Nesta quarta-feira, em decisão unânime da Assembleia Geral, Rogério Caboclo foi suspenso por 21 meses do cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), do qual já estava afastado desde junho. A suspensão vai até março de 2023, um mês antes do fim do seu mandato. Além de uma investigação do Ministério Público do Trabalho, contexto que torna praticamente impossível sua volta, há outras acusações contra Caboclo sendo investigadas na Comissão de Ética da CBF.
A Assembleia Geral da CBF, que tomou a decisão da suspensão nesta quarta, é um colegiado formado pelos presidentes das 27 federações estaduais de futebol. Eles referendaram a punição de 21 meses sugerida pela Comissão de Ética da entidade. Rogério Caboclo precisava de 7 dos 27 votos para se salvar e voltar ao cargo. Mas a votação terminou 27 a 0 contra ele.
Quando Rogério Caboclo foi afastado da CBF, a entidade passou a ser comandada por Antonio Carlos Nunes, o Coronel Nunes, vice mais velho. Há um mês, no entanto, dirigentes da entidade decidiram trocá-lo por outro vice: Ednaldo Rodrigues, ex-presidente da Federação Bahiana de Futebol.
Ednaldo deverá concluir o mandato de Caboclo, que dura até abril de 2023. O estatuto da CBF determina que eleições devem ser convocadas no período de um ano antes disso – ou seja, entre abril de 2022 e abril de 2023 será escolhido o próximo presidente da CBF. Ednaldo Rodrigues afirmou que houve explanação de advogados das duas partes – funcionária que fez a denúncia e Caboclo.
“As 27 federações estaduais tiveram acesso a todo o conteúdo do processo. Elas sempre puderam ter ciência do processo, quem tinha dúvida sobre como votar teve a convicção plena de que houve o crime de assédio. Federações e vice-presidentes estão juntos no combate veemente à discriminação e ao assédio. Qualquer tipo de violência tem que ser combatida, especialmente contra a mulher. A CBF neste momento, nesta decisão histórica, mostra que nesta casa isso não pode mais acontecer.”