Apesar da campanha ruim no segundo turno, ficando nove jogos seguidos sem vencer, o técnico Roger Machado em nenhum momento teve seu nome especulado para uma possível demissão, algo raro no futebol, especialmente do clube. Vale lembrar que ele se tornou o segundo treinador a iniciar a terminar o Brasileirão ileso no comando do tricolor, repetindo o feito de Cristóvão Borges, em 2013. No entanto, a diretoria bancou a permanência de Roger que vai iniciar o trabalho em 2020 comandando o time na Copa do Nordeste, Copa do Brasil, Copa Sul-Americana e Campeonato Brasileiro. O Baianão será disputado pelo time de transição comandado por Dado Cavalcanti. Em entrevista após derrota para o Fortaleza, Roger falou sobre o planejamento para 2020.
Copa do Nordeste
– Planejamento é feito gradativamente. De antemão, quatro equipes fortes do Nordeste. O que me vem na cabeça rapidamente é uma disputa local mais forte. Mas, do ponto de vista da logística, por exemplo, facilitada para a gente que é do Nordeste, tem deslocamento muito mais longos que outras equipes do centro do país. Que bom que o Nordeste está conseguindo colocar equipes fortes no campeonato, que buscam o protagonismo, como o nosso time, o Fortaleza do Rogério Ceni, que se destacou na competição. Isso é bom para o futebol do Nordeste, essa força dentro de campo e fora de campo.
Permanência?
– A gente veio forte para o ano que vem. Buscar avaliar o que a gente fez de bom, onde a gente pode melhorar, que posições precisamos buscar reforços, que outras tivemos avaliação de que estamos bem servidos, para iniciar um ano forte, um ano que vai ser de muita expectativa pelo que a gente fez também neste ano. Meu contrato já é vigente até o fim do próximo ano, e a permanência é certa.
Importância da manutenção do elenco
– Cada etapa que tu passas é um fortalecimento. Isso é bagagem. Renato Gaúcho fala. É a casca. Dá frustração, gera memórias. No momento seguinte que esses cenários acontecerem, você consegue superar. Por isso é importante ter a manutenção de jogadores. Você tem um lastro e uma memória coletiva.
Reformulação do elenco?
– O que eu vejo do nosso grupo é que foi um grupo muito forte. Montar time com característica de futebol reativo foi em função do que a gente tinha de melhor à disposição. Jogadores com forte marcação, laterais bons na linha defensiva. O que eu senti falta como treinador de equipes que sempre propuseram o jogo? Jogadores que em linha defensiva pudéssemos ter um pouco ais de trato com a bola e construção do campo de defesa. Hoje os times marcam mais alto. Principalmente nas laterais precisa ter jogadores com um pouco mais de construção com a bola no pé. Se a gente analisar no ponto de vista técnico do nosso time habitualmente titular, Élber, Artur, jogadores de lado que têm mais destreza com a bola. No meio, jogadores fortes com marcação. Laterais que atacam o espaço com o tempo. O que a gente está procurando agregar qualidade é um jogo um pouco mais limpo, que a gente possa ficar um pouco mais com a bola, sem abrir mão de atacar bem. Buscar um equilíbrio um pouco maior, à medida que esse ano foi um jogo mais direto.