O conluio e a cumplicidade são as marcas registradas no time do Bahia em tempos de hoje. O treinador vai mal, os jogadores o defendem. Os jogadores estão sendo incompetentes ou PERDENDO gols, o treinador prontamente os defendem de uma forma paternal e sem, sequer, sentir culpa ou vergonha. Pouquíssimo importa o sentimento e a decepção do torcedor. Isso, num time que vem fazendo boas partidas é algo perfeitamente compreensível e até desejável. Entretanto, a Diretoria do Bahia precisa colocar os pingos nos “is” e começar a EXIGIR a devida contrapartida dos seus profissionais no seu trabalho.
O Gilberto e o Élber, juntos, foram os principais responsáveis pela perda de 2 pontos no jogo contra o São Paulo. São profissionais altamente remunerados, privilegiados e que negligenciaram no seu ofício de jogar bola. Tudo bem. Alivie a pena! Diga que o cara errou e que poderia ter sido mais eficiente. A forma de tratar o assunto foi muito branda e aceitável.
Imagina se o Saldanha perde um gol daquele!???
O Roger Machado certamente imputaria ao garoto o fato de, apesar de ter um futuro brilhante, ser inexperiente mas, gol daquele não se perde. Diria ainda que a perda do gol pelo rapaz seria decisiva para que o Bahia não saísse com um “merecido” triunfo.
Porém, num claro devaneio sob a sua visão deturpada da realidade, fala em apenas uma “escolha” do Élber como se errar daquela forma fosse algo aceitável e um jogador EXPERIENTE não se preocupasse em errar, pois tudo lhe será permitido.
Porém, um Gilberto, tão experiente quanto, ser tão negligente na cobrança de um pênalti também seja algo possível e que eles não precisam se preocupar com isso pois, o treinador está ali para defendê-los. A incompetência privilegiada!
Não se trata de execrá-los! Se trata de tratar com a devida seriedade o seu trabalho! A sua exagerada compreensão e anuência não o autoriza a minimizar PUBLICAMENTE a incompetência dos seus comandados em campo.
Poderia até compreender e dizer que “só perde quem está lá” e que iria ter uma conversa com os atacantes para demonstrar a sua preocupação e pedir para que erros dessa natureza não se repitam. Imagino até que poderia fazer um pedido para que os mesmos buscassem treinar mais a questão da finalização em gol. Em tempos passados, o treinador os mandaria treinar pênaltis e finalizações até meia noite.
Falar no pênalti, colocar o Gilberto para fazer a cobrança foi assumir o risco não calculado em perder a oportunidade. O Rodriguinho estava em campo! Depois daquela cobrança da “cavadinha”, eu, como treinador do time, o declararia “cobrador oficial”. Poderia até perder pois, um pênalti pode ser perdido, ainda que não se deva. Colocar o Gilberto, atacante de ofício, era a certeza de que seria convertido. Mas, não! A displicência que ele utilizou na cobrança foi algo repugnante. Telegrafou e bateu fraco!
Falam de uma tal “hierarquia” no mundo do futebol do Roger… Esse talvez seja o seu maior problema na gestão do grupo. Ficou refém de si nas suas convicções e segue produzindo estragos ao clube. Ver o Élber sair do campo comemorando o empate e com uma cara bastante animada, diante de um time moribundo, é sintomático de que a irresponsabilidade seja aceita, seja algo normal.
Com esse comportamento, o treinador que conseguiu fazer o time jogar melhor, na noite de ontem, demonstra aquiescência num exemplo claro sobre o “pouco caso” dos seus principais atacantes e que isso possa ser reeditado simplesmente, sem que nada os aborreçam. Há de ser tudo, absolutamente permitido. O torcedor e o clube que se dane!
Paulo Fernando, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.