Contratações: Vitória pensa GRANDE e o Bahia pequeno

Contratações: Vitória pensa GRANDE e o Bahia pequeno

Foto: Victor Ferreira/EC Vitória

Observando os textos do Olival Mata (veja aqui) e do E.Silva (veja aqui), onde defendem com unhas e dentes, utilizando seus argumentos e pontos de vistas, a política de contratação do Esporte Clube Bahia que vai na contramão à do seu rival, o Esporte Clube Vitória, vejo essas políticas com uma visão diferente e não sou capaz de identificar toda essa complexidade ou aceitar certos argumentos que na verdade são apenas justificativas pela falta de ousadia do Bahia.

A coisa é bem clara, fácil de entender e bem cristalina. A política de contratação do Vitória visa toda à temporada 2017, com foco principal já no Brasileiro da Série A. Enquanto a política do Bahia visa o Campeonato Baiano e a Copa do Nordeste. A ideia do Bahia é fazer um time barato ou não tão caro, observar seu desempenho, finalizado essa etapa, aí sim buscará contratar jogadores para Série A “curando os feridos e enterrando os mortos” e fazendo nascer os reforços, bem ao estilo de antes e sempre.

Vale destacar que essa prática no Bahia vem de 1931 e do Vitória desde 1899. Este ano o Vitória quebrou com essa tradição. As alegações para essa “Política de ultima hora” encontrava justificativa no período deficitário do Campeonato Baiano. Hoje temos a Copa do Nordeste, que é muito mais atraente e valorizada, e o Baiano, decadente e fragilizado e hoje menor.

É complicado entender sem questionar quando todos se referem aos tais jogadores de “potencial de crescimento”. Juro que não consigo me aperceber sem antes recorrer às hipóteses de similaridade, do tipo: apostas, jogadores promissores, jogadores que sinalizaram com indicativo que vão estourar nos próximos 60 dias? Por que acreditamos que eles vão buscar reconhecimento nas suas carreiras como querem fazer crê.?  Por que este reconhecimento e/ou desabrochar aconteceria no Bahia? qual indicativo que aponta para isto além de fé?  Talvez essa esperança se aplique apenas no volante que veio do Palmeiras, nos demais não vejo essa possibilidade.

Outra questão é o ponto de partida. Sejamos honestos, recapitulando só um pouquinho. Subimos para a Série A, é verdade. Mas foram raras as partidas de bom futebol mesmo com time caro contra adversários fracos, pequenos e pouco estruturados e mesmo assim, só construímos a classificação nos jogos dentro da Arena Fonte Nova em 4ª lugar, obtendo o acesso sendo derrotado por um time que fazia festa.

Logo, essa estrutura é frágil e não suporta o peso que vai carregar a partir de abril, (O América-MG manteve a base também do ano passado), portanto é preciso cimento nesta laje e não apenas escoramento com ripas em rachaduras “pontuais” caso contrário pode cair, além disso, o cimento tem certo tempo de cura e precisaria ser aplicado agora e não depois quando o barco já estiver afundando.

Acredito que a política colocada em pratica no Vitória é mais acertada, envolve menor riscos e é de maior tempo para ajustes. Valores? Alto investimento? Segundo a diretoria do rubro-negro, tudo que foi e será gasto está dentro do orçamento projetado e planejado para 2017, aliás, como disse o Olival, é inferior ao orçamento do Bahia.

Outra ideia que se pode desconfiar é que o Vitória pensa numa campanha de maior alcance na Série A e em caso de fracasso a consequência maior e MELHOR seria continuar na Série A, enquanto Bahia traçou como meta pura e simplesmente: não sofrer o temido rebaixamento, o chamado por eles de CAMPANHA SEGURA, enquanto acho que a melhor forma de chegar ao quinto andar é trabalhar e acreditar que pode chegar num andar acima.

Vejamos que Sinval Vieira disse em entrevista recente, quando revelou o desejo de conquistar a Copa do Brasil. Difícil? Quase impossível? Pode até ser, no entanto, sonhar não paga imposto, o importante é pensar GRANDE e trabalhar para alcançar esses objetivos, independente das dificuldades e dos espinhos que vão ter pela frente, enquanto outros almejam ganhar apenas UM título na temporada 2017 e coloca a Copa do Nordeste como prioridade, caso do presidente Marcelo Sant’Ana, o pior, nem considerar a existência da Copa do Brasil no calendário de disputa do Bahia para 2017

Por fim, vou utilizar um trecho do comentário do amigo Marcelo Borba Filho, amigo de mais 40 carnavais que em conversa com o Olival em post anterior, dizia:

“Alguns vezes penso que o Bahia é alguém que tem uma longa caminhada pela frente, mas decide ir a pé por questões de economia e projeta: “Se no meio do caminho os pés incharem, paramos e compramos um par de sapatos” enquanto isto, vamos apenas caminhando para saber aonde podemos chegar”. Ele acha um erro, eu também.

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Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com



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