Fala, Nação Tricolor! Antes de falar sobre a derrota na Copa do Brasil, queria falar algumas coisas com vocês sobre emoção, transformações, filosofia, e jogo. Porque só depois de refletir sobre algumas coisas, posso falar sobre esse evento que foi Bahia x Flamengo.
EMOÇÃO
Quando sai de casa com meu filho a sensação é de que estávamos indo mais um daqueles jogos épicos do Bahia. O clima de confiança na subida da Ladeira da Fonte, era quase palpável. As conversas não eram sobre ganhar ou perder, e sim, de quanto venceríamos a urubuzada. Foi muito bom viver aquilo tudo com ele, entrar no estádio, ver a Torcida do Bahia entupindo os tabaréus, ouvir a sonorização da Fonte jogando junto com a gente, cantar o Baiana System, os fogos, o jogo de luz… foi um espetáculo.
TRANSFORMAÇÃO
O Bahia de Ceni não se adequou ao Flamengo. Foi o flamengo de Tite quem se ajustou pra tentar conter o Bahia. Isso é uma percepção que poucos se deram conta, mas mostra o quanto a chave mudou, no cenário nacional. E quando a bola rolou, foi um passeio. O Bahia parecia que estava jogando contra o Flamengo do Guanambi. Porém, quando falei isso, veio a cabeça uma lembrança triste: esse time não sabe jogar bem contra quem joga por uma bola. A superioridade foi tão absurda, que os melhores momentos no GE, os caras colocam lances de supostas faltas pro Flamengo pra ver se aparecia alguma coisa do time carioca.
Já o Bahia tentava de todas as formas. No chute de Thaciano após belo passe de Cauly. Na jogadaça de Jean Lucas pro chute de Everton raspando a trave. No chute de Cauly que acertou o zagueiro. Mas a bola não queria entrar.
FILOSOFIA DE JOGO
É preciso diferenciar o novo Bahia do velho Bahia. Se não fizermos isso, vamos continuar caindo no erro básico, de comparar o incomparável. A gente tem hoje o melhor time da história do clube, desde 1989. “Ah, mas não ganhou nada e…”. Tá, mas tem a possibilidade de conseguir a maior conquista desde 1989, a vaga na Libertadores. Não vou entrar na tecnicidade de falar sobre esquema de jogo posicional. Sugiro apenas que pensemos de forma prática. No início do ano, quando o time foi montado com Caio, Jean Lucas, Everton e Cauly, quantos de nós não dissemos: “não tem volante marcador?”, “Quem vai marcar nesse time?”, “Não tem como dar certo”. Mas vem dando. Porque hoje não temos um volante brucutu, temos um time que marca em bloco, que recompõe muito rápido e que joga pra não deixar o adversário ficar com a bola. O time tomou 25 gols em 24 partidas. Apenas 4 clubes sofreram menos gols que a gente.
Então, vamos criticar o ataque. Pensemos: Eve é um centroavante ruim de um time que não joga com centroavante. Que louco, né? Vamos lá. O Bahia fez 33 gols no Brasileirão. Só 3 times fizeram mais gols que o Esquadrão. Os extremos, Everaldo e Thaciano, fizeram 6 gols cada um. Apenas 9 jogadores fizeram mais gols que eles. Do Flamengo, por exemplo, só Pedro. Mas, voltemos a Copa do Brasil.
NO FUTEBOL, NEM SEMPRE VENCE O MELHOR
Com apenas 4 minutos do segundo tempo, um cruzamento de escanteio e a defesa do Bahia, simplesmente, não viu Bruno Henrique chegando nas costas de Xavier e eles acharam o gol que procuravam. Subiu sozinho e fez. 0x1.
A Torcida aumentou o volume do canto e o Bahia aumentou as chances perdidas. Cauly encontra Everton que deixa Jean Lucas de cara com o goleiro. E ele chuta no goleiro. Cauly encontra Thaciano quase na marca do pênalti e ele chuta nas mãos do goleiro. Ademir cruza na cabeça de Iago e ele joga pra fora. Juba cruza na cabeça de Lucho e ele joga pra fora. E foi isso.
BORA BAÊA MINHA PORRA!
Se liguem. A gente tá frustrado porque tem certeza que dava pra ter ganho o jogo. Em outros tempos, estaríamos somente tristes, falando sobre o fatalismo de encarar um time com muito mais investimentos e tal. Isso é crucial para pensarmos na confiança que esse time colocou em nós.
Então, Tricolor, não tem nada perdido. Ainda temos um jogo lá e quem desiste antes da hora, não é Torcedor do Bahia. É um fulêro.