“Nada acontece por mágica”, diz técnico do Bahia após empate com Ceará

O Esporte Clube Bahia não fez nesta terça-feira uma partida de encher os olhos, longe disso, porém, conseguiu o seu objetivo que era a classificação para mais uma final de Copa do Nordeste, a segunda consecutiva e a 3ª em 4 anos. No entanto, o que chamou a atenção no empate em 0 a 0 com o Ceará foi a impaciência da maior parte da torcida presente na Arena Fonte Nova que ficou na bronca e vaiou o time na saída para o intervalo e após o apito final.

O técnico Enderson Moreira em entrevista após o duelo reconheceu o rendimento abaixo do time, mas valorizou a vaga na final. O treinador também lamentou os inúmeros desfalques, principalmente no setor de ataque, sendo obrigado a jogar com Élber mais avançado, já que o Bahia não teve Edigar Junio, Júnior Brumado e Kayke, todos machucados. Gilberto, contratado recentemente, não pode atuar no Nordestão.

“Falar que está bom, acho que nunca vai estar bom para treinador nenhum, para torcedor nenhum. A gente quer sempre mais. Agora, não quero desmerecer a possibilidade de disputar uma final. Futebol é muito equilibrado. Vocês estão acompanhando a Copa do Mundo. Hoje podíamos estar passando sem Argentina, sem Alemanha, equipes extremamente tradicionais. Futebol é muito igual. Não é do jeito que as pessoas pensam, que qualquer equipe vem, joga e faz o resultado. São jogos extremamente difíceis, complicados. A gente tem que saber jogar o jogo, ter tranquilidade. Estou chegando agora, não existe mágica no futebol. O que nos tira muito as possibilidades é o grande número de desfalques. Não é a forma que a gente gostaria de estar com a equipe, mas não posso ficar lamentando. Tem que enaltecer a equipe que disputou o jogo, correu, um confronto de 180 minutos conseguiu o triunfo fora de casa. É ter paciência. Hoje consegui fazer uma substituição no final por vontade. As duas outras foram por lesões. É ter paciência. Uma coincidência ruim de um setor nosso não ter alguns jogadores. No primeiro tempo, nossa equipe foi um pouquinho aquém. No segundo brigamos, lutamos, criamos situações. O mais importante, na minha concepção, é estar mais uma vez na final”, disse.



“Para mim, o maior problema nosso é a questão ofensiva. A gente deixou de fazer um jogo melhor pela falta de peças. A gente tem o Itinga, que é um jogador jovem. Tenho muito cuidado para lançar um menino. Se lançar, e ele não der resposta positiva, pode condenar a trajetória dele no clube. A gente tem tentado ter tranquilidade. Agradeço muito ao nosso torcedor hoje. Vaiar ao final do jogo, não ficar satisfeito com o resultado é um direito que ele tem. Nada acontece por mágica. Tenho uma semana no clube. A cada dia que passa, a gente tem menos opção. Se avaliar as partidas anteriores, tem um setor… É coisa rara. Edigar Junio no departamento médico, Brumado, Kayke e o Gilberto, que não pode jogar. Você acha que a gente fica feliz em fazer esse tipo de improvisação? Não. Ninguém gosta. A gente tem uma série de situações que não são ideais, mas não tem como fazer. O que quero fazer, eu tenho na minha cabeça. Para muitos, jogar sempre bem é o objetivo e é o nosso objetivo também. Atuações, às vezes, a gente não consegue ter atuação fantástica. Mas tem que entender que são seres humanos. Temos que entender. A equipe do Ceará passou por dificuldade dentro de casa também. A gente tem que fazer o trabalho de cada dia. Sei muito bem onde quero chegar. E no tempo certo. Se for chegar onde quero no prazo pequeno, vou me frustrar e frustrar todo mundo. É questão de a gente ter tranquilidade para buscar o melhor desempenho”, complementou.

Ouça a entrevista:

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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