O que se pode esperar do técnico Diego Dabove no Bahia?

"O time do Bahia é apático e antipático, com pouca ou nenhuma vibração"

Foto - Rafael Machaddo/ EC Bahia

Antes de entrar na essência do comentário, quero reiterar aos caros leitores desse importante Blog que sou fervoroso torcedor do Bahia, desde o tempo em que jogador não beijava o escudo da camisa, fingindo amar o clube, sempre torci, torço e desejo que seus dirigentes executem o melhor trabalho possível, amo meu clube de coração, sou Sócio-Torcedor, adimplente, portanto, sou livre, independente e sem nenhum rabo preso a nenhum cartola do clube, situações que me deixam à vontade para elogiar ou criticar o gestor ou gestores do clube, de acordo com minhas convicções e avaliações. Sendo assim, a carapuça está endereçada à carapinha de algum pau mandado do presidente do clube, que insiste em ficar expelindo insultos ou impropérios, a quem critica, merecidamente, o time ou os seus dirigentes.

 

Recado dado, segue o jogo. Alguns clubes do futebol brasileiro, sempre abriram as portas aos treinadores estrangeiros, entretanto, foi a partir da vinda do português Jorge de Jesus para o Flamengo, treinador que teve um trabalho exitoso no Urubu, que começou essa “febre” de treinadores gringos no Brasil, quando os dirigentes perceberam o excelente trabalho feito pelo português em menos de um ano à frente da sua comissão técnica, deixando seu nome marcado na história do clube, não só pela mudança de filosofia de jogo que implantou no time como, também, pelo monte de títulos importantes conquistados em tão pouco tempo.

Jorge Jesus deixou o clube espontaneamente por motivos de ordem pessoal, mas, ficou seu legado e um modelo de jogo que, mesmo com o fracasso do técnico espanhol Domènec Torrent que o sucedeu e logo caiu, com Rogério Ceni que “trocou o pneu com o carro rodando”, ainda assim, o time foi capaz de conquistar o título do Brasileirão passado, já foi demitido e substituído por Renato Gaúcho e o time continua jogando barbaridade, sendo forte candidato aos títulos do Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores da América. Só não posso deixar de registrar, também, que o Flamengo tem um dos melhores elencos do futebol brasileiro.

É claro e evidente que para um cartola lograr êxito no seu clube, não basta só copiar o que é bom ou deu certo em outro clube, porque o futebol não é nenhum bolo, para se fazer com receita e dar certo. A única receita que mobiliza e aquece o futebol, é a receita financeira. Atualmente, temos três técnicos estrangeiros brilhando no futebol brasileiro: Abel Ferreira, no Palmeiras; Juan Pablo Vojvoda, no Fortaleza e Antonio Oliveira no Athletico Paranaense.

Entretanto, nem sempre o treinador que dar certo em um clube, pode dar certo em outro, porque o futebol é um esporte cheio de variáveis e variações, todavia, muitos clubes brasileiros começaram à optar por treinadores estrangeiros, principalmente, os oriundos do Mercosul, que além do bom perfil técnico e disciplinar, podem aceitar salários menores do que os estratosféricos salários exigidos por muitos treinadores brasileiros, alguns com trabalhos já saturados outros, nem tanto assim, mas, querem continuar na crista da onda e supervalorizados no mercado da bola.

Imagino que se não fosses as intercorrências que existiram no Bahia na temporada passada com as demissões de Roger Machado e Mano Menezes, o Bahia poderia ter iniciado a presente temporada com um treinador estrangeiro, entretanto, a decisão de Guilherme Bellintani em colocar Dado Cavalcanti para comandar o time que corria sério risco de rebaixamento até o final no Brasileirão do ano passado, deve ter abortado o projeto do clube nesse sentido, haja vista que, os jogadores se adaptaram ao trabalho do Dado, que conseguiu “apagar o incêndio”, melhorou a performance do time e com o trabalho bem feito do treinador, a diretoria resolveu valorizar e acreditar, efetivando-o para essa temporada.

Dado fez um bom primeiro semestre, recheado com o título da Copa do Nordeste, muitas goleadas, participações razoáveis nas Copas do Brasil e Sul-Americana, com jogos regulares e bons resultados nos dez jogos iniciais do Brasileirão, mas, como o futebol é feito de resultados, o time disputou uma série de seis jogos seguidos no Brasileirão para ganhar um mísero pontinho, com o agravante de duas acapachantes goleadas, além de ter ultrapassado a cota de erros que dispunha e acabou sendo demitido, após uma derrota para o modesto time do Atlético Goianiense.

O QUE SE PODE ESPERAR DO NOVO TREINADOR?

O futebol argentino é conhecido pela técnica, força, raça, entrega e sobretudo, pela insaciável vontade de vencer dos seus jogadores e, não deve ser diferente com seus treinadores, cuja maioria, jogou futebol em alto nível, um cenário totalmente diferente do que tem acontecido com o time do Bahia nos últimos anos. O time é apático e antipático, com pouca ou nenhuma vibração, com jogadores que dão a impressão ao torcedor de falta de comprometimento, quando aceitam às derrotas com muita passividade, enfim, um time que tem estado muito longe dos anseios do torcedor que, pode até não exigir espetáculo dentro de campo, mas, sempre quer e cobra dos seus jogadores comprometimento, luta, raça e vontade de ganhar do primeiro ao último minuto de um jogo de futebol.

Então, respondendo a minha própria indagação, tenho a impressão de que o técnico Diego Dagove que é oriundo dessa futebolística escola argentina onde atuou por muitos anos na posição de goleiro e já tem um pouco de estrada como treinador, mesmo recebendo um grupo de jogadores com visíveis carências qualitativas, tem muito a agregar a esse grupo e mesmo sabendo que não é um time à altura para disputar uma competição do quilate do Brasileirão, imagino que pode implantar, não só um novo esquema ou padrão de jogo como, também, possa modificar à mentalidade desses jogadores, tornando-os comprometidos, competitivos e com espírito de vencedores, até porque, faltam pouco mais de vinte rodadas e quase quatro meses para finalizar a competição e, como o Clube demitiu Dado Cavalcanti, o presidente aproveitou o último cartucho que tinha na agulha, dando essa cartada decisiva na contratação do argentino.

Sea Bienvenido Lá Bahia, Diego Dagove!

José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

 

Autor(a)

José Antônio Reis

Torcedor Raiz do Bahêa, aposentado, que sempre procura deixar de lado o clubismo e o coração, para analisar os fatos de acordo com a razão. BBMP!

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