Dado Cavalcanti conseguiu recuperar a autoestima do Bahia

DADO CAVALCANTI: COM  MÉRITOS, A BOLA DA VEZ NO E.C BAHIA

Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

Passado os vexames sofridos pelo Bahia numa temporada atípica e confusa em que torcedores e dirigentes imaginavam boas classificações nas competições da temporada, mas, que no final, o time acabou brigando para fugir do fantasma do rebaixamento do Brasileirão, na semana passada o presidente Guilherme Bellintani abdicou do seu longo silêncio de falar com imprensa e, resolveu botar o bloco na rua para anunciar suas ideias e projetos para o seu segundo mandato de presidente do clube, principalmente, no departamento de futebol que, segundo o gestor, passará ou já está passando por uma total reformulação.

 

Não sei mensurar o grau da lição que o futebol impôs ao presidente Guilherme Bellintani pelos graves e contínuos erros cometidos na formação do elenco que atuou na temporada passada, bem como, o excesso de confiança e tolerância no péssimo trabalho do treinador Roger Machado, o fato foi que ele ficou ressabiado no final da temporada, com a péssima campanha do clube e agora, anuncia fortes mudança na gestão do futebol, inclusive, extinguindo o cargo de diretor de futebol, setor que ele sempre deu régua e compasso, criando núcleos gerenciais, ou seja, amplos poderes para contratações, enquanto já avisou de antemão ao torcedor, que não espere grandes contratações para o time principal, fator que significa à sequência do sofrimento iniciado na reta final da temporada de 2019.

Na temporada 2020, o Bahia foi comandado por três treinadores, inclusive, no decorrer do Brasileirão, o que já foi um grande risco para o time, ter essa quantidade excessiva de treinador numa competição tão difícil, a qual, reúne os vinte melhores clubes do futebol brasileiro. Após os sucessivos fracassos do time sob o comando de Roger Machado: eliminação na estreia na Copa do Brasil, perda do título da Copa do Nordeste para o Ceará, em pleno estádio de Pituaçu, título de campeão baiano, sem vencer o modesto Atlético de Alagoinhas, enfim, o presidente só veio acordar ou, sentir os golpes, na humilhante derrota para o Flamengo em jogo válido pela 7ª rodada do Brasileirão, demitindo o treinador e contratando o renomado Mano Menezes, contratação que reacendia as esperanças da grande Nação Tricolor.

A contratação do Mano Menezes, realmente, reacendeu as esperanças da torcida tricolor, mas, só na teoria, porque na prática veio a frustração. O treinador comandou o time em 17 jogos, dando mais na ferradura do que no cravo, fazendo uma campanha pífia, sem ter conseguido, sequer, corrigir os erros do seu sistema defensivo que se tornou o calcanhar de Aquiles do time que tomava gols em profusão, enfim, um treinador que, na minha opinião, conseguiu desagregar mais do que agregar, fechando seu breve ciclo nos 17 jogos disputados com o pífio  aproveitamento de 31,5%, somando 16 pontos, com o time marcando 20 gols e sofrendo 29, com cinco vitórias, um empate e onze derrotas, deixando o Bahia na 26ª rodada após derrota naquele tumultuado jogo diante do Flamengo, ficando na bica para o rebaixamento, na 16ª colocação com 28 pontos ganhos, com a mesma pontuação do Vasco da Gama que abria a zona de rebaixamento, porque perdia nos critérios de desempate.

A OPORTUNIDADE DADA A DADO CAVALCANTI

Para ser, extremamente, sincero e coerente, nunca tinha enxergado em Dado, perfil ou cacife para ser treinador do time principal do Bahia, talvez em função dele ainda não ter trabalhado num clube da grandeza e expressão do Bahia, entretanto, entendo que seria uma incoerência do presidente Guilherme Bellintani não ter dado esta grande oportunidade de efetivá-lo no comando do time para a presente temporada, em função da bucha de Sena que ele recebeu, após a demissão de Mano Menezes, um time com jogadores cabisbaixo, apáticos, sem ação, sem reação,  desmotivados e desanimados.

Com muito trabalho e dedicação e sob à desconfiança da torcida, Dado Cavalcanti conseguiu recuperar a autoestima do grupo, que estava baixa, conseguindo fazer o que Roger Machado e Mano Menezes não conseguiram fazer durante a temporada: botar o time pra jogar e isso ele conseguiu, além de conseguir recuperar o futebol de jogadores que não “jogaram” ao longo da temporada, como Rodriguinho e Rossi que voltaram a jogar bola e acabaram sendo decisivos na permanência do clube na Série A, naquele sprinter que aconteceu nos últimos três jogos da competição.

Em contrapartida, ao mesmo tempo que enalteço a permanência de Dado Cavalcanti, tenho a convicção que, o futebol é fruto dos bons momentos e, consequentemente, dos grandes resultados, fatores que conduzem às conquistas de grandes títulos. O que quero  dizer com isto? É que o treinador só deve ser mantido se o time estiver dando resposta dentro de campo e o presidente Guilherme Bellintani já provou e comprovou que não comunga com essa condição ou, tem excesso de paciência para tolerar e bancar no time treinadores que já estão com trabalhos saturados. Mais cedo ou mais tarde, o trabalho de Dado também vai saturar ou não ser mais absorvido pelos jogadores e a mudança de comando será tão natural como aconteceu no momento em que foi decidida a sua permanência.

Para finalizar, quero expressar minha insatisfação e indignação com a provável contratação de Guilherme Rend junto à Jacuipense. Não entendo essa insistência do clube em contatá-lo, não porque o atleta esteja atuando no rival e sim, porque se trata de um jogador comum que ainda não vi render um bom futebol, além de ser um jogador que, de três em três partidas é suspenso para o jogo subsequente, por ser afeito a receber cartão amarelo. Creio que na base do clube tem jogador na posição que joga muito mais que ele, então, seria uma contratação daquela que a gente denomina de: contratar por contratar e é aí que faço um apelo ao Presidente: não contrate, por contratar, adquira reforços!

José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

 

Autor(a)

José Antônio Reis

Torcedor Raiz do Bahêa, aposentado, que sempre procura deixar de lado o clubismo e o coração, para analisar os fatos de acordo com a razão. BBMP!

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