Em reunião na sede da CBF, os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro iniciaram uma discussão para reduzir o limite de jogadores estrangeiros que podem ser relacionados para cada partida. Recentemente, aumentou de cinco para nove atletas, e agora estão cogitando reduzir para seis.
O ex-jogador Zico, ídolo do Flamengo, falou sobre o assunto durante a primeira edição do CBC & Clubes Expo, uma feira organizada pelo Comitê Brasileiro de Clubes, em Campinas. Ele defendeu a defendeu a redução de estrangeiros no futebol brasileiro e disse que essa quantidade de gringos atrapalha o surgimento de novos craques.
“O Fla-Flu tinha nove estrangeiros. Os craques de cada time são estrangeiros. O número 10 do Flamengo, do Fluminense, do Corinthians e da maioria dos times brasileiros é estrangeiro. Acabaram os 10 brasileiros. Hoje os jogadores criam os jogadores desde a base para vender. Não aproveitamos mais aqui. O nosso time de 81, 11 eram da base do Flamengo. Esse é um grande problema para o futebol brasileiro. Precisamos reduzir o número de estrangeiros e trabalhar mais a base. Precisamos formar mais craques brasileiros para jogar nos times brasileiros”.
O Galinho de Quintino também comentou sobre a “invasão” de técnicos de outros países. “Eu acho que hoje em dia essa questão não é só técnico, mas muitos jogadores estrangeiros. Eu fui revelado por um técnico paraguaio e seria leviano se fosse contra isso. Mas acho que a grande culpa dessa invasão é dos próprios brasileiros. Anos atrás os técnicos brasileiros invadiram o futebol português e ensinaram tudo para eles. Os treinadores brasileiros também fizeram isso no mundo árabe e no continente asiático, além da Europa”.
“Você pode reparar que nos grandes países que disputavam o ranking com o Brasil só eram técnicos nativos. Raramente você tinha um estrangeiro no comando. Isso arrebentou as raízes do futebol brasileiro. O próprio técnico brasileiro deu margem pra isso, eles não podem reclamar. A única reclamação que eles podem fazer é que os estrangeiros não precisam de muita coisa pra treinar aqui. Lá você precisava de diploma, aqui não tinha nenhuma restrição”, opinou Zico.