Por meio de uma publicação no Instagram, o ex-jogador e atual senador (Podemos-RJ) Romário criticou o projeto de lei apresentado na Câmara dos Deputados na última quinta-feira que busca o congelamento por 12 meses das parcelas do Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro) e prevê também a redução de 50% do valor pago a jogadores em caso de rescisão de contrato unilateral com os clubes. O artigo 6º do projeto de lei, de autoria do deputado Arthur Maia (DEM-BA), determina que, em caso de demissão, o atleta tem direito a receber integralmente o pagamento dos salários previstos até o final do contrato. Por outro lado, o projeto de Maia busca diminuir esse valor pela metade, e permitir ainda que a quantia seja paga de forma parcelada pelos clubes.
“Uma coisa é tentar negociar alguma redução salarial durante a paralisação. Outra bem diferente é querer, por uma manobra legislativa, criar uma espécie de salvo-conduto para que continuem a endividar irresponsavelmente seus clubes com contratos altíssimos, para depois simplesmente jogar o calote na mão dos atletas”, disse Romário.
De acordo com o deputado federal Arthur Maia, a mudança na Lei Pelé não passa de uma adequação dos processos desportivos à reforma trabalhista que vigora no Brasil desde 2017. “O Brasil viveu em 2017 uma reforma trabalhista que unificou os direitos dos trabalhadores para tornar as relações empregatícias no país mais semelhantes às do mundo inteiro. Assim também deve acontecer no futebol. Não adianta imaginar direitos quando a outra parte não tem condições de pagá-los”, afirmou o deputado.