Bellintani lamenta afastamento de Ednaldo e critica sistema eleitoral da CBF

"Ednaldo, desde o começo da gestão esteve muito aberto na relação com a gente"

Foto: Divulgação/Rafael Machado/EC Bahia

A Confederação Brasileia de Futebol (CBF) vive um momento turbulento, com o afastamento de Ednaldo Rodrigues, no último dia 7 de dezembro, gerando insatisfação da CONMEBOL e da FIFA. José Perdiz, presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), foi o escolhido pelo TJ-RJ para ser interventor e convocar novas eleições na entidade. Em entrevista ao Projeto Prisma, Guilherme Bellintani lamentou o afastamento de Ednaldo e fez elogios ao baiano de Vitória da Conquista.

 

“Ednaldo, desde o começo da gestão esteve muito aberto na relação com a gente. Aberto não só em receber o Bahia e fazer um sistema de colaboração mútuo, mas para ouvir também, ouvir crítica e posicionamento. Ter um presidente nordestino e baiano, independente de ser uma conexão com a gente, é uma coisa importante e simbólica no Brasil. Então, foi um presidente que chegou querendo colocar pautas importantes. Agora, o grande problema disso é que quando não tem resultados no futebol e tem uma situação de instabilidade política tão grande do quanto é a própria CBF”, disse.

“Acho que quem entra num mandato, o ideal é que tenha início, meio e fim. Vamos aguardar os próximos passos. Acho que Ednaldo foi muito correto com o Bahia o tempo todo. Vou dizer que de todos os presidentes que convivi na CBF, é o cara, que independente de ser baiano e ex-presidente da FBF, nos recebeu sempre de portas abertíssimas. Nunca deixou de retornar ligação, nunca deixou de responder mensagem. Não tenho do que reclamar de Ednaldo como presidente da CBF”, afirmou.

Bellintani também criticou o sistema eleitoral da CBF, que dá peso maior aos votos das federações estaduais do que aos clubes. “Acho que tem um problema de origem. O sistema político da CBF é lastreado numa realidade que não conversa com a realidade social. O peso que as federações tem na decisão de quem vai ser o presidente da CBF faz com que os clubes sejam secundários no processo. Você coloca o peso em personagens que não tem vínculo com o torcedor e a sociedade em geral. Quem se conecta com o povo é o clube e não as federações. Você vira uma instituição que é alimentada por um poder constituído por personagens que não são relevantes para a sociedade brasileira. Eu não estou falando de Ricardo Lima, que acho um presidente super aberto ao diálogo. Ricardo é um cara que transita muito bem no governo, na prefeitura, com os clubes. Eu tive até divergências no começo da gestão de Ricardo, mas eu, hoje, no balanço da nossa relação, ele é um grande presidente. Melhorou o Campeonato Baiano”, disse Bellintani.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: [email protected]

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