Veja a entrevista com Fernando Jorge, candidato à presidência do Bahia

"Não tenho dúvida que serei eleito", disse mostrando otimismo.

Em entrevista ao programa Arena Transamérica, que receberá todos os candidatos à presidência do Bahia, o engenheiro Fernando Jorge foi o primeiro entrevistado, nesta segunda-feira, e comentou sobre suas propostas caso seja eleito presidente do clube no dia 09 de dezembro. Ex-presidente do Conselho Deliberativo do clube, Fernando destacou alguns temas, como a relação com a Arena Fonte Nova, programa de sócios, contratações, Cidade Tricolor e estádio próprio não ficaram de fora. O candidato mantém o otimismo e diz ter certeza que será eleito.

“Não tenho dúvida que serei eleito. Quero usar minha experiência que adquiri nesses 50 anos de futebol. Acho que os candidatos são bons, o Bahia está bem servido, mas eles poderem esperar para ser presidente do Bahia. Eu estou maduro, está na minha hora”

Veja a entrevista completa:

Arena Fonte Nova

O Bahia tem que bancar seu mando de campo na Arena. É um estádio FIFA, um dos estádios mais modernos do mundo, tem uma logística de posicionamento central na cidade, a beleza do Dique. Foi um palco onde o Bahia conquistou grandes títulos. Vou ser eleito presidente do Bahia e vou ter acesso a esse contrato. Vamos rever algumas coisas que a Arena Fonte Nova deixa a desejar ao torcedor do Bahia. Temos condição de sentar e conversar. Tem que ser bom para o Bahia e para a Arena. Tenho certeza de que o mando de campo do Bahia tem que ser a Arena Fonte Nova. Tenho a ideia de que o Bahia seja sócio minoritário da Arena. O Bahia é da atividade fim e tem muito mais condição de participar, de opinar. Quem viabiliza a Fonte Nova é o torcedor, o Esporte Clube Bahia.

Estádio próprio e Cidade Tricolor

O Mando de campo deve ser e deverá ser, na minha gestão, a Arena Fonte Nova. Mas, digo que tenho vontade, diante da viabilidade da Cidade Tricolor, em Dias D’Ávila, fazer uma parceria com o Estádio de Pituaçu. O estádio de Pituaçu é muito mal utilizado. Mas, o Pituaçu seria nosso Centro de Treinamento profissional. A Cidade Tricolor seria um centro de excelência de criação de atletas. Já o Fazendão seria da base. Sou contra departamento profissional e de base juntos. Mas, isso tudo só será possível se tivermos parcerias. Senão, terei que reduzir custos. Em 2014, fiz um estudo como engenheiro e era necessário um investimento de R$ 6 milhões na Cidade Tricolor, isso em mobiliário geral. Também precisamos lá de pelo menos 150 funcionários, o que geraria uma folha de cerca de R$ 200 mil.

Campanha na Série A

Estou frustrado e um pouco decepcionado. Imagine que presente eu assumir o Bahia com o clube na Libertadores? O Bahia evoluiu bastante em um setor, após a intervenção. Qualquer pessoa medianamente competente e responsável vai pagar em dia seus compromissos, passivos, recolher tributos. Isso Marcelo fez. Mas, no futebol não. Foram pessoas sem experiência para tocar o futebol do Bahia. O primeiro gestor do Bahia após a intervenção foi Willian, que quis revolucionar. Trouxe Marquinhos Santos. Quem é Marquinhos Santos? Depois me trouxeram Sérgio Soares, Doriva…O primeiro treinador pós intervenção de nível do Bahia é Paulo Cézar Carpegiani. Foram 67 jogadores, sete treinadores, cinco preparadores físicos em três anos. O Bahia, hoje, tem quatro auxiliares.

Investimentos no Futebol

O Bahia tem a maior receita da vida do clube. Não vou prometer títulos, vou prometer disputar as cinco competições de 2018 chegando nas finais. Temos que ser campeões baianos, ser campeões da Copa do Nordeste de novo. Temos que tentar a porta e o canal mais rápido da internacionalização pela Copa Sul-Americana, chegar a uma Libertadores. Isso será possível contratando melhor, investindo melhor. Dando qualidade em vez de quantidade. Vamos refazer essa criação de jogador. Tenho um vice-presidente que tem mais de 40 anos de esporte, tanto de cronista como de empresário, que é Antônio Tillemont. Eu, com 21 anos, era conselheiro e subdiretor de futebol do Bahia.

Contratações

O Bahia, hoje, tem carência de quatro ou cinco jogadores. Mas, primeiro preciso saber quem fica e quem não fica. Hoje soube que Renê Junior não fica. Eu faria qualquer esforço para mantê-lo. Se muitos desse elenco não ficarem, precisaremos de seis a sete jogadores. Já tenho alguns nomes definidos com Antônio Tillemont para buscar. Quero manter também o Paulo Cézar Carpegiani. Se ele não ficar, já tenho o nome de um treinador do mesmo nível.

Formação da diretoria

A diretoria do Bahia será toda profissional na minha gestão. O Antônio Tillemont será meu vice-presidente e vai me ajudar no futebol. É até um elogio que faço a essa atual diretoria, que foi a primeira a ter no Bahia uma gestão 100% profissional desde 1931. E vou conversar com profissionais que estão aí. Não vejo nenhum problema em manter comigo pessoas que fizeram bons trabalhos em outra gestão.

União no clube

Um dos problemas dessa atual diretoria foi também ter se afastado de quem a ajudou na eleição. Eu não farei isso. Tenho 50 anos de Bahia e ajudei quase todas as gestões. Se o Marcelo quiser ajudar quando eu assumir, as portas estarão abertas para ele. Se o Abílio quiser ajudar, também abrirei as portas para ele.

Torcida Única

Sou radicalmente contra. O brilho do futebol, a beleza, é ter no estádio as torcidas contrárias e a favor. Saindo do estádio, a insegurança está em todo lugar, não é só no futebol.

Programa de sócios

No mínimo, no final da minha gestão quero dobrar o número de associados. O Bahia hoje tem 16 mil, o equivalente a 0,4% da torcida que o Bahia tem. Mas, só se dobra ganhando título, dando alegria ao torcedor e dando condições para o torcedor se associar. Quero fazer pesquisa, que acho que nunca foi feita, para ver qual a ansiedade do torcedor, o que o torcedor quer do clube. Tenho certeza de que teremos mensalidades menores e maiores que a de hoje.

Participação de ex-atletas

Não é romantismo nem poesia. Minha vontade de ser presidente do Bahia é retribuir o que o Bahia me deu de alegria. É amor ao Bahia. Tenho que buscar quem ame o Bahia, mas também tenho que buscar quem tenha competência. Alguns ex-jogadores, vamos sentar, conversar e usar esses ex-jogadores na base, como olheiros e, porque não, em alguns setores.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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