O zagueiro Ramon, antes de mesmo de estrear pelo Cruzeiro, já deixou o clube mineiro. O jogador foi contratado no ano passado pela antiga direção do clube, assinando um pré-contrato em agosto, quando ainda defendia o Esporte Clube Vitória. Porém, o clube celeste acabou rebaixado para a 2ª divisão, a diretoria anterior renunciou e o acerto com o zagueiro Ramon ficou praticamente desamarrado já que a nova direção do clube não tem interesse no jogador, principalmente pelo salário que foi acordado pela antiga gestão (mais de R$ 150 mil, limite previsto pela nova direção). Nesta sexta-feira, o Cruzeiro informou que não exercerá a compra do defensor, portanto, não será utilizado, mas a Raposa não informou, na nota oficial, o motivo para não exercer a compra. O empresário de Ramon, André Cury, detonou o clube e disse ser um caso de polícia.
“O Cruzeiro, ultimamente, não tem nenhum tipo de conversa. O clube está à deriva. Ele expõe o menino, faz o menino vir para fazer papel de palhaço. Eu perguntei: “Vocês querem que o menino venha ou não?”. Falaram: “Vem! Jogador é nosso”. Pediram para abaixar o salário. Ele aceitou abaixar o salário. Pede para aumentar um ano de contrato, o que foi uma surpresa para mim, porque eu achava que seria um problema para o clube (tempo de contrato). Mas, então, falam que o menino é muito bom, que o Adilson contava com ele. Damos um ano de contrato a mais. No fim, dizem que não querem ficar mais. E, inclusive, tentam achar argumentos esdrúxulos e mentirosos que passaram do limite e é caso de polícia. (Quais foram os argumentos?) Pergunta para eles. É caso de delegacia. Porque a delegacia que está investigando o clube, já tem que dar uma esticada na investigação para esses caras aí”, disparou o empresário, em entrevista ao Globoesporte.
Ramon vinha treinando, na Toca, desde a quarta-feira da semana passada, mas sem definição do seu futuro. Nos últimos dias, não foi a campo trabalhar com o grupo. O salário do jogador tem vencimentos de quase R$ 200 mil. A situação modificou, segundo ele, quando Zezé Perrella assumiu o comando do Cruzeiro, em outubro. De acordo com André Cury, o então gestor do futebol ligou, afirmando que não tinha ciência do acordo. O Cruzeiro chegou a propor diminuir o salário e aumentar o tempo de contrato, e as partes vinham conversando, porém, o clube mineiro decidiu não permanecer com o atleta.