Inspirado em sucesso de Edson Gomes, meia do Bahia homenageia o pai

Ele também falou da sensação de vestir a camisa do Bahia

Foto: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia

Três jogos foram suficientes para o meia Ramires cair nas graças da torcida do Bahia e conquistar seu espaço na equipe titular. Aos 18 anos, o jovem cria da divisão de base tricolor deu uma assistência e marcou um gol nessas primeiras apresentações. Diga-se, o primeiro gol como profissional não poderia ser mais do que especial, diante do torcedor na Arena Fonte Nova pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana.

Nesta sexta-feira, o jogador concedeu sua primeira entrevista coletiva pelo Esporte Clube Bahia e se emocionou a falar do seu pai, falecido há dois anos. Revelou que sonhava com o primeiro gol como profissional para dedicar ao seu pai, fã do cantor Edson Gomes. O jogador se arriscou na música e cantou um trecho de um sucesso do baiano considerado o maior nome da música reggae no país, “Árvore”. Versos que inspiraram a vida do jovem de 18 anos, morador do bairro Águas Claras, em Salvador.

“Momento difícil. Perdi ele quando tinha 16 anos. Faz dois anos que perdi ele. Falei para mim mesmo que quando fizesse gol no profissional eu iria comemorar dançando reggae. Infelizmente na euforia não deu. Mas ele sabe que sempre estarei com ele no meu coração. Ele era fã de reggae. Sempre escutava reggae. De manhã cedo eu acordava com ele escutando Edson Gomes. Ele gostava de “Árvore”, tem uma que é assim: “Vamos amigo, lute! Vamos amigo, lute! Vamos amigo, lute! Uoou! Vamos amigo, ajude! Senão a gente acaba perdendo o que já conquistou…” – cantou o jogador tricolor.

Ramires também falou da sensação de vestir a camisa do Bahia e atuar na Arena Fonte Nova.

“Sensação inexplicável. A Fonte Nova lotada, jogar no Esquadrão. É um sonho de criança, como já disse. O primeiro jogo contra o Sport estava muito nervoso, a galera aqui dentro me ajudou bastante. Hoje estou mais acostumado para ajudar a equipe tanto no setor ofensivo quanto o defensivo. Estou bem. É continuar trabalhando”

Antes desconhecido, o jogador agora posa para fotos com torcedores nas ruas da capital baiana e aproveita o momento de fama. O número de seguidores nas redes sociais também cresceu bastante. Em pouco mais de duas semanas, o número de seguidores nas redes sociais mais que quadruplicou.

“São vinte dias de muita felicidade na minha vida. Nunca pensei que seria assim o começo, a estreia. Em média acho que já ganhei uns 10 mil seguidores. Fui no shopping um dia desse e um cara me viu, me pediu para tirar foto. Muito bom, muito gratificante. (…) Muitas mensagens. Mas não posso me deslumbrar com isso. As mensagens dos familiares tento responder todos, as vezes não dá. Tento responder com mais carinho quem está mais próximo de mim. É não se deslumbrar e manter o foco”, disse.

Confira outras declarações de Ramires, publicados no site Globoesporte:



Repercussão com colegas da base

– Muitos chamam para tirar foto. Muitos estavam comigo no início, acreditaram em mim desde o início.

História

– Sou de Águas Claras [bairro de Salvador]. Morava no Uruguai, na Cidade Baixa. Com dois anos fui para São Paulo com meu pai e minha mãe. Ficamos nove anos lá. Voltei quando tinha 11 anos. Quando voltei, fiz testes aqui no Bahia e no rival, não passei. Em 2011 fiz o teste aqui e passei.

Gol e sucesso

– Acontecendo muito rápido. Graças a Deus pude fazer o gol ontem, ainda em uma competição internacional. O Bahia não tem esse título ainda. Agora é continuar trabalhando com foco nos treinamentos.

Cotidiano

– Moro aqui mesmo no Fazendão. Fim de semana vou visitar minha mãe.

Pessoas que ajudaram na carreira

– Tenho ele como um pai que me ajudou bastante, nome dele é Hilton, mora perto de minha casa. Quero cumprimentar ele. Me ajudou bastante quando perdi meu pai. Foi mais como um familiar mesmo. Me ajudou bastante, me deu bastante apoio. Ele e Jose, a esposa dele. ME ajudaram bastante.

Tapas na comemoração

– Isso sempre quando alguém sobe e faz o primeiro gol rola. Clayton fez e os caras não pegaram ele. Só rolou comigo (risos). Foi especial. O grupo me acolheu bastante.

Férias

– Vai ser o momento que vou tentar ficar com minha família o máximo possível. Sem me deslumbrar. Manter o foco e ficar com meus familiares.

Campos em que jogou

– Joguei em Cajazeiras X, no Ypiranga na Vila Canária, joguei na Boca do Rio também bastante. Joguei em Simões Filho. Em muitos campos.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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