Revelado pelo Bahia em 1987, o zagueiro João Marcelo deixou o futebol profissional há mais de 20 anos. Caracterizado pela raça dentro das quatro linhas, o ‘Zagueiro do Povo’ segue exibindo as credenciais fora de campo. Em entrevista ao podcast Arena BNews, na noite da última quinta-feira (17), o ex-jogador do Esquadrão de Aço e também do Vitória, analisou o torcedor rubro-negro como pessimista.
“Torcedor do Vitória é muito pessimista. Não vejo como azar porque dizem: ‘Ah, o Vitória é muito azarento, vai, vai, chega na hora perde, toma um gol no final’. Isso o torcedor tem já, eu vejo por minha mãe, quando o Vitória está bem eu converso com ela e ela diz: ‘Ah, esse time é descarado, daqui a pouco vai perder’. O torcedor do Bahia critica Binha porque ele é maluco, mas todo torcedor do Bahia tem 20%, 30% de Binha dentro dele. Mas o torcedor do Bahia, quando o time está mal e ganha uma, fala: ‘Não, vai ser campeão. Bahia, minha p****'”, destacou o campeão brasileiro de 1988.
Ainda durante a entrevista, João Marcelo, que terminou a carreira no Desportivo Ferroviária em 2001, contou uma história da época de jogador. Segundo o ex-atleta, os jogadores precisaram internalizar a gana de vencer para evitar conspirações negativas.
“Em 94, quando perdemos, o Vitória estava ganhando direto do Bahia, bem, dando goleada. Em um dia de Ba-Vi, Paulo Carneiro chamou o grupo e disse: ‘Nós temos que estar preparados para perder do Bahia, uma hora a gente vai perder’. A gente perdeu em um domingo de manhã e depois perdemos a final com um gol de Raudinei. É a energia. Na época vários jogadores passaram por esse sentimento lá dentro do Vitória e, por isso, que chegamos na final, porque colocamos na cabeça que íamos ganhar, que o nosso time era bom. É um conselho que eu dou para minha mãe, para ela pensar mais que o time dela é um time vencedor”, acrescentou o torcedor do Bahia.
João Marcelo Ferreira de Paula passou quatro temporadas no Tricolor Baiano, de 1987 a 1990. Na ocasião, entrou em campo 56 vezes e marcou um gol. Posteriormente, entre 1993 e 1994, disputou 42 jogos pelo Leão da Barra, onde também deixou um tento na rede adversária. Além da dupla baiana, o ex-zagueiro atuou por clubes como Grêmio, Santo André e Ponte Preta.
