Se lá na frente o atacante Anselmo Ramon resolveu, marcando dois gols contra o Criciúma, na defesa o zagueiro Ramon foi peça importante anulando o centroavante Léo Gamalho, em partida que encerrou o jejum do Esporte Clube Vitória na temporada e deu sobrevida ao time na Série B. O defensor aproveitou a oportunidade recebida por conta da lesão de Zé Ivaldo e recuperou a confiança, ganhando elogios do técnico Osmar Loss. A última vez que Ramon atuou foi diante do Atlético Goianiense e se envolveu no lance que o árbitro marcou pênalti e permitiu ao adversário empatar o jogo em Goiânia, sendo bastante contestado pela torcida e perdendo espaço entre os titulares. Mesmo na reserva, ele vinha sendo especulado como possível reforço do Fluminense para a Série A.
“Conheço Ramon de bastante tempo, de observar o futebol, de olhar um jovem talentoso e com potencial. Quando eu cheguei aqui me deparei com uma situação quase que opressora, o que ele passava aqui, pelo torcedor e pelas informações de um modo geral. Naquele momento, a gente acabou optando por tentar ter um ambiente mais tranquilo, tirando ele. Quando tirei Ramon, falei pra ele que estava saindo não porque tinha ido mal nos jogos. Ramon é um excelente zagueiro, zagueiro de altíssimo nível. Fez uma partida brilhante”, disse Loss.
Natural de Feira de Santana (BA), Ramon começou no Bahia de Feira e foi vendido ao Vitória em 2014. Foi emprestado no primeiro semestre de 2017 para o Maccabi Tel Aviv, de Israel, porém, fez apenas 3 jogos e retornou em 2017. No total pelo Leão, já são 178 jogos e 4 gols marcados. Esse ano, disputou 13 partidas, entre Série B (4), Copa do Brasil (1), Campeonato Baiano (5) e Copa do Nordeste (3).
“Espero que o torcedor do Vitória entenda que em algum momento possa ser que ele não faça as melhores partidas, mas que é um jogador cria da base do Vitória, que tem história aqui, que tem mais de 100 jogos com enfrentamento contra os grandes do centro do país, contra os grandes do sul do país. Muitas vezes, a gente deprecia o produto que é cria da nossa casa, o que é uma tradição dentro do Vitória. Então fico muito feliz de poder fazer essa colocação para que todos entendam que nem sempre vai ser tudo bom, mas nem sempre vai ser tudo ruim. A gente tem é que saber aquilo que o jogador tem na essência. De vez em quando, a gente critica porque foi mal, falhou em um lance que tenha gerado gol, como foi o lance em Goiânia que ele acabou envolvido num pênalti, que nem pênalti foi, e acaba caindo na conta de um cara só. Futebol é coletivo. Quando a gente perde, não perde porque um jogador foi mal. A gente perde porque falhou em mais de uma coisa”, finalizou o treinador.