Elenco sub-23 do Vitória cobra salários atrasados e ameaça não treinar

Paulo Carneiro teve que conversar com os jogadores

Foto: Maurícia da Matta / EC Vitória

Que o Esporte Clube Vitória tem sérios problemas financeiros, isso não é novidade. O próprio presidente Paulo Carneiro, em entrevista recente à Rádio Metrópole, afirmou que a situação de caixa do clube é calamitosa. Isso reflete na dificuldade para pagar salários. Na noite desta segunda-feira, em matéria publicada pelo site Globoesporte, dá conta de que os jogadores do elenco sub-23 estão sem receber salários, alguns não receberam sequer o 13º, nem pelos meses referentes a dezembro de 2019 e janeiro de 2020.

 

Por conta dos salários atrasados, os jogadores ameaçaram não treinar nesta terça-feira. Ainda segundo a publicação, o presidente do Vitória, Paulo Carneiro, teve que ir a campo e convencer o grupo a mudar de ideia. No sábado, o Rubro-Negro tem jogo pelo Campeonato Baiano contra o Atlético de Alagoinhas. Funcionários do clube também reclamam de atraso nos salários. Um deles, sem se identificar, revelou ao Globoesporte a dificuldade enfrentada pelos trabalhadores e ameaças recebidas. Os de menor poder aquisitivo atravessam dificuldades e recebem ajuda de colegas.

“Quem recebe em dia são os profissionais. O sub-23 está na mesma situação de outros funcionários do clube, sem receber 13º, dezembro, janeiro, não receberam nada. Hoje pela manhã, eles disseram que não iriam entrar em campo para treinar, até que o presidente desceu e, na frente de todos, ameaçou que, se não entrassem em campo, iria colocar todos para fora. Na verdade, sempre a gente vê jogadores ajudando. Eu já ajudei um funcionário, que me pediu R$ 50, para pagar uma conta, porque iam cortar a luz dele. Mas os relatos são tristes. A gente vê um funcionário que recebe muito pouco dizer: ‘Está começando a escola da minha filha, e eu não consegui comprar o estojinho que ela pediu'”, conta.

“Tem funcionário que, até para ir trabalhar, não tem o meio de trabalhar, não tem o dinheiro para botar uma gasolina na moto. As pessoas que dependem disso usam o cartão de crédito, vai entrando juros. Mesmo que receba o valor depois, os juros, já não vai dar mais conta. Uma situação muito triste. De alguma forma, dinheiro tem entrado para o clube, porque o clube está fazendo uma série de obras, trouxe uma série de jogadores. E a gente sabe que esses jogadores, para vir, estão recebendo algum dinheiro.”

“O sub-23, que teoricamente é uma categoria profissional, está sem receber. E esse tratamento diferente tem causado protestos em treino. Uma hora isso vai explodir, porque, quando mexe com a parte financeira e a pessoa tem outra opção fora do clube, ela consegue. Mas, quando a única opção financeira é o clube, uma hora essa história tende a dar errado” relatou.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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