Melhor política de contratação: Do Bahia ou do Vitória?

Sobre a comparação do Bahia com o Vitória feita pelo Olival Mata no seu texto aqui no Blog (veja), realmente são contratações com perfis diferentes de ambos os clubes, mas eu sempre repito isso aqui, antes de simplesmente criticar, temos que entender o contexto.

O Vitória vem de uma campanha fracassada, uma temporada em que escapou da Série B por uma posição (16º). Eles adotaram a estratégia do Bahia deste ano, mas é preciso ressaltar que esta política, de contratar jogadores com potencial de crescimento, exige competência para saber mapear esses jogadores, e também um pouco de sorte. E além disso eles estão vindo de uma eleição, que geralmente promete mudanças e grandes campanhas. Esses dois fatores justificam o que estão fazendo agora. Pode dar certo? Pode, mas se der errado custa muito dinheiro para se reorganizar durante a temporada. Talvez estejam se fiando no dinheiro de Marinho para adotar essa estratégia.

E o Bahia?

Já o Bahia vem de um cenário diferente, acaba de subir, mantém os principais jogadores do acesso, e complementa com contratações do perfil de seu treinador e também da diretoria, que acredita mais em jogadores e comissões técnicas que buscam alguma coisa na carreira do que em jogadores consagrados que geralmente tem uma ambição menor. Pode dar errado? Pode, mas se der certo você tem um time jovem que pode lhe entregar rendimento e receita, caso seus jogadores sejam valorizados no mercado (como aconteceu com Marinho, a exceção do Vitória). Vai depender da competência da gestão em conseguir achar os jogadores que realmente possam entregar desempenho.

Na minha opinião, o melhor perfil seria um meio termo das duas políticas. Acho que a maioria das contratações (70%) devem ser pela performance e potencial de crescimento, mas temos que ter alguns jogadores que carreguem o peso de ser os protagonistas, até para não pressionar estes jogadores de menor expressão midiática, senão eles não conseguem render.

Mas na verdade, se olharmos com atenção, já temos estes jogadores: Hernane, Renato Cajá e Pablo Armero. Os dois primeiros se fossem contratados neste ano seriam considerados pela torcida o tal “bolo da cereja”, são os dois maiores salários do Bahia, eu, particularmente, espero uma melhor temporada de Cajá, que estava nos Emirados Árabes, mais ou menos como a evolução de Kieza no Bahia de 2014 para 2015. Armero tem 60 partidas pela seleção colombiana e jogou a última Copa, e tem uma idade intermediária (30 anos), é um jogador que deu indícios que pode ser um pilar de qualidade no time. Já Hernane é aquela coisa, não esperem dele qualidade, é um homem gol, tem que ter um time capaz que alimentá-lo, é uma referência que preocupa o adversário.

Entendo que esses jogadores, pela expressão e pelo salário que recebem devem ser exigidos por uma boa performance. Temos outros não tão badalados mas que são reconhecidos no mercado como: Welington Silva, Jackson, Juninho, Edson, Régis, Allione, que também podem dar uma sustentação se o time estiver bem organizado.

Um fato é realidade para os dois, NÃO temos receita, credibilidade e competência para trazer os jogadores que, com poucas chances de erro, lhe entreguem resultado. Que são aqueles, com idade entre 23 a 30 anos, disputados pelo mercado internacional e pelos grandes, em receita, do mercado nacional.

E.Silva, torcedor do Bahia, amigo e colaborador do Blog.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

Deixe seu comentário