Devemos ser gratos à todos que contribuíram para o crescimento do Bahia

Osório, Maracajá, Rátis e Sant'Ana são alguns dos que participaram deste crescimento.

Texto: Ramon Santos.

Comparar Marcelo Sant’Ana à Maracajá não tem cabimento, vivenciaram contextos absolutamente diferentes, além disso, o primeiro ainda vai completar 3 anos à frente do clube, enquanto que Maracajá passou 15 ou 16 anos seguidos, mas precisamente de 1979 a 1994. Contudo, para não sermos taxados de intelectualmente desonestos, vamos aos números objetivos, e não nos basearmos nas nossas memórias emocionais, ou na falta de dados.

Primeiramente, gostaria de ressaltar, que acho uma grande bobagem esta comparação, pois Maracajá, que não é, nem nunca foi “santo”, foi um grande presidente do Bahia, tendo contribuído com o engrandecimento do Clube, e marcou história com a conquista de um Campeonato Brasileiro. Mas se é para brincar, vamos:

Nos 3 primeiros anos de Maracajá, ele conquistou 2 Campeonatos Baianos, tendo ficado na terceira colocação em um deles, além de vencer um Torneio Início do Estadual. O Campeonato Brasileiro na época, não possuía o formato do atual, com pontos corridos, que todos os especialistas dizem ser mais difícil e que exigem maior qualificação do grupo de jogadores, e regularidade para avançar, sendo assim, isso compromete a tentativa de se fazer um paralelo com precisão, contudo havia sim, Campeonatos Nacionais, e nos 3 primeiros anos de Maracajá a colocação do Bahia foi: 50ª posição em 1979, 26ª posição em 1980 e 16ª posição em 1981.

Repito, o formato era diferente, Marcelo Sant’Ana alcançou a 9ª colocação da série B (29º colocação se somarmos com a Série A, ou seria desonesto?), 4º da Série B (24º se somarmos as duas Séries? É uma asneira tentar comparar, já que era impossível galgar alguma posição acima da vigésima posição) e atualmente, ainda não sabemos em qual posição ficará o Tricolor, mas na chamada “era dos pontos corridos” iniciada em 2003, estamos há 3 pontos para alcançarmos a maior pontuação deste formato, sendo que a melhor colocação teria sido de 12º lugar.

Antes que em esqueça, nos Baianinhos, no período de Sant’Ana, o clube ficou em 1º, 2º e novamente na 2ª posição. Não citarei o Nordestão, pois não havia esse Campeonato no período dos 3 anos de maracajá. Mas foi falado que após uma sequência ruim, qualquer prego na parede, parece algo importante. Então poderemos tentar entender qual o contexto que cada um recebeu o clube, e o que realizou nos 3 primeiros anos: O realizado já relatei acima, então vamos fazer um recorte de 10 anos que antecederam a posse de cada um:

Nos Baianinhos que precedera Maracajá, o Bahia foi segundo lugar nos anos de 1969 e 1972, no restante do período que se estendeu até 1978, foi campeão em todos os anos.

No Nacionais, em igual período a classificação foi a seguinte:
1977 – 11º
1976 – 8º
1975 – 25º
1974 – 20º
1973 – 17º
1972 – 18º
1971 – 13º
1970 – 11º
1969 – 11º

Nos Estaduais, que antecederam Marcelo Sant’Ana:
2014 – 1º
2013 – 2º
2012 – 1º
2011 – 3º
2010 – 2º
2009 – 2º
2008 – 2º
2007 – 2º
2006 – 3º
2005 – 2º

E nos Brasileirões:
2014 – 18º Série A, mas rebaixando para a Série B
2013 – 12º Série A
2012 – 15º Série A
2011 – 14º Série A
2010 – 3º Série B
2009 – 12º Série B
2008 – 10º Série B
2007 – 2º Série C
2006 – 6º Série C
2005 – 18º Série B

Não canso de repetir que os contextos são distintos, e a tentativa de traçar paralelos, sempre resultarão em algo impreciso e talvez injusto. Osório e Maracajá marcaram as suas passagens pelo Bahia, ao conquistarem títulos nacionais, e devem ser preservados. Acredito, e isso é opinião pessoal, que receber um clube da maneira que Santana recebeu, com a oposição da mídia desmoralizada pelo escândalo do Jabá, com o responsável pelas finanças do clube renunciando e declarando publicamente que o Bahia estava irremediavelmente falido, com passivo a descoberto, afamado e fazendo jus à fama de caloteiro, devendo a Deus e a todo mundo, fechar contrato com o EI (contrariando a Rede Globo), ocupar todos os espaços publicitários da camisa e realizar o que ele vem fazendo, não é tarefa simples, algo como bater em um prego.

Mas é muito fácil minimizar, e não é nada trabalhoso. Não falarei sobre as falhas de Maracajá, pois acredito que os ídolos devem ser preservados, mas o imputamento de desonestidade intelectual a mim, ou aos que compartilham da minha percepção das coisas do Bahia, me motivaram a escrever a fazer o texto. Finalmente, devemos ser gratos a Osório, a Maracajá, a Sant’Ana e a Rátis e a todos aqueles que mesmo errando, contribuíram para o crescimento do Bahia.

S.T.

Ramon Santos, torcedor do Bahia e amigo do Futebol Bahiano.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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