Não sou nenhum irresponsável ou inconsequente para ignorar os efeitos perniciosos que a Pandemia vem causando, há quase dois anos, a todos os segmentos econômicos do mundo, exceto para os laboratórios especializados em realizar testes de Covid-19 ou os fabricantes de imunizantes, os quais, devem estar batendo no todos os recordes de faturamento.
Salvo engano, a última de vez que os nossos estádios ou arenas receberam público para jogos, sem restrições protocolares, aconteceu em meados de março do ano passado, situação que colocou os clubes numa tremenda “saia justa” não só pela falta de arrecadação nas bilheterias, com a venda de ingressos propriamente dita como, também, nos programas de sócio torcedor em que o associado adimplente, dependendo do seu grau de associação, era beneficiado pela entrada “gratuita” para assistir os jogos do seu time de coração.
Ainda no final do ano passado, o presidente do Bahia já clamava e reclamava da difícil situação financeira do clube por conta da Pandemia, fator que o obrigou à negociar com os jogadores o parcelamento do 13º salário que seria quitado no primeiro quadrimestre desse ano um acordo que, à essa altura do campeonato, o torcedor não sabe se foi cumprido ou, não.
Quando o torcedor imaginava que a crise se resumia com os maus resultados dentro de campo, com o time caindo pelas tabelas, às vésperas da viagem da delegação para Porto Alegre, surge a notícia de atraso no pagamento de imagens que os jogadores têm direito, independentemente, da péssima imagem que vêm demonstrando e transmitindo dentro de campo quando o time, além de ter tido o desplante de passar oito jogos seguidos sem vencer, conquistando um mísero pontinho em 24 pontos disputados, teve a desfaçatez de perder três jogos”, dentro de Pituaçu, quando foi derrotado pelo América, Sport e Atlético Goianiense, nove pontos jogados no ralo, que estão fazendo muita falta hoje, haja vista que não se trata de times competidores e sim, meros e tradicionais coadjuvantes do Brasileirão, cujo objetivo principal, resume-se às suas permanências na competição e qualquer coisa que vier à mais, é lucro.
Será que só a Pandemia é responsável ou a irresponsável formação de elenco é corresponsável pela atual situação?
Claro e evidente que a Pandemia tem dificultado a gestão do Bahia. Mas, será que os outros 19 clubes da Série A, os 20 clubes da Série B, os 20 participantes da Série C, os 64 figurantes da Série D e as centenas de clubes fora de Série do futebol brasileiro ficaram ou são imunes aos efeitos funestos desse malefício que se propagou pelo mundo, ceifando milhares de vidas humanas e causando graves problemas socioeconômicos? Todos estão no mesmo barco, uns mais prejudicados outros menos, depende da gestão de cada clube.
Por reiteradas vezes, o presidente Guilherme Bellintani deu a entender que a Pandemia é culpada pela decadência financeira do clube que tem muito a ver com o time dentro de campo e hoje, lendo uma matéria nesse Blog, tomei conhecimento da declaração do gerente de futebol do clube, quando teve a coragem de afirmar que “Não houve erro de avaliação na formação do elenco do Bahia”, uma afirmação absurda, inconsistente e desprovida da verdade porque, qualquer pessoa que entenda o mínimo de futebol percebe que os quase dois times de contratações efetivadas esse ano não renderam, decepcionaram, salvo três ou quatro atletas dando alguma resposta dentro de campo.
Já passou da hora do presidente ter a hombridade de dizer à torcida que a Pandemia tem sido um entrave para o clube, mas, mais que a Pandemia, suas contratações mal sucedidas contribuíram, sobremaneira, para o endividamento do clube, trazendo graves consequências para dentro de campo, assumindo seu erro e tentar, em tempo hábil, captar recursos para saldar as dívidas com os atletas que já ameaçaram não conceder mais entrevistas (“vou morrer do coração por isso”), e não concentrarem mais para os jogos realizados em Salvador. Só faltaram dizer que, se o débito não for regularizado, vão jogar o clube no cadafalso da Série B e na derrota de 2×0 para o Inter, já deram a senha a diretoria e ao torcedor, quando já foi mostrada e demonstrada, a má vontade dos jogadores dentro de campo.
That Is the question (Eis à questão).
José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.