Com relação aos questionamentos sobre Guto Ferreira, alguns se apoiam em dois pilares para criticá-lo desde o ano passado. O jogo fora contra o CRB (empate em 2×2 após estarmos vencendo por dois gols de diferença com um a mais), e o fato de termos tido uma fraca campanha fora de casa no Brasileiro da Série B em 2016. Peço permissão a vocês para colocar aqui três textos escritos anteriormente em que coloco o que penso do nosso técnico e do contestado meia Renato Cajá.
Ouvi em algum lugar que o medo de perder tira a vontade de ganhar, e me parece que foi o que aconteceu no jogo contra o time alagoano em 2016. Mas vira e mexe, alguém lembra daquele jogo em que muitos erraram, Guto que assumiu o “erro”, Tinga, Jackson etc… Usam este dia fatídico para sintetizar toda a passagem de Guto em 2016 pelo Bahia. À meu ver isso é uma tremenda injustiça. Como diz Henrique, não importa o aproveitamento dentro ou fora de casa, o que importou foi conseguir a quantidade de pontos necessários para subir, e subimos.
As vezes a grama do vizinho parece mais verde que a nossa. Te pergunto, no final, de que adiantou o Náutico de Givanildo ganhar 5 partidas seguidas se na última, jogando em casa, com o apoio maciço da sua torcida, contra um dos piores times da Série B – pelo menos no número de pontos, se não conseguiu ganhar. Crucificam Guto até hoje pelo empate fora de casa contra o CRB, e inocentam Givanildo pela perda do acesso no último jogo em casa perdendo para o fraco Oeste, isso não é preconceito?
Desafio vocês a encontrarem um torcedor do Náutico que não quisesse trocar a campanha de seu time pela do Bahia em 2016 que resultou no acesso. Te garanto que se Givanildo estivesse no Bahia, e tivesse sido o primeiro dos que não se classificaram, perdendo o último jogo, na Arena Fonte Nova, com o apoio da nação tricolor, seria “apedrejado” com críticas severas, até daqueles que pediram sua contratação após a demissão de Doriva, e nunca mais coloraria os pés em nosso estado.
Quanto ao técnico, acho muito sensata a postura de Paulinho Fernando que resolveu esperar um pouco, ver como o time se comporta, se dar o benefício da dúvida e depois emitir sua opinião. Só agora o time é dele e estamos na segunda partida de um início de temporada. Como disse o Zé Rafael, “tem muitos jogadores que não jogaram 90 minutos juntos”. Quanto ao jogo CRB x Bahia, todos ficamos retados, mas não será a primeira, nem a última vez que você vai ver, inclusive na academia, um técnico recuar o time, trocar atacante por defensor, jogando fora de casa, mesmo com 1 a mais para garantir o resultado. Se Tinga e Jackson não falhassem nos 2 gols, o jogo seria hoje uma vaga lembrança.
Lembre-se: No futebol, que tanto gostamos, acontece de tudo, até o imprevisível. Gol de Raudinei no último suspiro, falha de Gelson, Flamengo x Atlético de José Roberto Wright, a batalha dos Aflitos entre Náutico x Grêmio, etc.
Sobre Renato Cajá. Ano passado, a desculpa era que não tinha feito pré-temporada e por isso, não teria atingido o ápice de sua forma física e técnica. Até hoje me pergunto onde está o Cajá do Vitória e principalmente da Ponte Preta. Vejo um jogador lento, acima do peso, burocratístico, que desaprendeu a dar os passes em profundidade que dava, as belas cobranças de falta. Será que ainda treina? Pois não acerta uma, os chutes certeiros de fora da área, enfim, desaprendeu a ser o maestro, o protagonista do time, embora ainda seja o protagonista no salário.
Tenho a impressão que por isso a diretoria desistiu de contratar medalhões e mudou o perfil das contratações, pois, assim como Cajá, nem Maxi Biancucchi, nem Thiago Ribeiro deram certo. Torço pelo bem do Bahia, que o Cajá de 2017 seja diferente, que jogue o futebol que jogou na Ponte, embora o do início deste ano já tenha me deixado um pouco desanimado.
– SOUZA, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Baiano.