Em entrevista ao “Expediente Futebol” neste sábado (06/06), o volante Nilton recordou sua saída conturbada do Vasco da Gama em 2012. Na ocasião, o jogador acionou o clube na Justiça para pedir o fim de seu vínculo por conta de salários atrasados. Ele relatou que às vezes só tinha dinheiro da gasolina e mesmo assim ia treinar com todo o profissionalismo, mas que o Cruz-Maltino conseguiu honrar todas as suas pendências. Ainda sem clube após passagens por Bahia e CSA na temporada passada, o volante Nilton segue treinando intensivamente enquanto aguarda propostas. O atleta não esconde o desejo de retornar ao Cruzeiro, clube onde foi duas vezes campeão brasileiro, e se ofereceu para jogar a Série B em 2020, mas a diretoria não o procurou.
“Eu cheguei a ficar seis meses sem receber [no Vasco]. Fomos campeões da Copa do Brasil com três meses de salários atrasados. E a gente sempre colocou em primeiro lugar o profissionalismo e a instituição. Sabíamos que, se não fizéssemos o nosso papel, seria mais difícil. Então, a gente se fechou. (…) O que ajudou muito naquele momento foi a união do grupo. Conseguimos colocar o Vasco bem. Eu estava só atrás do meu direito. Sempre que eu estava em campo, deixei até a última gota de suor. Depois, o Vasco conseguiu honrar todas as suas pendências. O Vasco honrou com todas as suas pendências. (…) Eu tinha dinheiro às vezes só de gasolina e ia treinar com todo o profissionalismo. Não só eu, como outros ali.”
Natural de Barra dos Garças (MT), Nilton Ferreira Junior surgiu nas divisões de base do Corinthians em 2004 e ficou até 2008 no clube, fazendo parte da equipe que conquistou o Campeonato Brasileiro de 2005 e a Série B de 2008. No Vasco da Gama, ficou de 2009 até 2012, e também foi campeão da Série B (2009), além da Copa do Brasil em 2011. Se transferiu para o Cruzeiro em 2013 e em dois anos no clube, levantou duas taças de Campeonato Brasileiro (2013 e 2014) e um Mineiro (2014). Em 2015, desembarcou em Porto Alegre para defender o Internacional e também conquistou título, o Gauchão de 2015.
Passou ainda pelo Vissel Kobe, do Japão, antes de acertar com o Esporte Clube Bahia. Em janeiro de 2018, assinou contrato com o Bahia válido por uma temporada, com possibilidade de renovação automática caso atinja determinado número de partidas no ano. Como não atingiu, ao final de 2018, sua permanência quase não aconteceu, porém, o atleta aceitou uma redução salarial e permaneceu no clube. Em 2018, ele jogou 21 vezes e marcou um gol. Já em 2019, o jogador atuou apenas 7 vezes (4 como titular), marcando um gol, antes de ser liberado para acertar com o CSA. No clube alagoano, foram 12 jogos disputados e um gol marcado justamente contra o Bahia. No Tricolor Baiano, foi bicampeão baiano (2018 – 2019).