Contratado no início do ano para comandar o time do Bahia no primeiro ano da SAF, o técnico Renato Paiva pediu demissão do clube no início de setembro, após sofrer forte pressão da torcida, com xingamentos e críticas nas redes sociais e no estádio. O treinador foi campeão baiano, porém, caiu na primeira fase da Copa do Nordeste, e no Brasileirão com os resultados ruins, lutou sempre contra o rebaixamento desde o início.
Sem clube desde a saída do Bahia, Renato Paiva concedeu entrevista para o site “The Coaches Voice” e falou sobre a experiência de trabalhar no futebol brasileiro e a passagem pelo clube. Ele lembrou de uma conversa que teve com torcedores e cobrança para conquistar o título do Brasileirão.
“Infelizmente, expectativas irrealistas são comuns no futebol brasileiro. Certa vez, dois torcedores baianos vieram falar comigo num shopping: ‘Senhor, temos que ser campeões’. Enquanto eu dizia que iríamos lutar por isso, mas que tínhamos que respeitar o Vitória, eles me interromperam: ‘Não, treinador, não estamos falando do Campeonato Baiano. Temos que ganhar o Brasileirão'”, disse o profissional, que também apontou que a torcida brasileira é a única no mundo que vaia os seus jogadores.
Mesmo com os resultados ruins na Série A, Paiva acredita que seu trabalho estava evoluindo. “Minha sensação é que o Bahia estava evoluindo quando saí. Vi que o time estava jogando cada vez melhor. O Bahia foi o sexto time dos 20 que menos chutou a gol. E o quinto com mais chutes a gol. Ou seja, coletivamente falando, havia um trabalho em andamento, uma ideia. No Brasil, porém, olhamos apenas para os resultados. E, de fato, os resultados não foram bons”, explicou.
O português também reforçou a confiança do Grupo City e afirmou que em nenhum momento houve ameaçada de demissão. “É importante deixar claro que o City Group não iria me demitir até o final da temporada. Não houve ameaça de demissão. Pelo contrário, senti muita confiança e apoio do Manchester. Trabalhar em um clube do City Group é diferente. Existem diretrizes que devem ser seguidas e respeitadas. O estilo de jogo tem que se enquadrar em determinados parâmetros que eles estabelecem e estávamos claramente dentro do que era exigido. Mas senti que era hora de partir. A pressão era excessiva e eu não queria aquele ambiente para os meus jogadores”, destacou.
- No Irã, zagueiro baiano completa 350 jogos como profissional: “Sensação única”
- Com contrato encerrando, Osvaldo deseja permanecer no Vitória
- Chapecoense tem três desfalques e um retorno para pegar o Vitória