A Copa do Nordeste 2018 e seu INÉDITO CAMPEÃO – Viva a Bolívia Querida!
Ainda meio atônito diante do vexame que nos proporcionou o nosso Esporte Clube Bahia nessa decisão da Copa do Nordeste, no último sábado, na Arena Fonte Nova, venho questionar algumas passagens, ocorridas no intervalo entre uma partida e outra, para tentar entender o que de fato tenha acontecido.
Claro que não tenho pretensões em ser uma pessoa dotada de raciocínio privilegiado mas, fiquei muito encafifado diante da bizarra atuação do time Tricolor em si. Gostaria preliminarmente de me eximir das provas pois, repito, são meras elucubrações e não podem, nem devem ser consideradas como “choro”. Antecipando aos vicentinos, nas suas hilariantes tentativas de maximizar um mínimo vexame, devo informar que o time do aterro foi desclassificado de forma vergonhosa por esse mesmo nosso algoz de sábado.
Nunca fui e não sou adepto da teoria da conspiração! Aceitei o resultado de boa ainda que, repito, tenha me deixado virado no estopô da gangrena do raio da siribrina!!!
Mas… Vamos lá!
O Bahia como sempre, e merecidamente, chegou em mais uma final desse importante torneio regional que envolve os principais clubes da nossa amada região Nordeste. Conseguiu esse lugar de honra com esforço próprio e sem maiores favores quando derrotou os adversários que se apresentaram pelo caminho. Até então parecia algo muito certo e cartesiano que, sem maiores dificuldades, o Bahia ganharia com os méritos e louvores esse importante certame.
Foi até a capital maranhense e diante de um adversário empolgado pela “INÉDITA” (guardem bem essa palavra) final, estaria jogando o “jogo da sua vida” diante de um Clube da série A e, teoricamente muito superior. Começou o jogo e num lance de total infelicidade (repetida para variar) o Bahia tomou o gol mais rápido da Copa (do Nordeste), aos 53 minutos do mal iniciado primeiro tempo da peleja dita de ida. Após essa fatídica jogada, o Bahia foi pra cima e encurralou o adversário que começava a revelar a sua maior arma, o Goleiro Andrey, que “pegava” até pensamento.
O Tricolor Baiano martelou o adversário até o final do jogo ainda que tenha sofrido alguns contra-ataques perigosos que quase jogavam o sonho do Tetra do Nordeste pela via inferior. Assistimos, em resumo, uma partida de razoável à boa do Bahia que, apesar de todo o empenho, não conseguiu sequer um gol ao longo dos 89:07 minutos, sem contar os acréscimos.
Jogo encerrado, vantagem revertida e uma quase certeza de que o Bahia iria, dentro da Arena Fonte Nova, diante da Grande e Imensa Nação Tricolor, dar um troco num placar suficiente para, finalmente, sair vencedor da desejada “orelhuda”.
Chegou o grande dia! Dia de minimizar o sofrimento que havia nos proporcionado a seleção pátria, na Copa do Mundo ainda em curso. Alegria! Sábado o Bahia iria animar os Tricolores que se dispuseram em ir ao Estádio e, na via da regra, empurrar o Tricolor de Aço para um grande triunfo. Expectativa geral. Edigar Junio estava voltando, havia a promessa de que os gols enfim sairiam.
Começa o jogo e o Bahia, personificado pelo Grefore, toma o cartão amarelo mais rápido da Copa (do Nordeste, é claro). Entretanto, demonstrava que o elenco estava disposto a liquidar a fatura ainda no primeiro tempo. Ledo, triste e doloroso engano! Diante dos mais de 45 mil pagantes (os maranhenses vieram em número de, no máximo, 60 – 80 testemunhas) que puseram os pés num Estádio de primeiríssimo mundo. Então, sem ser matemático, a maioria absoluta, relativa e mediana do Estádio era dos Tricolores ávidos em comemorar mais uma importante conquista.
Só que as favas não foram bem contadas e nada de gol, ou dos necessários gols para levantarmos a linda “orelhuda”. pela segunda vez consecutiva. O que houve? Onde estava o “pé frio” nas arquibancadas? Será que foi a minha ausência? Pois é. Fiquei em casa degustando uma “puro malte” estupidamente gelada e tentando entender a razão do Bahia realizar uma partida sem nenhum brilho.
Quem era o culpado? Ou os culpados? Enfim, como justificar uma partida do Tricolor bem abaixo daquela realizada em solo maranhense? Sinistro não?! Alguns culparam o Treinador, outros o Presidente e outros até colocaram a culpa na “mãe do pantanha”… Certeza apenas a de que jogadores como o Zé Rafael e até o Régis pareciam estar em outra dimensão. Outros também pareciam adivinhar que a missão “tetra do Nordeste” era impossível. Resultado: uma partida pífia e totalmente diferente da primeira realizada em São Luiz do Maranhão!
Eu, como disse ao iniciar esse tratado, fiquei observando, estático diante da TV, de 49 polegadas, em HD, o jogo e ouvindo o pessoal da emissora detentora dos direitos televisivos e me chamou a atenção o fato de que, desde o início da transmissão, eles frisarem com bastante ênfase o fato de que seria um título INÉDITO (olha a palavra aí) do que eles, numa “babação da porra”, insistiam em denominar o glorioso Sampaio Correia de “BOLÍVIA QUERIDA”!
Assim, ao final imaginei quando vi a merecida festa (ganhou e acabou, não se discute) do adversário (time fraco e de Série C) em solo baiano: será que esse time, tão frágil, que está em uma complicada situação na série B, foi realmente forte, guerreiro e superou o Bahia apenas pelos seus próprios méritos?
O Bahia por sua vez, foi tão raquítico que não conseguiu fazer um gol em 179:07 minutos? Então, imaginei: Será que não houve um “grande acordo comercial” para que esse “TÍTULO INÉDITO” (olha a palavra aí) para um fraco e pobre time do Maranhão?
A Copa do Nordeste, patrocinada pela Esporte Interativo ficaria, em tese, bastante depreciada pelo fato de ter sempre um mesmo Campeão: O Esporte Clube Bahia!
Isso colocaria em risco todo um projeto de valorização da competição visto que seria um certame que já começaria com um Campeão definido, antes mesmo das fases intermediárias. Eles estão copiando exatamente o que a poderosa Rede Bobo de TV tem feito ao longo de muitos anos, inclusive com os malditos horários para os jogos noturnos.
Desculpem mas, a meu ver, tem algo estranho, muito estranho nessa final. Uma pena pois, a cada dia, percebemos que o Futebol Brasileiro e por extensão, o Futebol Nordestino vem sendo tratado como um mero PRODUTO de prateleira.
Paulo Fernando, torcedor do Bahia, amigo e colaborador do Futebol Bahiano.