O Bahia, o descomprometimento com o Baiano e com sua história – por Erick Cerqueira

O Baiano passou. Mas que essa humilhação sirva de sinal de alerta.

PRIMEIRAMENTE, PARABÉNS A JACUIPENSE, ATLÉTICO, BAHIA DE FEIRA E BARCELONA. Vocês fizeram história no Campeonato Baiano mais disputado dos últimos anos.

 

Agora vamos falar de quem foi eliminado.

Se você pegar as postagens de diversos torcedores do Bahia e até de dirigentes, nos últimos anos, verá que todos eles falavam a mesma coisa: o Campeonato Baiano é uma instituição falida.

As frases mudavam um pouco, variando entre “só dá prejuízo”, “o Bahia deveria colocar o Sub20 pra jogar”, “seria melhor acabar o baianinho e criar a série B do Nordestão”, “só serve pra machucar jogador como fez com Hernane Brocador”, “o Bahia deveria abandonar o Ednaldão”, entre outras, etc. E sempre fui muito crítico a essa abordagem. Afinal, se para o gestor de futebol o estadual é um problema para o torcedor sempre foi sinônimo de alegria.

Ano passado, com o calvário do ex-rival, achei que seria o fim do Campeonato Baiano. Afinal, com o time do Barradão disputando série c, há 3 anos sem passar da primeira fase do baiano e fora da Copa do Nordeste, o Bahia não teria motivação, há não ser disputar com o Carcará. E foi dito e feito. O time empatou com o ex-rival e perdeu nas duas competições para o time da terra de minha avó.

Mas voltemos um pouco no tempo. No começo do ano falei no twitter que o Bahia deveria focar no Baianão e ir em busca do 50º título. E por quê isso? Porque o time atual é muito inferior ao do ano passado e os times do Ceará se reforçaram. Sim, é um choque de realidade. Somos Campeões do Nordeste mas estamos aquém do Fortaleza e do Ceará. Pode vir o Bi do Nordestão? Pode. Eu vou torcer por ele? Até os últimos 20 reaus do ingresso. Mas é muito difícil.

A galera do twitter pegou um ar comigo, que vocês não tem noção. Os argumentos? Os mesmo do segundo parágrafo. Que eu era louco, que não enxergava que o baiano tava falido, que tinha de pensar no nordeste e que estava me acomodando com o time de Bellintani. Mas o tempo é o senhor da razão (apesar de discordar dele, às vezes, também).

O fiasco do Bahia nos primeiros jogos do estadual não era surpresa pra ninguém. Um time desinteressado, com transição lenta, pouco agressivo, sem jogadas ensaiadas, sem variação tática, previsível, burocrático, entrava em campo. Estreou tomando gol de Diones mas conseguiu um honroso empate com o Tremendão.

Depois, na Fonte, enfrentou a UNIRB, que infelizmente acabou rebaixada, para tristeza do meu ex-chefe, Joel. No placar um empate aos 96 minutos do segundo tempo, com jogador ainda insultando a Torcida. Uma tristeza ver a famosa “mística Tricolor” usada contra um time de 4 anos. Mas segue o baba.

Enfim, veio primeiro triunfo, contra o time do grande Catalão, um 1×0 sofrido, aos 82 minutos, salvo pela bela jogado de Douglas Borel e um belo “vai porra!” do Luiz Henrique.

Aí veio o jogo no Barradão e empatamos lá dentro, de novo, com gol de Rodallega, num jogo sem graça.

Eis que surge algo assustador. Mais uma vez o Bahia pega um time recém subido da série b do Baiano e não vence. No caso, o Barcelona de Ilhéus e tomou um 1×0 dentro da Fonte Nova. Ali era pra Guto ter caído. Sumariamente. Sem nem dar entrevista. Mas não houve isso. A vergonha aumentou no jogo seguinte, contra a Juazeirense que só ganhou pra 2 times no campeonato. O Bahia e para o rebaixado UNIRB.

A humilhação tá pouca? Veio o Carcará, em crise de alguns jogos sem triunfo, desde o 2×1 no Bahia pela Copa do Nordeste e repetiu o placar.

Faltavam 2 jogos pra terminar o Baiano e o Tricolor de Aço, vencedor de 49 títulos baianos, corria risco de REBAIXAMENTO. Mas aí goleamos o líder invicto e rebaixamos o Conquista.

Fica a vergonha da eliminação e a pergunta: o elenco do Bahia é pior que o dos 4 times que passaram pras finais? Obviamente que não. E o que faltou?

Faltou comprometimento com o Campeonato por parte da diretoria, que cansou de falar mal do Estadual; de Guto que sempre falou em priorizar a subida pra Série A do Brasileiro; dos jogadores que não conseguiram vencer a Juazeirense. Faltou até a Torcida, cansada de tanto descaso, entrou na onda, deixando o ódio ao presidente falar mais alto que o amor ao clube. Bellintani que se lasque. Presidente ruim passa, o amor pelo meu time, não.

Guto vir dizer que “a recuperação foi tardia”… ah, vá se lascar. Recuperação em um campeonato desses? Empatando e perdendo pra 2 times rebaixados. Nem vou falar dos 4 classificados. O Bahia foi o oposto do ex-rival: se aqui tinha técnica, faltou vontade. Lá eles tiveram vontade, mas faltou técnica.

O Baiano passou. Mas que essa humilhação sirva de sinal de alerta.
A gente dá voadora nas pernas dos amigos, nos Bavices de fim de ano. Se vocês não querem respeitar uma competição, RESPEITEM A CAMISA DO BAHIA.

Autor(a)

Erick Cerqueira

Resenheiro extra-oficial do Único TIME BI CAMPEÃO BRASILEIRO entre Minas Gerais e o pólo Norte. Pós graduado em Gestão Esportiva, publicitário, parcial, Torcedor do Bahia e pai de Thor! Twitter: https://twitter.com/ericksc_

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