analisar os fatos de acordo com a razão. BBMP!

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