No domingo (1º) acontece o primeiro BA-VI das finais do Campeonato Baiano com expectativa de excelente público na Arena Fonte Nova. E nada mais marcante do que balançar as redes no clássico mais disputado do Nordeste, este é o pensamento do atacante Edigar Junio, que completou recentemente 100 jogos pelo tricolor e chega na sua terceira temporada. No atual elenco, só Lucas Fonseca jogou mais que ele.
Não importa se na ponta ou como centroavante, o atacante de 26 anos gosta mesmo é de estar em campo e marcar gol no BA-VI. Em entrevista concedida ao repórter Bruno Queiroz do Jornal Correio, ele fala sobre o momento mais inesquecível e o mais triste no Bahia, além de destacar o quanto gostoso é marcar um gol no clássico BA-VI, muito mais do que no clássico nordestino contra o Sport-PE – que perdeu o título do nordeste para o Esquadrão com gol de Edigar Junio.
Veja a entrevista completa ao repórter Bruno Queiroz:
Qual foi seu momento inesquecível no Bahia?
A final da Copa do Nordeste, onde eu pude fazer aquele gol histórico [na final de 2017, contra o Sport] não só para mim, mas para o clube. Depois de um tempo sem vencer a Copa do Nordeste, eu fui o autor do gol do título.
E o momento mais triste?
Acho que as lesões. Eu tive algumas aqui no clube, não tem como dizer qual foi a pior, mas é sempre muito ruim não poder participar, estar querendo e por conta de lesão não poder ajudar.
Domingo tem final. Qual o clássico mais gostoso de marcar: Bahia x Sport ou Ba-Vi?
Ah, Ba-Vi. Ba-Vi é mais gostoso de fazer gol. De todos os clássicos que eu disputei, eu joguei no Atlético-PR, Joinville e aqui, esse é o mais forte. Que mexe com toda a cidade, com o emocional de todo mundo. O Ba-Vi para mim é o melhor e espero que consiga ter esse gostinho de novo.
No último Ba-Vi na Fonte Nova você brocou. Bahia venceu por 2×1, com o segundo gol seu… Qual a expectativa para esse clássico?
A gente sabe que a equipe deles está bem confiante, bem qualificada, mas clássico é diferente. Lá dentro de campo, quem se doar mais, quem brigar mais, eu acredito que tem sucesso. A gente está bem confiante. Acredito que aquele jogo que passou íamos ter uma superioridade, mas isso aí não dá para afirmar porque acabou o jogo. Estamos com sede, com gana e vamos buscar o título. E, se Deus quiser, vamos comemorar lá na casa deles.
No ano passado, os jogadores do Bahia chegaram ao estádio passando no meio da torcida, na Ladeira da Fonte das Pedras. Isso realmente faz diferença?
Isso é válido. A gente vê a grandeza, o amor da torcida por nós quando tem esse corredor aí. Tem jogadores que não conhecem e, quando virem a massa, como eles fazem, aí sim entendem o que é o Bahia. Espero que mais uma vez o time e a torcida estejam juntos para a gente conquistar o título juntos.
O quão baiano você é hoje?
Eu vivi muito tempo no Sul, mas agora estou aqui no Nordeste, me sinto adaptado. Sempre gostei de praia, de calor, e a Bahia tem toda essa beleza na praia, o povo também é muito receptivo e isso ajudou bastante. Já posso dizer que sou baiano, sim. Espero que a gente continue tendo mais desse baianês.
Quais as gírias que mais usa?
Baba, barril…. Já ouvi dizer que tem até um livro de baianês. Ainda não comprei, mas é interessante. Aqui tem muita gíria legal.
Você é o segundo do atual elenco com mais jogos pelo clube, só atrás de Lucas Fonseca, que tem 164. O que isso significa para você?
Eu tenho orgulho de alcançar essa marca, pois mudou diretoria desde que eu cheguei, e todos me deram respaldo, segurança. A torcida também me acolheu bem. Isso é muito gratificante. O elenco também acredito que me tem como um líder. Para mim isso é muito importante.
Você é um centroavante que pode jogar pelo lado ou um jogador de lado que pode atuar como centroavante?
Esses dias estava conversando com Vitor [Gonçalves, auxiliar de preparação física] na academia, e a gente estava falando sobre isso. Ele veio me elogiar nessa parte que eu sou um jogador de ponta diferente, que consigo segurar a bola, e um centroavante diferente também porque eu tenho mobilidade. E aí a gente chegou numa conclusão de que o jogador precisa ter essa versatilidade, pois o treinador que estiver no comando pode usufruir. E eu também acredito que tenho mais chance de estar no time titular. Dependendo do jogo, posso ir pelas pontas ou jogar por dentro. Na minha carreira, joguei a maioria das vezes de ponta. Ano passado fui muito bem no Bahia como centroavante, então me sinto adaptado nas duas.
E na base, em qual posição atuava?
Era desse jeito. Tinha treinador que me colocava de centroavante e treinador que me colocava de ponta, mas acho que a maioria de meus jogos como profissional foi jogando de ponta. Mas tive sucesso também como centroavante.
Qual foi o melhor treinador da carreira?
Difícil descrever assim, porque eu já passei por tantos que me ajudaram… Se eu for pegar desde o começo, tem Leandro Niehues, que me colocou no profissional; Renato Gaúcho, que me deu sequência lá no Atlético Paranaense. No Joinville, Hemerson Maria, fomos campeões da Série B e aprendi muito com ele também. Foi um treinador que conduziu o time de um por um, peça por peça, e a gente evoluía e aprendia. Aqui no Bahia todos que passaram me dei bem: Doriva, quando eu cheguei, me deu atenção; depois Guto, fomos campeões; e o professor Carpegiani, que também aprendi muito com toda experiência que ele tem. Fica difícil escolher um. Falta dois então. Guto e Carpegiani.
Seu melhor momento no Bahia foi com Carpegiani?
Com Carpegiani eu consegui ter uma sequência melhor, mais confiança dentro da posição que ele me colocou, tive mais sucesso no Campeonato Brasileiro, que é o ápice para o jogador. Com ele eu tive um grande aprendizado.
Será decisivo em 2018 como foi em 2017?
Espero que sim. A gente sempre busca fazer gols decisivos. Não só os decisivos, todo jogo a gente quer marcar. Mas não é só quando a gente quer, às vezes não vai. Espero que este ano seja melhor que o passado. Acredito que a gente vem mais forte ainda.
Fonte: Bruno Queiroz / Jornal Correio