Só não vê, quem não quer ver o Complexo de vira-lata, a falta de autoestima dos atletas da seleção brasileira, que a época dessa definição sócio-psicológica e futebolística serviu para conceituar a inferioridade, dos nossos jogadores diante dos adversários, os quais se agigantavam e fazia com perdêssemos uma copa em 1950, já ganha com antecipação pela crônica esportiva e torcedores de antanho.
Marcou como nunca o futebol nacional, até que pudéssemos nos redimir 1958. Toda verdade, dessa expressão famosa do mestre Nelson Rodrigues, será perdoada, por mais dura que seja. E toda covardia de um elenco, liderada ou não pelo seu comandante técnico, será castigada pela derrotas, que já foram quatro, até agora. A nação tricolor não se conforma. Há definições para todo gosto, para explicar o inexplicável para alguns.
Contudo, claramente explicável, seja hipoteticamente, em razão de falta de autoestima coletiva, seja por falta do carinho e sensitivo da torcida tricolor, seja por conta de um gramado amador, seja em razão da discrepância dos valores e “suposta” superioridade dos personagens, adversário em campo, seja qual for a desculpa plausível.
Não justifica em fim tamanha covardia, tamanha apatia, tamanho derrotismo. São fatos que a priori parece surreal, sobrenatural, como aquele do nosso rival, no ano passado, que não conseguia fazer seus resultados em casa. E lá fora era um vero Leão. No nosso caso, por aqui “Superman”, por lá uma Zorra de Kryptonita. Assim não dá… assim não vai a nenhum lugar, exceto a zona, a mais um humilhante rebaixamento.
Não olvidamos, não desconsideramos que há sim, uma discrepância, há sim uma certa inferioridade técnica, há sim um desnível financeiro, há sim uma imprensa do eixo sudeste barrista, que só enxerga o próprio umbigo: Menguista e Corintiano. Mas a nossa empresa, ver o quê, além do Ba-vi?
A suposta inferioridade coletiva, é mais embaixo, é mais robusta, é gorda de incapacidade, mas não só do Guto, é sobretudo de quem o recontratou.
O time, pode não ter a mesma qualidade, que os demais que estão no momento entre os primeiros da tabela, entretanto, está longe de ser qualquer um dos que estão beirando a várias rodadas a zona maldita.
Já foi dito e reiterado, por aqui, por amigos do blog, bem mais capacidade que o quem o subscreve, que Carpegiani, empatou com o Palmeiras, no ano anterior, mesmo estando perdendo por dois gols de diferença, e só não ganhou por pouco. Que Guto, o profissional, na série B, em 18 partidas fora, ganhou duas, e os oponentes, só havia um do mesmo tamanho de suas glórias, o Vasco, o resto era mero participantes, como hoje somos nessa competição em vigor, mas até quando?
Até quando, continuaremos sofrendo, esperando, um outro resultado que não seja a derrota? Ser derrotado não é nenhum demérito, não é nenhuma desonra, exceto, sem lutar, sem soar, sem tentar até as últimas forças, até o último segundo do segundo tempo.
Sem essa disposição em campo nos dois tempos, nesse caso temos uma derrota aviltante que não honra as cores da camisa que veste, que não honra as glórias que envergaram as armaduras dos nossos grandes ídolos, que honraram o azul, vermelho e branco, que nos legaram dois títulos de glória nacional.
Se o caso é de complexo de vira-lata, o vira-lata, a inferioridade de visão, de gestão profissional e técnica, o vilão da estória é de quem comanda o clube, que insiste, em manter um profissional, que nos deixou a ver navio, sem farol.
Que o time que o levou para as bandas do sul, depois o mandou para bem longe, e veio parar por aqui. O Inter, que o tirou, do nosso tricolor no ano anterior, e o demitiu, de maneira no mínimo deselegante e imoral. Se este não serviu para o Inter, serve para o Bahia, quem se apequenou ao recontratá-lo?
O complexo de vira-lata, é da direção do Bahia, que mantém o Técnico. Este já demonstrou que é o que é: caseiro, só não vê, quem não quer ver. E quem não vê na primeira, certamente, verá na segunda.
Lázaro Sampaio, torcedor do Bahia, amigo e colaborador do Futebol Bahiano.