Jornalista analisa contratações e metas do Bahia no 1º ano da ‘Era City’

Bahia foi adquirido pelo Grupo City pelo aporte de R$ 1 bilhão.

Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

O Esporte Clube Bahia passa por uma grande reformulação desde a aprovação da venda da SAF para o poderoso City Football Group, dono do gigante inglês Manchester City e outros clubes ao redor do mundo. Desde então, muitos olhares estão direcionados ao Esquadrão, que vem formando um novo elenco e até aqui já contratou 11 novos jogadores (9 deles já anunciados). Na direção de futebol, Carlos Santoro assumiu o lugar de Freeland, enquanto a comissão técnica será liderada pelo português Renato Paiva.

 

Já foram anunciados o goleiro Marcos Felipe, os zagueiros Marcos Victor, Kanu, Raul Gustavo e David Duarte, e os atacantes Biel e Everaldo estão à disposição de Paiva. O Bahia trabalha agora para regularizar o lateral-esquerdo equatoriano Jhoanner Chávez e o volante uruguaio Nicolás Acevedo. O meia Diego Rosa e o atacante Kayky ainda não foram oficializados, mas já treinam no CT. Destaque para Chávez, de 20 anos, que chegou por R$ 18,2 milhões, contratação mais cara do Nordeste.

O jornalista André Rocha, em matéria publicada no UOL Esporte, fez uma análise desse “novo” Bahia, das contratações e das metas do time tricolor para a temporada 2023. VEJA ABAIXO:

O Bahia foi mais um clube a virar SAF, com o futebol ficando a cargo agora do Grupo City, que comprou 90% das ações. De todas as vendas entre os principais clubes do país, essa é a que tem o comprador mais conhecido. Os princípios de jogo e o que se espera como produto de entretenimento também.

Mas ao contrário do jogo de posição enlatado “tipo exportação” que vimos, por exemplo, na seleção do Qatar na Copa do Mundo, com baixo nível técnico para executar um modelo tão complexo, o Bahia contrata Renato Paiva, ex-Del Valle, que conhece bem o futebol sul-americano e sabe como ser competitivo por aqui.

A reformulação no elenco busca equilibrar juventude e experiência dentro da ideia de futebol que pretende implementar. Raul Gustavo, Kanu e Marcos Vítor são zagueiros que podem atuar em última linha defensiva mais adiantada, não sofrem tanto correndo para trás e com muitos espaços para cobrir. David Duarte é o contraponto: menos rápido, porém melhor no jogo aéreo.

Jhoanner Chávez, ex-Del Valle, é ala esquerdo para abrir o campo e buscar o fundo. Agressivo, chega finalizando ou procurando um companheiro para dar assistência. O equatoriano de 20 anos tem potencial para dar retorno técnico e lucro em uma futura negociação.

Nicolas Azevedo será o primeiro volante que distribui o jogo com passes curtos e longos e é uma opção segura de retorno para inverter o jogo. Mas o efeito colateral costumeiro é a fragilidade defensiva. O meio-campista uruguaio depende muito do time recuperar rápido a bola logo após a perda. Mugni e Danielzinho devem completar o meio-campo.

Kayky e Biel (Gabriel Teixeira), ambos ex-Fluminense, devem ser os pontas rápidos e habilidosos para acelerar transições ofensivas, mas também desequilibrar nos dribles e infiltrar em diagonal. Completando o ataque. Everaldo, ex-Chapecoense, será o centroavante. Referência para finalizar e tazer o trabalho de pivô.

Vale ficar de olho nesse novo Bahia. É claro que, em um primeiro ano de SAF e voltando à Série A, as metas não podem nem devem ser ambiciosas. Até porque, como todo time do Nordeste, mesmo com dinheiro e estrutura, vai penar com o calendário repleto de viagens longas.

2023 será de favoritismo ao título estadual, competir com o Fortaleza pela Copa do Nordeste, buscar uma primeira página de tabela no Brasileiro e tentar chegar o mais longe possível na Copa do Brasil; Mas já será possível competir em bom nível e apresentar um futebol interessante.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: [email protected]

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