Ex-gerente de futebol do Bahia critica ‘quebra de trabalho’ na base do clube

"A falta de continuidade no trabalho da base joga contra", frisou.

Foto: Reprodução

Ex-gerente de futebol do Esporte Clube Bahia, Eder Ferrari concedeu entrevista ao podcast Futebol S/A, da Rádio Metrópole, onde fez críticas a falta de continuidade no trabalho realizado na divisão de base do clube. Ele frisou que todo ano o Esquadrão tem um diretor de diferente, com uma metodologia diferente, e que essa quebra de trabalho faz com que o clube não consiga mais ter jogadores do sub-20 se destacando na equipe profissional.

 

“O principal trabalho pra base, inicialmente, é completar. É você ter um trabalho de escadinha que um atleta chega com 12 anos, vai 12, 13, 14, sendo preparado pelo clube, entendendo o que é o clube, apaixonando pelo clube, criando a raiz no clube e fazendo um trabalho metodológico pra quando ele chegar no momento, quando ele tiver 19 anos e tal, não tenha explodido, mas ele vai te ajudar mais do que um lateral-esquerdo que você vai contratar pagando 80 mil pra seu segundo ou terceiro reserva. Ele vai te entregar no mínimo a mesma coisa”, disse.

“As pessoas precisam entender que divisão de base é pra evitar que você tenha custo com um jogador que não vai lhe ajudar em nada. E os diferentes vão saindo antes, vão aparecendo antes, você vai fazer com que esses jogadores atuem se você tiver essa escadinha. É uma crítica que eu falo muito com relação ao Bahia nos últimos anos. O Bahia vem quebrando os trabalhos da base. Todo ano tem um diretor diferente que chega com uma metodologia diferente e que encerra tudo, acaba tudo que tava não presta. Anos você não vai ter uma sequência. Por isso que o Bahia não tem jogador no profissional titular com destaque. E aqui vai todo respeito aos profissionais que passaram por lá, mas é porque tem uma quebra de trabalho. Não é que eles quiseram acabar com o sub-20. A falta de continuidade joga contra”.

Eder explicou porquê alguns jogadores da base se tornam destaque em outros times, sem ter jogado no profissional do Bahia. “As pessoas falam ‘ah, o menino nunca jogou no Bahia, mas apareceu em um lugar e está tendo destaque’, tem lugar no mercado pra todo mundo, mas o jogador precisa jogar. E se você tem um bloqueio no profissional, como tem acontecido com o Bahia, você desperdiça talento”, completou.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: [email protected]

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