A saída de Roger Machado do Bahia é uma sequência (pedida por mim desde fevereiro) é o reflexo de uma série de erros e insistências da diretoria. O técnico declarou que não estava nem aí para o planejamento, afirmando pensar somente jogo-a-jogo, ao ser questionado porque utilizou Gregore na partida passada, pendurado, mesmo sabendo que Ronaldo não jogaria hoje. Resultado: Elton sai do time alternativo para enfrentar o atual Vice-campeão Mundial.
O presidente que foi ao twitter tentar explicar a manutenção do técnico, com números frios. Típico de quem acha que gestão esportiva é como administração de uma empresa. Não contou o fator emocional, os jogos em casa, o nível de dificuldade dos jogos, o extra-campo, o clima de vestiário, a chuva, o sol. Mas nem isso segurou o treinador.
Lembram que elogiei a postura da zaga no jogo passado e ainda falei do entrosamento? O técnico do Bahia colocou Zeca no lugar de Capixaba. Por que? Duvido que ele saiba.
A diferença do elenco, no papel, era gritante. Isso até meu filho de 6 anos, sabe. Então, como a gente enfrenta o atual Campeão Brasileiro? Aberto, como se ele fosse o Atlético de Alagoinhas, apenas com Elton de volante, ao lado do improvisado, Daniel. Bravo!
No primeiro lance do jogo, uma falha da zaga e Everton Ribeiro quase faz. Na saída do tiro de meta, aquela jogadinha que foi ensaiada nos últimos jogos, finalmente deu certo. Goleiro trocando passe com zagueiro na linha da pequena área, só que Lucas devolveu quicando e
Anderson não esperava. Resultado: o gol mais ensaiado do ano. Patético, mas deve ser treinado. 0x1.
O Flamengo entendeu que era treino e foi tocando como se não houvesse adversário. Numa dessas bolas, na meia-lua, onde SEMPRE tinha alguém dos caras, livre, Pedro chuta com calma e amplia. 0x2.
O Bahia finalmente acorda, vai pra frente e começa a incomodar. Até que numa bela jogada de Gilberto, ele toca pra trás e Rodriguinho diminui. 1×2.
Mas lá atrás, o time que fez apenas 3 faltas no primeiro tempo, paga pela sua postura idiota de “SEM FALTAS”, como grita Roger o jogo todo. Os caras fizeram um golaço, tocando bola como se fosse um treino com cones, como zagueiros. 1×3.
Eis que Nino cruza forte como a zorra, o goleiro deles dá uma pixotada também, pra equilibrar e sobra no pé de Elber. 2×3 e fim de primeiro tempo.
No intervalo TODOS os grupos, comentaristas de whatsapp, amigos, falando o mesmo: o time tomou 3 gols no primeiro tempo, muito aberto, ele vai mudar. Que nada…
O Bahia volta com o mesmo time que tomou 3 gols, em casa, em 45 minutos. Talvez que tenha achado o segundo, ele achou que dava pra manter.
Aí veio o castigo pela teimosia e palhaçada Rogeriana. O cara dispara pela lateral, ele grita: SEM FALTA! A bola sai pela lateral. Na cobrança, lembra do Zeca que entrou no lugar de Capixaba sem motivo? Na sequência, tomou um banho de cuia de joelho e o time tomou o 4º gol. 2×4
O time simplesmente aceitou a derrota e a pressão do time misto dos visitantes. Os caras entravam tocando como se não houvesse defesa. Numa delas, fecharam o caixão. 2×5.
Era o Bahia, finalmente virando o Barcelona, num dia em que o Flamengo estava se inspirando no Bayern. Depois Elber perdeu 2 gols de cara, Pedro ainda brincou dando cavadinha que Nino salvou, e no apagar das luzes, a bola sobra pra Daniel finalmente fazer alguma coisa. 3×5.
Bora Baêa Minha Porra!
Roger caiu e foi MUITO importante. A cada dia que ele se matinha no cargo, toda a gestão de futebol (com os resultados fraquíssimos) de Bellintani, colocavam em risco todas as conquistas do Clube, construída nos últimos anos de redemocratização. E por isso, também, a queda dele foi importantíssima.