Decepções e troca excessiva de técnicos marcam o ano do Vitória

Vitória teve um ano de 2020 praticamente parecido com o de 2019

O ano de 2020 acabou de forma melancólica para a dupla BA-VI, porém, a temporada 2020 segue e com os dois lutando contra o rebaixamento e vai se arrastar ainda por mais algumas semanas de 2021. Para o Esporte Clube Vitória, o ano iniciou até com expectativas renovadas pelo bom trabalho que vinha sendo realizado pelo técnico Geninho. Apesar da limitação do elenco e dos problemas financeiros, o experiente treinador foi encontrando o time ideal, e antes da paralisação, em 10 jogos, somou 4 vitórias, 5 empates e 1 derrota, 13 gols marcados e 6 sofridos, com um aproveitamento de 56,6%. Em fevereiro, o Rubro-Negro bateu o Bahia por 2 a 0, na Arena Fonte Nova, e encerrou uma sequência de três anos (12 clássicos) sem vitórias. Thiago Carleto e Vico marcaram os gols da equipe.

 

A única derrota sob o comando de Geninho esse ano foi para o Ceará, ao perder por 1 a 0, pelo jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil. Porém, em março o futebol foi completamente paralisado por conta da pandemia, e a diretoria rubro-negra decidiu pela demissão do experiente treinador de 72 anos alegando dificuldades financeiras. A partir daí, os problemas iniciaram. Além da saída de Geninho e da aposta no jovem Bruno Pivetti, de 34 anos, o time sub-23, que estava disputando o Campeonato Baiano, foi desfeito e na retomada do calendário, em julho, os atletas da equipe principal foram convocados, porém, não conseguiram evitar o vexame da não classificação para a fase final do Estadual pelo segundo ano seguido. O trabalho de Pivetti durou 19 jogos, com quatro vitórias, nove empates e seis derrotas, um aproveitamento de 36,8%.

Além de não conseguir classificar o time para 2ª fase do Campeonato Baiano, Bruno Pivetti viu o Vitória ser eliminado da Copa do Nordeste nas quartas de final para o Ceará, e na Copa do Brasil caindo na 3ª fase para o próprio Vozão. No jogo do torneio nacional, Paulo Carneiro teve uma noite de fúria na derrota por 4 a 3 no Barradão. Durante o intervalo, o presidente rubro-negro entrou em campo para reclamar com o árbitro, que havia expulsado Vico e Léo Ceará. Quando saía do gramado, o dirigente encontrou Vinícius, que dava entrevista, e decidiu xingar e ameaçar o jogador, terminando por ser suspenso pelo STJD.

Após a demissão de Bruno Pivetti, o Vitória agiu rápido e acertou com Eduardo Barroca. Porém, ele ficou apenas 9 jogos, com apenas uma vitória, cinco empates e duas derrotas. O treinador pediu o desligamento após receber o convite para retornar ao Botafogo, que luta contra o rebaixamento na Série A. Rodrigo Chagas assumiu interinamente e vinha agradando o torcedor, conquistando duas vitórias, um empate e uma derrota, nos quatro jogos que esteve a frente do time principal. Apesar do bom aproveitamento, a diretoria decidiu por trazer um novo treinador ao invés de efetivar o interino. Mazola Júnior assumiu e quatro jogos depois (com uma vitória e três derrotas) foi demitido. Quem assumiu o time? Rodrigo Chagas, agora de forma efetiva.

Sem dentro de campo, o Vitória não correspondeu, fora dele, o Vitória teve que conviver com reclamações de jogadores e funcionários do clube por conta de salários atrasados. A falta de recursos também fez o clube não honrar dívidas com outras agremiações. Entre os credores, está o Cianorte, que, em 2018, vendeu o goleiro João Gabriel ao Rubro-Negro. Por não quitar a dívida, o clube baiano foi punido no início de dezembro com a impossibilidade de registrar reforços. Outro fato que marcou em 2020 foi a saída de Thiago Carleto, que chegou a ser tratado como “indispensável” e um dos principais jogadores do time. No entanto, o “casamento” chegou ao fim em novembro. O jogador acumulou erros defensivos, foi afastado do elenco e chegou a um acordo para uma rescisão amigável.

As eliminações no Baianão, Nordestão e Copa do Brasil, apesar de decepcionantes, não foram tão frustrantes quanto a campanha do time no Campeonato Brasileiro da Série B, afinal, o acesso era tratado como o principal objetivo na temporada 2020. Após um início até bom, conquistando vitórias importantes e empates fora de casa, o Leão se perdeu na competição, chegou a ficar oito rodadas sem vencer e além de deixar a parte de cima da tabela, colou no Z-4 e assim como no ano passado, vai lutas as últimas rodadas para evitar o rebaixamento à Série C. Na 15ª colocação, o time baiano tem 36 pontos, apenas um a mais que o Náutico, que abre o Z-4, e terá um mês de janeiro decisivo para brigar pela permanência.

Em 53 jogos disputados em 2020, entre Campeonato Baiano, Copa do Brasil, Copa do Nordeste e Série B, o Vitória conquistou 15 triunfos, 22 empates e 16 derrotas, marcou 68 gols e sofreu 61. No final das contas, Vitória teve um ano de 2020 praticamente parecido com o de 2019.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: [email protected]

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